SÃO PAULO - Em reunião em Roma na manhã desta quinta-feira, 28, o papa Bento XVI conclamou um grupo de bispos brasileiros a orientar politicamente fiéis católicos. Sem citar especificamente as eleições de domingo, o papa reforçou a posição da Igreja a respeito do aborto e recomendou a defesa de símbolos religiosos em ambientes públicos. "Quando projetos políticos contemplam aberta ou veladamente a descriminalização do aborto, os pastores devem lembrar os cidadãos o direito de usar o próprio voto para a promoção do bem comum", disse.

Ettore Ferrari/EFE - 27.10.2010
Ettore Ferrari/EFE - 27.10.2010
Papa pediu que bispos brasileiros orientem fiéis

Falando a bispos do Maranhão, Bento XVI reconheceu que a participação de padres em polêmicas podem ser conturbadas. "Ao defender a vida, não devemos temer a oposição ou a impopularidade", continuou. O pontífice se posicionou também sobre o ensino religioso nas escolas públicas e, relembrando a história do País com forte presença católica e o monumento do Cristo Redentor, no Rio, orientou os sacerdotes que encampem a luta pelos símbolos religiosos. "A presença de símbolos religiosos na vida pública é ao mesmo tempo lembrança da transcendência do homem e garantia de seu respeito", concluiu.

Leia abaixo a íntegra do discurso de Bento XVI:

"Amados Irmãos no Episcopado,

Para vós, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo" (2 Cor 1, 2). Desejo antes de mais nada agradecer a Deus pelo vosso zelo e dedicação a Cristo e à sua Igreja que cresce no Regional Nordeste 5. Nos nossos encontros, pude ouvir, de viva voz, alguns dos problemas de caráter religioso e pastoral, além de humano e social, com que deveis medir-vos diariamente. O quadro geral tem as suas sombras, mas tem também sinais de esperança, como Dom Xavier Gilles acaba de referir na saudação que me dirigiu, dando livre curso aos sentimentos de todos vós e do vosso povo.

Como sabeis, nos sucessivos encontros com os diversos Regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, tenho sublinhado diferentes âmbitos e respectivos agentes do multiforme serviço evangelizador e pastoral da Igreja na vossa grande Nação; hoje, gostaria de falar-vos de como a Igreja, na sua missão de fecundar e fermentar a sociedade humana com o Evangelho, ensina ao homem a sua dignidade de filho de Deus e a sua vocação à. união com todos os homens, das quais decorrem as exigências da justiça e da paz social, conforme à sabedoria divina.

Entretanto, o dever imediato de trabalhar por uma ordem social justa é próprio dos fiéis leigos, que, como cidadãos livres e responsáveis, se empenham em contribuir para a reta configuração da vida social, no respeito da sua legítima autonomia e da ordem moral natural (cf. Deus caritas est, 29). O vosso dever como Bispos junto com o vosso clero é mediato, enquanto vos compete contribuir para a purificação da razão e o despertar das forças morais necessárias para a construção de uma sociedade justa e fraterna. Quando, porém, os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas o exigirem, os pastores têm o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas (cf. GS, 76).

Ao formular esses juízos, os pastores devem levar em conta o valor absoluto daqueles preceitos morais negativos que declaram moralmente inaceitável a escolha de uma determinada ação intrinsecamente incompatível com a dignidade da pessoa; tal escolha não pode ser resgatada pela bondade de qualquer fim, intenção, consequência ou circunstância. Portanto, seria totalmente falsa e ilusória qualquer defesa dos direitos humanos políticos, econômicos e sociais que não compreendesse a enérgica defesa do direito à vida desde a concepção até à morte natural (cf. Christifideles laici, 38). Além disso no quadro do empenho pelos mais fracos e os mais indefesos, quem é mais inerme que um nascituro ou um doente em estado vegetativo ou terminal? Quando os projetos políticos contemplam, aberta ou veladamente, a descriminalização do aborto ou da eutanásia, o ideal democrático - que só é verdadeiramente tal quando reconhece e tutela a dignidade de toda a pessoa humana - é atraiçoado nas suas bases (cf. Evangelium vita, 74). Portanto, caros Irmãos no episcopado, ao defender a vida não devemos temer a oposição e a impopularidade, recusando qualquer compromisso e ambiguidade que nos conformem com a mentalidade deste mundo" (ibidem, 82).

Além disso, para melhor ajudar os leigos a viverem o seu empenho cristão e sociopolítico de um modo unitário e coerente, é "necessária - como vos disse em Aparecida - uma catequese social e uma adequada formação na doutrina social da Igreja, sendo muito útil para isso o "Compêndio da Doutrina Social da Igreja"" (Discurso inaugural da V conferência Geral do Episcopado Latino Americano e do Caribe, 3). Isto significa também que em determinadas ocasiões, os pastores devem mesmo lembrar a todos os cidadãos o direito, que é também um dever, de usar livremente o próprio voto para a promoção do bem comum (cf. GS, 75).

