Igrejas católica, ortodoxa e armênia mostram sua capacidade de colaborar

 

ROMA, sexta-feira, 3 de setembro de 2010 (ZENIT.org) – As Igrejas católica, ortodoxa e armênia chegaram a um acordo histórico: contribuir com a Autoridade Palestina para a restauração do telhado da igreja de Natividade de Jesus, em Belém.

O custódio da Terra Santa, franciscano Pierbattista Pizzaballa, o patriarca grego ortodoxo Theophilos III, e o representante do patriarca armênio, Torkom II Manoogian, firmaram o acordo nessa quinta-feira em Belém.

O acordo foi assinado na presença do primeiro-ministro palestino, M. Salam Fayyad, e do conselheiro do presidente Mahmoud Abbas para Assuntos Cristãos e presidente do Comitê para a renovação da igreja, M. Ziad Al bandak.

O padre Pizzaballa disse que “se trata do início de um novo modo de viver juntos em Belém”. “Esta basílica, muito antiga e necessitada de restauração, foi convertida no símbolo de nossa incapacidade de falar – explicou –. Espero que se transforme em um novo espaço em que as Igrejas podem demonstrar sua capacidade de colaborar.”

De fato, para qualquer restauração da basília da Natividade, como de todos os santuários regidos pelo Status Quo, é necessário o acordo dos três “co-proprietários”.

A insistência do presidente da Autoridade Nacional Palestina foi resultado fundamental para alcançar o acordo.

Em novembro de 2008, Mahmoud Abbas havia convidado as Igrejas a se entenderem. Além disso, a Autoridade Palestina destinou um milhão de dólares para a obra, segundo a agência AFP.

No ato da firma do acordo, estava presente também o chefe do grupo internacional de especialistas em restauração, professor Remigio Rossi. Está previsto que a obra dure 150 dias, e pelo momento a data de início é desconhecida.

Intervenção urgente

O que é evidente é a urgência das obras de restauração do templo. Visitando-o em dias de chuva, podem-se ver possas de água em diferentes pontos do interior.

De fato, não acontece nenhuma obra de restauração do telhado desde 1832, de forma que está notavelmente danificado, motivo pelo qual também ocorre a deterioração de mosaicos e pinturas.

Além de ser um dos lugares santos mais importante do cristianismo, onde segundo a tradição Jesus nasceu, a basílica da Natividade de Belém é uma das igrejas mais antigas do mundo.

Construída no início do século IV pelo imperador Constantino e reconstruída no início do século VI pelo imperador Justiniano, foi salva durante as invasões árabes do século VII pelo fato dos Reis Magos representados no edifício estarem revestidos de hábitos orientais.

O essencial da estrutura atual do telhado remonta a sua maior restauração, feita entre os anos de 1435 e 1479.

Sábado, 28 Agosto 2010 21:33

Nota Oficial pelo Processo Eleitoral

Veja na seção ARQUIVOS a Nota Oficial pelo processo eleitoral emitida pela Arquidiocese de Brasília.

Para ajudar na formação da consciência política nestas eleições, a Arquidiocese de Brasília promoverá três painéis de debates. Eles terão caráter formativo e explicativo e percorrerão as cidades de Taguatinga, Plano Piloto e Planaltina. Cerca de 150 pessoas participarão da programação nos locais.

O objetivo principal desta proposta não é apontar candidatos, pelo contrário é desenvolver no eleitor um senso critico e explicar o cenário político atual. “Exploraremos temas sobre o voto, a sua importância e o porquê de ter consciência ao votar”, explica o assessor de comunicação da Arquidiocese de Brasília, padre André Lima.

Cientistas políticos, integrantes do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, Comissão Justiça e Paz, juízes eleitorais serão convidados para participar da mesa juntamente com o arcebispo de Brasília, Dom João Braz de Aviz. Logo após, será entregue aos participantes uma
cartilha sobre o que a Igreja Católica fala e pensa sobre o tema, sempre embasado nos documentos do Vaticano.

O primeiro será no dia 27 de agosto às 20, no auditório Dom José Freire Falcão da Cúria Metropolitana de Brasília, ao lado da Catedral Nossa Senhora Aparecida.