Neste ponto, política e fé se tocam. A fé tem, sem dúvida, a sua natureza específica de encontro com o Deus vivo que abre novos horizontes muito para além do âmbito próprio da razão. "Com efeito, sem a correção oferecida pela religião até a razão pode tornar-se vítima de ambiguidades, como acontece quando ela é manipulada pela ideologia, ou então aplicada de uma maneira parcial, sem ter em consideração plenamente a dignidade da pessoa humana" (Viagem Apostólica ao Reino Unido, Encontro com as autoridades civis, 17-IX-2010).

Só respeitando, promovendo e ensinando incansavelmente a natureza transcendente da pessoa humana é que uma sociedade pode ser construída. Assim, Deus deve "encontrar lugar também na esfera pública, nomeadamente nas dimensões cultural, social, econômica e particularmente política" (Caritas in veritate, 56). Por isso, amados Irmãos, uno a minha voz à vossa num vivo apelo a favor da educação religiosa, e mais concretamente do ensino confessional e plural da religião, na escola pública do Estado.

Queria ainda recordar que a presença de símbolos religiosos na vida pública é ao mesmo tempo lembrança da transcendência do homem e garantia do seu respeito. Eles têm um valor particular, no caso do Brasil, em que a religião católica é parte integral da sua história. Como não pensar neste momento na imagem de Jesus Cristo com os braços estendidos sobre a baia da Guanabara que representa a hospitalidade e o amor com que o Brasil sempre soube abrir seus braços a homens e mulheres perseguidos e necessitados provenientes de todo o mundo? Foi nessa presença de Jesus na vida brasileira, que eles se integraram harmonicamente na sociedade, contribuindo ao enriquecimento da cultura, ao crescimento econômico e ao espírito de solidariedade e liberdade

Amados Irmãos, confio à Mãe de Deus e nossa, invocada no Brasil sob o título de Nossa Senhora Aparecida, estes anseios da Igreja Católica na Terra de Santa Cruz e de todos os homens de boa vontade em defesa dos valores da vida humana e da sua transcendência, junto com as alegrias e esperanças, as tristezas e angústias dos homens e mulheres da província eclesiástica do Maranhão. A todos coloco sob a Sua materna proteção, e a vós e ao vosso povo concedo a minha Bênção Apostólica."

Fonte: estadão.com.br

Quinta, 28 Outubro 2010 13:48

A Arte e o Progresso

Coluna de arte cristã

 

Por Rodolfo Papa*

ROMA, quinta-feira, 28 de outubro de 2010 – Vivemos em um momento histórico apaixonante, porque estamos na fronteira de um século que acaba de passar e de um novo em vias de edificação. Ainda que pôr limites cronológicos nunca foi muito frutífero no âmbito historiográfico, como tampouco o é contrapor uma época a outra, no entanto devemos reconhecer que o balanço do século passado e a abertura do novo alimenta o entusiasmo e obriga a renovações e um compromisso revigorado.

O próprio fato de que muitas das experiências artísticas do século XX estejam irremediavelmente a nossas costas obriga à reflexão, com o fim não de compreender as dinâmicas das diversas fases de desenvolvimento, mas também de verificar se o que se prometeu no século passado se realizou efeticamente. É necessário estudar quais resultados estéticos e efeitos sociológicos foram obtidos de algumas experiências artísticas que dominaram o panorama mediático nos anos sessenta e setenta. É interessante, por exemplo, verificar quais relações se instituíram entre o “consumismo de massas” e algumas experiências artísticas dos anos sessenta, e quais relações se estabeleceram com o mundo da publicidade. A reflexão sobre o século XX abre enfim um capítulo importante para redefinir o âmbito da arte em geral e de cada uma das artes, e em particular estimula a reflexão sobre a relação entre as artes e o contexto em que nascem e do qual se nutrem, direta ou indiretamente.

No entanto, esta é só uma parte do interesse atual pela arte. A dimensão contemporânea não esgota o panorama da arte. Um aspecto importante desta transição de século está constituído, de fato, pelo interesse crescente pela arte do passado, que se encontra no centro de um verdadeiro fenômeno mediático, de dimensões crescentes: algumas mostras, como a dedicada a Caravaggio, obtiveram um êxito surpreendente. Isso abre a questões do que é contemporâneo na arte, faz refletir sobre como os grandes artistas do passado fizeram história, mas sobretudo testemunha um amor, nunca morto, pela arte da pintura no sentido tradicional e próprio do termo.

Neste contexto de transição e de reflexão sobre a própria transição, torna-se importante refletir sobre a ideia de progresso. Por um lado, há que evitar identificar todo progresso com uma tipologia evolucionista segundo a qual o que vem depois supera e melhora o que veio antes. Por outro, há que evitar também pôr todos os artistas e todas as obras em um mesmo plano, caindo na falta de crítica e na ausência de juízos de valor. No entanto, neste defeito cai paradoxalmente Gombrich, precisamente analisando a arte segundo a ideia de progresso, em seu conhecido texto Arte e progresso, de 1971.