Informações:
Assessoria de imprensa da Arquidiocese de Brasília
Tel.: 3213-3345/ 8590-3330/ 3213-3346
E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Sexta, 20 Agosto 2010 18:52

Suborno na Corte Suprema do México

 

Sobre uniões homossexuais
Arquidiocese de Guadalajara tem provas de suborno à Corte Suprema do México

MEXICO D.F., 18 Ago. 10 / 09:05 am (ACI).- O porta-voz da Arquidiocese de Guadalajara, Pe. Antonio Gutiérrez, afirmou que o Cardeal Juan Sandoval Íñiguez tem provas de que o chefe de governo do DF, Marcelo Ebrard, subornou os membros da Suprema Corte de Justiça da Nação (SCJN), para que permitissem as uniões homossexuais equiparadas ao matrimônio e a adoção de crianças por parte destes casais.

"Sim há sustento. O Cardeal estava falando com um fundamento: a informação que ele tem, e não só ele está informado, também outras pessoas", assinalou o sacerdote quem afirma também que o Cardeal “não se retratará” tal como pede Ebrard.

Depois de assinalar que o Cardeal não fará nenhuma declaração a respeito, o Pe. Gutiérrez também se dirigiu aos membros da Corte Suprema, e disse que não teme um possível voto de censura.
"Não temos temor. Que procedam. Por desgraça têm um poder absoluto e não há quem os questione, mas podem proceder como queiram", indicou o sacerdote, que assegurou que o arcebispado está preparado para responder qualquer demanda.

Neste domingo, a Rede Globo, no programa fantástico, exibiu ampla reportagem sobre o tema do aborto. Não somos defensores da revista Veja, mas vale a pena ler o artigo que Reinaldo Azevedo publicou no seu blog. Ele desmascara a falácia global. Boa Leitura.

O Fantástico e o aborto: assim não, companheiros! Ou: não se compensa penúria ética de uma tese com números fabulosos

A propósito do post acima: o Fantástico levou ontem ao ar uma longa reportagem que fez a defesa sub-reptícia da legalização do aborto, embora não se tenha tocado nessa expressão em nenhum momento. Escolheu-se o chamado método do terrorismo didático: convencer pelo horror. Câmeras escondidas flagraram clínicas clandestinas e carniceiros variados para evidenciar que, proibido embora — exceto em caso de estupro e risco de morte da mãe —, o aborto é feito à larga. O corolário restou subjacente: se é assim,  a proibição é uma hipocrisia e se legalize de vez a prática para preservar a saúde das mulheres. A tese é ruim. Que outras ilegalidades deveriam ser tornadas legais já que a gente não pode mesmo coibi-las totalmente? Levada a tese ao limite, em vez de combater os criminosos, as sociedades deveriam legalizar o crime. Tudo seria da lei. Voltaríamos ao estado da natureza. E deixo de barato que a defesa da “saúde da mulher” ignore, no caso, a vida do feto.

Uma tese ruim irrita, sim. Mas o mais constrangedor da reportagem, depois do método didático-terrorista, é a manipulação desajeitada de supostas estatísticas ou pesquisas, o que levou o site do Fantástico a cravar em seu site, na manchete: “Uma em cada cinco mulheres já fizeram aborto no Brasil”. De onde saiu tal formulação?

De uma pesquisa realizada por um grupo da UnB. Com voz muito pausada, sílabas escandidas de indignação cívico-militante, óculos que anunciam “sou uma pensadora”, a antropóloga Débora Diniz explica o que segue (leiam com atenção):
“A pesquisa nacional de aborto, cobriu todo o Brasil urbano, que são as capitais, e as grandes cidades, ou seja, ficou de fora o Brasil rural, porque não podíamos incluir mulheres analfabetas. As pesquisadoras entraram na casa das mulheres, com uma urna secreta, as mulheres de 18 a 39 anos, elas recebiam uma cédula que constava de cinco perguntas, e uma delas é, ‘você já fez aborto?’. O que nós sabemos é que uma mulher em cada cinco, aos 40 anos, fez aborto. Significam 5 milhões e 300 mil mulheres em algum momento da vida, já fizeram aborto. Metade delas usou medicamento, nós não sabemos que medicamento é esse; a outra metade precisou ficar internada pra finalizar o aborto. O que isso significa? Um tremendo impacto na saúde pública brasileira. Quem é essa mulher que faz aborto? Ela é a mulher típica brasileira. Não há nada de particular na mulher que faz aborto”.

É evidente que se trata de um discurso em favor da legalização do aborto. Ocorre que a fala da antropóloga é um queijo suíço, que só convence os incautos:
1 - Qual é a cientificidade de sua amostragem?
2 - Qual é o tamanho da amostra?:
3 - Quer dizer que “todo o Brasil urbano são as capitais e as grandes cidades”? Quem disse? Segundo qual ciência?
4 - Todas as mulheres do campo são analfabetas?
5 - Se a antropóloga confessa que o Brasil rural ficou fora da “pesquisa”, então é mentira que uma em cada cinco mulheres já fez aborto. Como posso afirmar isso? Ora, é ela quem afirma quando confessa que sua amostra não representa o Brasil.
6 - Se o mal enxergado pela intelectual da voz pausada é o impacto na saúde pública, seria menor tal impacto no caso da legalização? Um aborto legal dispensa a curetagem ou a sucção?
7 - O que a doutora Débora entende por “mulher típica brasileira”? Ainda que fosse verdadeiro o chute de que uma em cada cinco mulheres entre 18 e 39 anos já fez aborto, isso significaria, então, 20% do total. Com a devida vênia, doutora, a “mulher típica” é aquela dos 80% que não fizeram, certo? Por mais que a senhora tente transformar o aborto numa banalidade como “me passa o açúcar”, ele continua, até na sua pesquisa, uma exceção.

Defender a morte de um feto é difícil, reconheça-se. Por isso essa gente gosta tanto de estatísticas e números. Um dado fornecido por uma pesquisa do Instituto do Coração, da USP, foi considerado “espantoso” pelo Fantástico:
“Entre 1995 e 2007, a curetagem depois do procedimento de aborto foi a cirurgia mais realizada pelo SUS: 3,1 milhões de registros”.

Querem ver como, às vezes, falta ao editor ou puxar as orelhas dos repórteres ou usar calculadora que faça apenas as quatro operações (já nem digo ler o conjunto da obra em busca de incongruências)? 3,1 milhões de curetagens em 13 anos dão uma média de 238.461 procedimentos por ano. Atenção! Perguntem a especialistas da área e eles lhes dirão: 25% das gestações resultam em abortos espontâneos. Nascem, por ano, no Brasil, mais ou menos 2,8 milhões de crianças.

Vamos supor, meus caros, só para efeitos de pensamento, que não houvesse um só aborto provocado no Brasil: aqueles 2,8 milhões seriam apenas 75% das gestações — ao todo, elas somariam 3,73 milhões. REITERO: VAMOS FAZER DE CONTA QUE NÃO EXISTEM ABORTOS PROVOCADOS. Ora, só os abortos espontâneos chegariam, então, a 930 mil por ano. Como INEXISTE NOTIFICAÇÃO NOS HOSPITAIS PARA DISTINGUIR CURETAGEM DECORRENTE DE ABORTO ESPONTÂNEO DE CURETAGEM DECORRENTE DE ABORTO PROVOCADO, chega-se à conclusão de que os quase 240 mil procedimentos são um número “espantoso”, sim, Fantástico: ESPANTOSAMENTE BAIXO!

Se encontrarem furo lógico aí, cartas para o blog!

O número significa ainda mais — e mais grave: o SUS não tem, então, estrutura para atender nem mesmo os casos de abortos espontâneos. Imaginem o que poderia acontecer, então, com um aumento da demanda em caso de legalização.

As pessoas defendam o que bem entenderem. Faço o mesmo. Não gosto é que tentem me iludir com estatísticas furadas, que não resistem a uma conta de dividir e a uma regra de três. O que me incomoda na defesa da legalização do aborto é que se tenta compensar a penúria ética da tese com números. E números, lamento, podem auxiliar na criação de uma moral, mas não a substituem.