Se se busca, em contrapartida, olhar a arte com olhos inocentes, pode-se descobrir que o caminho da arte move-se dentro do âmbito de um potencial que está implícito desde o início, como se todos os desenvolvimentos estivessem de algum modo compreendidos nas formas já dadas. Podemos dizer que os artistas, quando “inventam”, atendendo a sua própria criatividade, permanecem sempre fiéis ao que a arte implicitamente põe à sua disposição e esse é todo seu “potencial”. Sucede como na linguagem, que tem tantas formas e uma longa história, mas tanto as formas como a história são linguísticas, porque estão dentro das possibilidades abertas da própria linguagem. Utilizando uma imagem geométrica, podemos dizer que a evolução da arte não é uma linha reta, que implicaria um progresso constante, nem tampouco uma senóide, que implicaria ciclos obrigatórios de crise e de desenvolvimento, mas sobretudo uma linha mista irregular, correspondente a uma evolução vital, feita de inovações e continuidade. Toda inovação real, de fato, apoia-se na tradição: como escreveu o Papa Estevão I, nihil innovetur nisi quod traditum est. Devemos ver também a história da arte a partir da perspectiva da “hermenêutica da renovação e da continuidade”, aplicada por Bento XVI nas interpretações do Concílio.

O crescimento da arte implica uma apropriação da tradição passada e uma renovação, ambas realizadas em primeira pessoa. Todos os grandes artistas sempre aconselharam a aprender com os mestres do passado, antes de realizar as próprias inovações. Começa-se a aprender copiando as grandes obras e depois, aprendida a linguagem, começa-se a falar e a inventar novas palavras. Basta ver a relação de continuidade e superação vivida por Caravaggio frente a Michelângelo, cuja pintura revive e toma novo significado com respeito e audácia. Leonardo afirmava: “triste é o discípulo que não avança seu mestre”, colocando a arte em uma relação de continuidade entre aluno e mestre, de modo que quem aprenda busque fazê-lo melhor do que quem ensina.

A arte, portanto, como todo âmbito propriamente “humanístico”, quer dizer, dirigido à promoção do humano, cresce de uma maneira não mecânica e não sofre a obsessão de incorrer na acumulação da novidade, mas que está dirigida à busca do melhor fazer e do melhorar-se a si mesmo. Não está fora de lugar, portanto, concluir com uma reflexão sobre a educação, proposta por Bento XVI na Carta à diocese de Roma sobre a tarefa urgente da formação, no dia 21 de janeiro de 2008: “Contrariamente a quanto acontece em campo técnico ou econômico, onde os progressos de hoje se podem somar aos do passado, no âmbito da formação e do crescimento moral das pessoas não existe uma semelhante possibilidade de acumulação, porque a liberdade do homem é sempre nova e portanto cada pessoa e cada geração deve tomar de novo, e diretamente, as suas decisões. Também os maiores valores do passado não podem simplesmente ser herdados, devem ser feitos nossos e renovados através de uma, muitas vezes difícil, escolha pessoal”.

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* Rodolfo Papa é historiador da arte, professor de história das teorias estéticas na Faculdade de Filosofia da Pontifícia Universidade Urbaniana, em Roma; presidente da Accademia Urbana delle Arti. Pintor, autor de ciclos pictóricos de arte sacra em várias basílicas e catedrais. Especialista em Leonardo Da Vinci e Caravaggio, é autor de livros e colaborar de revistas. Desde 2000, assina uma coluna de história da arte cristã na Rádio Vaticano.

Fonte: Zenit

Em circunstâncias em que “os direitos fundamentais” ou “a salvação das almas” exigirem

 

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 28 de outubro de 2010 (ZENIT.org) – O Papa Bento XVI afirmou nesta quinta-feira a bispos brasileiros que “os pastores têm o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas”, quando “os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas o exigirem”.

O Papa, ao discursar para bispos do Maranhão no contexto da visita ad Limina Apostolorum, afirmou que em determinados pontos “política e fé se tocam”, e que os bispos, ao defender a vida, não devem temer “a oposição e a impopularidade”.

O dever dos bispos, no trabalho por alcançar uma ordem social justa, é “contribuir para a purificação da razão e o despertar das forças morais necessárias para a construção de uma sociedade justa e fraterna”.

“Quando, porém, os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas o exigirem, os pastores têm o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas”, afirmou o pontífice, citando a Constituição Pastoral Gaudium et Spes (n. 76).

“Ao formular esses juízos, os pastores devem levar em conta o valor absoluto daqueles preceitos morais negativos que declaram moralmente inaceitável a escolha de uma determinada ação intrinsecamente má e incompatível com a dignidade da pessoa; tal escolha não pode ser resgatada pela bondade de qualquer fim, intenção, consequência ou circunstância.”

Segundo Bento XVI, “seria totalmente falsa e ilusória qualquer defesa dos direitos humanos políticos, econômicos e sociais que não compreendesse a enérgica defesa do direito à vida desde a concepção até à morte natural”.

“Além disso no quadro do empenho pelos mais fracos e os mais indefesos, quem é mais inerme que um nascituro ou um doente em estado vegetativo ou terminal?”, questionou.

“Quando os projetos políticos contemplam – prosseguiu o Papa –, aberta ou veladamente, a descriminalização do aborto ou da eutanásia, o ideal democrático – que só é verdadeiramente tal quando reconhece e tutela a dignidade de toda a pessoa humana – é atraiçoado nas suas bases.”

“Portanto, caros Irmãos no episcopado, ao defender a vida ‘não devemos temer a oposição e a impopularidade, recusando qualquer compromisso e ambiguidade que nos conformem com a mentalidade deste mundo’”, disse, citando a Evangelium Vitae (n. 82).

Catequese social

Segundo o pontífice, a melhor maneira de ajudar os leigos a viverem o seu empenho cristão e sócio-político de um modo unitário e coerente é “uma catequese social e uma adequada formação na doutrina social da Igreja”.

“Isto significa também que em determinadas ocasiões, os pastores devem mesmo lembrar a todos os cidadãos o direito, que é também um dever, de usar livremente o próprio voto para a promoção do bem comum”, disse o Papa, referindo-se novamente à Gaudium et Spes (n. 75).

“Neste ponto, política e fé se tocam”, afirmou. “A fé tem, sem dúvida, a sua natureza específica de encontro com o Deus vivo que abre novos horizontes muito para além do âmbito próprio da razão.”

Com efeito – prosseguiu o pontífice –, “sem a correção oferecida pela religião até a razão pode tornar-se vítima de ambiguidades, como acontece quando ela é manipulada pela ideologia, ou então aplicada de uma maneira parcial, sem ter em consideração plenamente a dignidade da pessoa humana”.

“Só respeitando, promovendo e ensinando incansavelmente a natureza transcendente da pessoa humana é que uma sociedade pode ser construída. Assim, Deus deve ‘encontrar lugar também na esfera pública, nomeadamente nas dimensões cultural, social, econômica e particularmente política’”, destacou o Papa, citando a encíclica Caritas in veritate (n. 56).

(Alexandre Ribeiro)

Fonte: Zenit

Terça, 26 Outubro 2010 12:50

II Encontro Jovens Promotores da Vida

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É com alegria e esperança que a Comissão de Bioética e Defesa da Vida da Arquidiocese de Brasília convida os jovens de Brasília a participarem, nos dias 19, 20 e 21 de novembro, do II Encontro Jovens Promotores da Vida.

Fundamentado no Magistério da Igreja, o Encontro de Formação é uma resposta de nossa Arquidiocese à grande necessidade de aprofundamento dos fiéis em temas atuais e polêmicos relacionados à vivência da fé cristã, tais como: aborto, eutanásia, pesquisas com células-tronco, sexualidade e dignidade da pessoa humana.

Inscreva-se o quanto antes, pois as vagas são limitadas!
 
Características do Encontro:

  • Acontecerá no Mosteiro de São Bento (Lago Sul);
  • Dias 19, 20 e 21 de novembro;
  • Início às 19h de sexta-feira e encerramento às 16h30 do domingo;
  • Fundamentado no Magistério da Igreja Católica;
  • Os participantes dormirão no local;
  • Para jovens a partir de 18 anos;
  • Valor da inscrição: R$ 60,00.


Para se inscrever, imprima a Ficha de Inscrição, preencha-a e entre em contato com:

  • Pedro: 9148-8121 ou
  • Raquel: 9817-0754

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É com alegria e esperança que a Comissão de Bioética e Defesa da Vida da Arquidiocese de Brasília convida os jovens de Brasília a participarem, nos dias 19, 20 e 21 de novembro, do II Encontro Jovens Promotores da Vida.

Fundamentado no Magistério da Igreja, o Encontro de Formação é uma resposta de nossa Arquidiocese à grande necessidade de aprofundamento dos fiéis em temas atuais e polêmicos relacionados à vivência da fé cristã, tais como: aborto, eutanásia, pesquisas com células-tronco, sexualidade e dignidade da pessoa humana.

Inscreva-se o quanto antes, pois as vagas são limitadas!
 
Características do Encontro:

- Acontecerá no Mosteiro de São Bento (Lago Sul);
- Dias 19, 20 e 21 de novembro;
- Início às 19h de sexta-feira e encerramento às 16h30 do domingo;
- Fundamentado no Magistério da Igreja Católica;
- Os participantes dormirão no local;
- Para jovens a partir de 18 anos;
- Valor da inscrição: R$ 60,00.

Para se inscrever, imprima a Ficha de Inscrição e entre em contato com:

Pedro: 9148-8121 ou Raquel: 9817-0754

“Uma das piores formas de escravidão”, segundo observador permanente

 

NOVA YORK, segunda-feira, 25 de outubro de 2010 – A utilização de crianças como combatentes nos conflitos é “uma das piores formas de escravidão”, denunciou na sexta-feira em Nova York o observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, Dom Francis Chullikatt.

Diante deste problema, a delegação vaticana recordou o valor dos Protocolos para Convenção sobre os Direitos da Criança – sobre o envolvimento de crianças nos conflitos armados e sobre a venda de crianças, prostituição infantil e pornografia infantil –, de cuja adoção se celebra o décimo aniversário.

Ainda que “nenhum instrumento internacional seja perfeito”, disse Dom Chullikatt, os protocolos “servem para reforçar a aplicação dos direitos das crianças afirmados na Convenção dos Direitos da Criança”.

Entre as formas de violência, ele destaca a “maior vulnerabilidade das crianças nessas situações em que se aplicam novas táticas bélicas”.

“Foi definida como uma das piores formas de escravidão: as crianças são usadas como soldados em uma idade na qual deveriam aprender como amar e respeitar seus vizinhos”, denunciou.