Ora, tenham a coragem, então, de defender o aborto como “um direito” e ponto final! Poder ser horrível, mas é, ao menos, intelectualmente mais honesto. E sem essa de chamar militante de “especialista”. Militante só é especialista da própria causa.

Por Reinaldo Azevedo

Nota do site: Não queremos o aborto defendido como direito, nem que o SUS alcance estrutura para tais procedimentos (existem outros realmente importantes para a saúde das pessoas). Somos defensores da vida e acreditamos que este é um valor fundamental e inalienável. Contudo, é bom ver esta falácia desfeita pela própria mídia.

São Paulo, 24 jul (RV) – Cientistas brasileiros podem acabar com impasse entre ética e ciência na questão das células-tronco. Pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP, em Ribeirão Preto, conseguiram fazer a produção de células-tronco de pluripotência induzida (ditas IPS) a partir da modificação genética de células da pele de adultos. A inovação do projeto está no uso de genes distintos dos tradicionalmente empregados pelos grupos de pesquisa que produzem trabalhos semelhantes com embriões.

Este estudo é inédito no Brasil e integra o pós-doutorado de Virgínia Picanço e Castro, publicado, em junho, na edição online da revista "Stem Cells and Development".

Todas as aproximadamente 100 trilhões de células que formam o corpo de um indivíduo adulto surgem a partir das células-tronco. Elas são extremamente versáteis e podem originar todos os tecidos do corpo humano. Em 2007, o cientista japonês Shinya Yamanaka já havia surpreendido o mundo gerando-as a partir da pele, o que, agora, está sendo desenvolvido também pelos cientistas brasileiros. Como prosseguimento da pesquisa, serão investigadas outras características que essas células possam apresentam e suas potenciais propriedades terapêuticas.

Fonte: Radio Vaticana

Orientação Espiritual é uma seção dedicada ao seu crescimento como cristão!

Publicaremos sempre reflexões que possam contribuir para o nosso crescimento espiritual, como comentários do Evangelho, reflexões sobre temas espirituais, textos de grandes autores. Nossa intenção é possibilitar que você possa encontrar referências sólidas para sua reflexão e oração pessoal.

Eleições: Bispos do RJ publicam orientações e critérios.

Rio de Janeiro, 18 julho – Os bispos do Regional Leste 1 da CNBB (Estado do Rio de Janeiro) divulgaram esta semana uma nota contendo orientações e critérios para as eleições de outubro. 

Segundo os bispos, o eleitor deve votar em candidatos que defendam a dignidade da pessoa humana e a vida, a família, a liberdade de educação. Lembram ainda os princípios da solidariedade e da subsidiariedade e o compromisso com a cultura da paz.

Leia a íntegra da nota:

ORIENTAÇÕES E CRITÉRIOS PARA AS PRÓXIMAS ELEIÇÕES

O Brasil está vivendo um momento peculiar – oportunidades e dificuldades – na sua história. De um lado, por seu crescimento interno e pelo seu destaque no cenário internacional, por outro pela continuidade de desigualdades sociais perversas, e pela corrupção que corrói e abrange todas as estruturas e instituições, prejudicando seriamente a credibilidade da classe política.

A Igreja, comprometida com o bem comum e a defesa irrestrita da dignidade e dos direitos humanos, apóia as iniciativas que contribuam para garanti-los a todos e denuncia distorções inaceitáveis presentes em vários programas, que como veremos ferem os princípios que norteiam a doutrina social cristã. O que está em jogo é uma visão da pessoa humana e da sociedade, solidária com a dignidade de todos, a favor da vida e aberta ao transcendente.

Para iluminar este processo eleitoral, a comunidade eclesial – que pela sua universalidade não pode se identificar com interesses particulares, partidários ou de determinado candidato/a – busca oferecer critérios de escolha e discernimento para as pessoas de boa vontade e cidadãos responsáveis. Também deseja que sejam votados candidatos coerentes com a defesa dos princípios éticos e cristãos.