Calcula-se que 250 mil crianças sejam usadas com este objetivo, “obrigadas a matar seus vizinhos, às vezes até mesmo seus próprios familiares, irmãos e amigos”.

Para o observador permanente, “isso é desprezível, mas também possível de ser evitado”.

Todas as partes interessadas devem se “comprometer de forma concreta na defesa” dos mais jovens e na promoção de “planos de ação” para enfrentar estes “crimes impactantes” com a finalidade de que “acabem para sempre”.

“A comunidade internacional tem este dever diante de todas as crianças e jovens que sofrem violência contra sua dignidade.”

“Todos os Estados, as agências da ONU, a sociedade civil e as instituições inter-religiosas baseadas na fé deverão colaborar numa associação mais eficaz para garantir assistência aos afetados pela violência e abuso – concluiu –, e trabalhar para promover um mundo de esperança, no qual estas crianças possam sonhar e aspirar por um futuro livre de violência e derramamento de sangue”.

Fonte: Zenit

Bento XVI recebeu em audiência o presidente do país

 

CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 25 de outubro de 2010 (ZENIT.org) – O compromisso comum na promoção da dignidade humana foi um dos temas principais da audiência que Bento XVI concedeu nesta segunda-feira ao presidente da República de Seychelles, James Alix Michel.

O dignatário reuniu-se posteriormente com o cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado, acompanhado, como é de costume neste tipo de encontro, por Dom Dominique Mamberti, secretário para as Relações com os Estados.

Em um comunicado vaticano, destaca-se que neste encontro “foi manifestada uma viva complacência pelas cordiais relações bilaterais” entre a Santa Sé e a República de Seychelles.

O Papa e o presidente Michel trocaram “opiniões sobre temas de comum interesse”.

“Detiveram-se particularmente no compromisso e na colaboração para a promoção da dignidade humana”, destaca o comunicado.

Esta colaboração tem como objetivo sobretudo “âmbitos de grande relevância social como a família, educação da juventude e a proteção do meio ambiente”.

A República de Seychelles é um arquipélago situado no Oceano Índico, a nordeste de Madagascar. Tem uma população de cerca de 87.500 habitantes, dos quais 82,5% são católicos.

Veneráveis Irmãos,
Ilustres Senhores e Senhoras,
Caros irmãos e irmãs!

Após duas semanas da Celebração de abertura, estamos reunidos novamente no dia do Senhor, ao redor do Altar da Confissão da Basílica de São Pedro, para concluir a Assembléia Especial para o Oriente Médio do Sínodo dos Bispos. Em nossos corações existe uma profunda gratidão a Deus que nos deu esta experiência verdadeiramente extraordinária, não apenas para nós, mas para o bem da Igreja, do Povo de Deus que vive na região entre o Mediterrâneo e a Mesopotâmia. Como Bispo de Roma, desejo partilhar este reconhecimento com vocês, veneráveis Padres Sinodais: cardeais, patriarcas, arcebispos, bispos. Agradeço em particular ao Secretário Geral, aos quatro Presidentes Delegados, ao Relator Geral, ao Secretário Especial e a todos os colaboradores, que nestes dias trabalharam sem descanso.

Esta manhã deixamos a Sala do Sínodo e viemos “ao templo para rezar”: por isso, nos é adequada a parábola do fariseu e do publicano relatada por Jesus e registrada pelo evangelista São Lucas (cfr 18, 9 – 14). Também nós poderemos ser tentados, como o fariseu, de lembrar a Deus os nossos méritos, pensando no empenho destes dias.

Mas para subir ao céu, a oração deve brotar de um coração humilde, pobre. E portanto também nós, ao término deste evento eclesial, queremos antes de tudo agradecer a Deus, não pelos nossos méritos, mas pelo dom que Ele nos deu. Reconheçamo-nos pequenos e necessitados de salvação, de misericórdia; reconheçamos que tudo vem d’Ele e que somente com sua Graça se realizará o que nos disse o Espírito Santo. Apenas assim poderemos “voltar para casa” verdadeiramente enriquecidos, tornados mais justos e mais capazes de caminhar na senda do Senhor.

A primeira leitura e o Salmo responsorial insistem sobre o tema da oração, sublinhando que essa é tão mais poderosa junto ao coração de Deus, quanto mais aquele que reza é necessitado e está em aflição. “A oração do pobre atravessa as nuvens”, afirma o Siracida (35, 21): e o salmista acrescenta: “O Senhor está próximo daquele que tem o coração dilacerado, ele salva os espíritos sofredores (34, 19). O pensamento se dirige a tantos irmãos e irmãs que vivem na região do Oriente Médio e que se encontram em situações difíceis, às vezes muito pesadas, seja pela carência material, seja pelo desânimo, pelo estado de tensão e muitas vezes pelo medo. A Palavra de Deus hoje nos oferece também uma luz de esperança consoladora, quando apresenta a oração, personificada, que “não desiste até que o Altíssimo tenha intervido e satisfeito os justos e restabelecido a equidade” (Sir 35, 21 – 22). O liame entre a oração e a justiça nos faz pensar em tantas situações no mundo, especialmente no Oriente Médio. O grito do pobre e do oprimido encontra eco imediato em Deus, que quer intervir para abrir uma saída, para restituir um futuro de liberdade, um horizonte de esperança.

Esta fé no Deus próximo, que liberta seus amigos, é a fé que testemunha o Apóstolo Paulo na epístola de hoje, trata-se da Segunda Carta a Timóteo. Vendo aproximar-se o fim de sua vida terrena, Paulo faz um balanço: “Combati o bom combate, terminei minha carreira, guardei a fé” (2 Tim 4, 7). Para cada um de nós, queridos irmãos no episcopado, isto é um modelo a ser imitado: nos conceda a Bondade divina de fazer nosso um tal balanço conclusivo!

“O Senhor – prossegue São Paulo – me é próximo e me deu força, para que eu pudesse levar a bom termo o anúncio do Evangelho e todos os povos o escutassem” (2 Tm 4, 16 – 17). É uma palavra que ressoa com especial força neste domingo em que celebramos o Dia Mundial das Missões! Comunhão com Jesus crucificado e ressuscitado, testemunho de seu amor. A experiência do Apostolado é paradigmática para cada cristão, especialmente para nós pastores. Partilhamos um momento forte de comunhão eclesial. Agora nos separamos para que cada um possa voltar à sua missão, mas saibamos que permanecemos unidos em seu amor.

A Assembléia sinodal que hoje se encerra teve sempre presente a imagem da primeira comunidade cristã, descrita nos Atos dos Apóstolos: “A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma” (At 4, 32). É uma realidade experimentada nos dias passados, nos quais condividimos a alegria e as dores, as preocupações e as esperanças dos cristãos do Oriente Médio. Vivemos a unidade da Igreja na variedade das Igrejas presentes naquela Região. Guiados pelo Espírito Santo, nos tornamos “um só coração e uma só alma” na fé, na esperança e na caridade, sobretudo durante as Celebrações Eucarísticas, fonte e cume da comunhão eclesial, como também na Liturgia das Horas, celebrada cada manhã em um dos 7 ritos católicos do Oriente Médio. Valorizamos a riqueza litúrgica, espiritual e teológica da Igreja Oriental Católica, além daquela da Igreja Latina. Tratou-se de uma troca de dons preciosos, dos quais nos beneficiamos todos, os Padres Sinodais. É desejável que tais experiências positivas se repitam também nas respectivas comunidades do Oriente Médio, favorecendo a participação dos fiéis nas celebrações litúrgicas dos outros Ritos Católicos e portanto a abrir-se às dimensões da Igreja Universal.

A oração comum nos ajudou também a enfrentar os desafios da Igreja Católica no Oriente Médio. Um desses é a comunhão dentro de cada Igreja sui iuris, como também nas relações entre as várias Igrejas católicas de diferentes tradições. Como nos recordou o Evangelho de hoje (cf. Lc 18:9-14), precisamos de humildade para reconhecer nossas limitações, nossos erros e omissões, para poder verdadeiramente formar “um só coração e uma só alma”. Uma mais plena comunhão dentro da Igreja Católica favorece também o diálogo ecumênico com as outras Igrejas e Comunidades eclesiais. A Igreja Católica reiterou também nesta Assembleia sinodal a sua profunda convicção de continuar tal diálogo, para que se realize completamente a oração do Senhor Jesus “para que todos sejam uma só coisa” (Jo 17,21).

Aos cristãos no Oriente Médio se podem aplicar as palavras do Senhor Jesus: “Não tenhais medo, pequeno rebanho, pois foi do agrado do vosso Pai dar-vos o Reino” (Lucas 12:32). De fato, embora pouco numeroso, eles são portadores da Boa Nova do amor de Deus pelo homem, o amor que se revelou precisamente na Terra Santa, na pessoa de Jesus Cristo. Esta Palavra de salvação, fortalecida pela graça dos Sacramentos, ressoa com particular eficácia nos lugares onde, por divina Providência, foi escrita, e é a única palavra capaz de romper o ciclo vicioso da vingança, do ódio, da violência. De um coração purificado, em paz com Deus e com o próximo, podem nascer propósitos e iniciativas de paz em nível local, nacional e internacional. Nesse trabalho, a cuja realização é chamada toda a comunidade internacional, os cristãos, cidadãos com todos os direitos, podem e devem dar a sua contribuição com o espírito das bem-aventuranças, tornando-se construtores de paz e apóstolos de reconciliação para o benefício de toda a sociedade.

Perduram há muito tempo no Oriente Médio os conflitos, as guerras, a violência, o terrorismo. A paz que é dom de Deus, é também o resultado dos esforços dos homens de boa vontade, de instituições nacionais e internacionais, especialmente dos Estados mais envolvidos na busca da solução dos conflitos. Jamais se deve resignar-se à falta de paz. A paz é possível. A paz é urgente. A paz é a condição indispensável para uma vida digna da pessoa humana e da sociedade. Paz também é o melhor remédio para evitar a emigração do Oriente Médio. “Peçam a paz para Jerusalém” – nos diz o Salmo (122, ). Rezemos pela paz na Terra Santa. Rezemos pela paz no Oriente Médio, comprometendo-nos para que tal dom de Deus oferecido aos homens de boa vontade se espalhe pelo mundo inteiro.

Outra contribuição que os cristãos podem dar à sociedade é a promoção de uma verdadeira liberdade religiosa e de consciência, um dos direitos fundamentais da pessoa humana que cada Estado deveria sempre respeitar. Em muitos países do Oriente Médio, há liberdade de culto, enquanto o espaço da liberdade religiosa em muitos casos é muito limitado. Ampliar esse espaço de liberdade se torna uma exigência para assegurar todas as pessoas pertencentes às várias comunidades religiosas a verdadeira liberdade de viver e professar a sua fé. Esse argumento poderia se tornar objeto de diálogo entre cristãos e muçulmanos, diálogo cuja urgência e utilidade foi reafirmada pelos Padres sinodais.

Durante os trabalhos da Assembleia foi enfatizada com frequência a necessidade de repropor o Evangelho às pessoas que o conhecem pouco, ou que até mesmo se afastaram da Igreja. Com frequência foi evocada a urgente necessidade de uma nova evangelização também para o Oriente Médio. Trata-se de um tema muito comum, especialmente em países de antiga cristanização. Também a recente criação do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização responde a esta profunda exigência. Por isso, após ter consultado o episcopado do mundo inteiro, e após ter ouvido o Conselho Ordinário da Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos, decidi dedicar a próxima Assembléia Geral Ordinária em 2012, ao seguinte tema: “Nova evangelizatio ad christianam fidem tradendam - “Nova evangelização para a transmissão da fé cristã”.

Queridos irmãos e irmãs do Oriente Médio! A experiência destes dias dê a vocês a certeza de que não estão sozinhos, que os acompanham sempre a Santa Sé e toda a Igreja, nascida em Jerusalém, e que se espalhou por todo o Oriente Médio e, depois, por todo o mundo. Confiamos a aplicação dos resultados da Assembleia Especial para o Oriente Médio, bem como a preparação da Assembleia Geral Ordinária, à intercessão da Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja e Rainha da Paz. Amém.

Cidade do Vaticano, 24 out - O Santo Padre presidiu a oração mariana do Angelus deste domingo, na Praça São Pedro, no Vaticano, após a missa de encerramento do Sínodo dos Bispos para o Oriente Médio.

O Papa recordou que neste domingo a Igreja celebra o Dia Mundial das Missões sobre o tema "A construção da comunhão eclesial é a chave da missão".

O Santo Padre frisou que o tema do Sínodo dos Bispos para o Oriente Médio e o tema do Dia Mundial das Missões nos convidam a olhar a Igreja como mistério de comunhão. Recordando as palavras do Papa Paulo VI, Bento XVI disse que "a Igreja existe para evangelizar, ou seja, para pregar e ensinar, ser o canal do dom da graça, reconciliar os pecadores com Deus, perpetuar o sacrifício de Cristo na Santa Missa, memorial de sua morte e sua gloriosa ressurreição" .

Bento XVI anunciou que o próximo Sínodo que se realizará em 2012, terá como tema "A nova evangelização para a transmissão da fé cristã". "Em todos os tempos e em todos os lugares – também no Oriente Médio – a Igreja está presente e trabalha para acolher toda pessoa e oferecê-la em Cristo, a plenitude da vida" – disse o Papa que acrescentou: "a tarefa missionária não é revolucionar o mundo, mas transfigurá-lo, buscando a força em Jesus Cristo que nos chama à mesa de sua Palavra e da Eucaristia, para saborear o dom de sua presença, formar-nos em sua escola e viver sempre mais conscientemente unidos a Ele, Mestre e Senhor."

O Papa confiou aos cuidados da Virgem Maria, que de Jesus Crucificado recebeu a nova missão de ser Mãe de todos aqueles que querem crer Nele e segui-lo, as comunidades cristãs do Oriente Médio e todos os missionários do Evangelho. A seguir, concedeu a todos a sua bênção apostólica.

Após a oração mariana do Angelus, o Papa saudou, em várias línguas, os fiéis e peregrinos presentes na Praça São Pedro.

O Santo Padre saudou particularmente os fiéis peruanos e de outros países latino-americanos da Irmandade do Senhor dos Milagres que vivem em Roma.

"Neste domingo a Igreja celebra o Dia Mundial das Missões. Convido todos vocês a pedirem ao Senhor por aqueles que entregaram generosamente suas vidas à causa da evangelização dos povos, em meio a tantas dificuldades. Rezemos para que nunca lhes falte o nosso apoio espiritual e material no desempenho de sua tarefa apostólica" – concluiu Bento XVI. (MJ)

Fonte: Radio Vaticana

Portugal: cardeal orienta sobre vigília de Advento

 

A convite do Papa, católicos rezarão pela vida nascente

 

LISBOA, quinta-feira, 21 de outubro de 2010 – O Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, convocou uma “Vigília diocesana pela Vida” para o dia 27 de novembro, no Mosteiro dos Jerónimos, às 21h30.

O cardeal assinala – em carta dirigida nessa quarta-feira aos párocos e às comunidades – que a iniciativa está no contexto do convite aos bispos do mundo feito por Bento XVI, quem “iniciará o Advento com uma Vigília, por ele presidida, na Basílica de São Pedro, intitulada ‘Vigília pela Vida Nascente’”.

Na carta, o cardeal Policarpo afirma que “todos estamos conscientes das agressões à vida, a esta busca da plenitude da vida, no nosso mundo contemporâneo”.

“A Igreja está ao serviço da vida. Ela acredita que toda a vida brota de Deus, que Jesus Cristo é a sua plenitude humana e a fonte da força que nos permite lutar pela verdade da vida, em todas as suas etapas e expressões”, afirma D. José Policarpo.

Nesta Vigília, que será celebrada por todas as Igrejas particulares, a pedido do Papa, “pediremos a graça e a luz do Senhor para a conversão dos corações e daremos um testemunho eclesial comum para uma cultura da vida e do amor”.

D. José Policarpo considera ainda que esta Vigília preparará o coração dos católicos para iniciativas próximas do Santo Padre, tais como a Jornada Mundial da Juventude (Madri, agosto de 2011) e o VI Encontro Mundial das Famílias (Milão, 2012).

O cardeal assinala que a Vigília constará das primeiras Vésperas do Advento, com adoração eucarística e bênção das grávidas. Convocam-se todos os diocesanos, de modo particular as famílias, as mulheres grávidas e os jovens.

D. José Policarpo sugere que se façam vigílias locais, paroquiais, inter-paroquiais ou vicariais nessa mesma noite, permitindo aos cristãos que estão em locais mais distantes unirem-se ao Santo Padre.

“Na sua recente visita, o Papa desafiou-nos a fazer da nossa vida um lugar de beleza. Propõe-nos agora um caminho para que isso aconteça. A vida sem beleza é uma vida que ainda não se encontrou”, afirma.

Fonte: Zenit

Intervenções no Sínodo dos Bispos

 

ROMA, quinta-feira, 21 de outubro de 2010 - Várias mulheres, ouvintes no Sínodo do Oriente Médio, desejam que a Igreja dê à mulher o lugar que lhe corresponde. Isso poderia ser um testemunho para mulheres muçulmanas, às vezes "maltratadas", afirmam.

No transcurso da 11ª congregação geral, a religiosa libanesa Marie-Antoinette Saadé, responsável pela formação e pelo noviciado da Congregação das Irmãs Maronitas da Sagrada Família, pediu que se desse à mulher "seu lugar verdadeiro e justo".

"A Igreja não deveria estar na vanguarda neste âmbito, frente às práticas difundidas em certos ambientes muçulmanos, nos quais a mulher é espancada, presa, pisoteada, maltratada, sem direitos, com deveres que a escravizam?", perguntou a religiosa à assembleia de patriarcas, cardeais, bispos e sacerdotes.

"Isso seria um verdadeiro testemunho", afirmou.

Segundo a Irmã Saadé, "reparar juntos o tecido social, promovendo a pessoa humana no centro da família e a partir dela, parece-me ser a resposta certa para uma pastoral urgente e eficaz".

A religiosa convidou a "acender a fé na família, que é o lugar privilegiado em que os filhos aprendem a reconhecer sua identidade e crescem desenvolvendo seus talentos e faculdades humanas e divinas. Porque a fé é adquirida no colo da mãe. É aí que se faz a primeira catequese, a mais eficaz e durável".

A urgência do testemunho da mulher cristã

Por sua vez, a Irmã Clauda Achaya Naddaf, superiora das religiosas do Convento de Nossa Senhora da Caridade e do Bom Pastor, da Síria, constatou que o documento de trabalho deste Sínodo não menciona as questões relativas às mulheres, em um Sínodo do Oriente Médio, lugar onde as mulheres são consideradas como inferiores.

"A metade da população da terra está constituída por mulheres. Muitas delas são vítimas da violência, exploração, vivem na pobreza extrema, seus direitos são pisoteados. Nossa mãe Igreja é mãe segundo o exemplo de Maria. Será que ela excluiria as mulheres das suas preocupações?", perguntou a Irmã Clauda.

Por último, Jocelyne Khoueiry, membro fundador e presidente do movimento leigo La Libanaise-Femme du 31 Mai, do Líbano, afirmou que "quando a mulher cristã pode se expressar e testemunhar a beleza da fé e do verdadeiro sentido da dignidade e da liberdade, constitui um testemunho urgente que interpela a mulher muçulmana e abre caminhos novos ao diálogo".

"Que nossas famílias possam ser apoiadas e acompanhadas por sua Igreja, mãe e mestra, para que sejam, de maneira concreta e decidida, santuários abertos ao dom da vida, sobretudo quando esta é ferida pela deficiência ou por dificuldades socioeconômicas, algo que não é secundário diante da ameaça contínua da emigração."

"Uma conversão, no nível da nossa escala de valores e da nossa forma de ser, manifesta-se como muito urgente. Estamos chamados a ser, com Maria, servidores da esperança nesta região sofrida e vítima de tanta injustiça", concluiu Jocelyne Khoueiry.

Ontem não houve congregação geral dos participantes do Sínodo. O dia foi dedicado à unificação, por parte do relator geral, do secretário especial e dos relatores dos grupos de trabalho, das "propostas" que serão apresentadas ao Papa, depois do necessário debate e emendas.

(Marine Soreau)

Fonte: Zenit

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