Em consonância com estes mesmos princípios apresentamos as seguintes orientações e critérios:

Antes de tudo, é necessário “valorizar o voto” que decide a vida pública do nosso País e dos nossos Estados nos próximos anos. O meu voto é precioso! Não se compra! Nele se manifesta a minha liberdade e a minha decisão. Recentemente obtivemos a vitória do projeto de lei denominado “Ficha Limpa” que por decisão do TSE se aplicará nestas eleições. Cabe agora vigiar e cuidar para eliminar do pleito aqueles candidatos corruptos que contaminam o cenário político e destroem a democracia.

1. O primeiro critério para votar em um candidato é a defesa da dignidade da Pessoa Humana e da Vida em todas as suas manifestações, desde a sua concepção até o seu fim natural com a morte. Rejeitamos veementemente toda forma de violência, bem como qualquer tipo de aborto, de exploração e mercado de menores, de eutanásia e qualquer forma de manipulação genética.

2. O segundo critério é a defesa da Família na qual a pessoa cresce e se realiza. Por isso devem ser votados aqueles candidatos que incentivam, com propostas concretas, o desenvolvimento da família segundo o plano de Deus. Opõem-se ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, à adoção de crianças por casais homoafetivos, à legalização da prostituição, das drogas e ao tráfico de mulheres.

3. O terceiro critério é a liberdade de Educação pela qual os pais têm o direito de educar os filhos segundo a visão de vida que eles julguem mais adequada. Isso comporta uma luta pela qualidade da escola pública e pela defesa da escola particular, defendendo o ensino religioso confessional e plural, de acordo com o princípio constitucional da liberdade religiosa, reconhecido também no recente Acordo entre Brasil e Santa Sé.

4. O quarto critério é o princípio da solidariedade, segundo o qual o Estado e as famílias devem ter uma particular atenção preferencial pelos pobres, àqueles que são excluídos e marginalizados. Deve-se garantir uma cidadania plena para todos/as, assegurando o pleno exercício dos direitos sociais: trabalho, moradia, saúde, educação e segurança.

5. O quinto critério é o princípio de subsidiariedade, ou seja, haja autonomia e ação direta participativa dos grupos, associações e famílias fazendo o que podem realizar, sem interferências ou intromissões do Estado. Este deve apoiar e subsidiar, nunca abafar ou sufocar as liberdades e a criatividade das pessoas. Assim elas poderão exercer uma cidadania ativa e gestora.

6. Enfim, diante de uma situação de violência generalizada, os candidatos devem, de forma concreta e decidida, comprometer-se na construção de uma Cultura da Paz em todos os níveis, particularmente na educação e na defesa da infância e da adolescência.

Do ponto de vista prático nas paróquias e em nossas associações e movimentos, se dê grande importância a este momento eleitoral e se realizem debates sempre com vários candidatos de vários partidos, em vista da realização do bem comum. Durante os eventos promovidos pela diocese ou pelas paróquias nunca devem aparecer faixas, cartazes ou outro tipo de sinais que identifiquem e apóiem os candidatos. O trabalho político, ao qual todos somos chamados, cada um segundo a sua maneira de ser, é uma forma de mostrar a incidência do Evangelho na vida concreta, visando à construção de uma sociedade justa, fraterna e equitativa. Em conseqüência haverá uma esperança real para tantas pessoas céticas, desnorteadas e confusas com a política atual. É uma grande oportunidade que os católicos e todas as pessoas de boa vontade não podem perder.

OS BISPOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO,
Regional LESTE 1 da CNBB

(Fonte: Informativo da Rádio Vaticana)

Por Ives Gandra da Silva Martins Filho

A emenda constitucional, aprovada pelo Congresso, objetiva facilitar a obtenção do divórcio, suprimindo requisito relativo ao lapso temporal --de um ano contado da separação judicial e dois anos da separação de fato--, denominada de a "PEC do divórcio-relâmpago", a meu ver, fragiliza ainda mais a família, alicerce da sociedade, nos termos do artigo 226 'caput' da Constituição Federal.

Na medida em que os mais fúteis motivos puderem ser utilizados para que a dissolução conjugal chegue a termo, sem qualquer entrave burocrático, possivelmente, não possibilitando nem o aconselhamento de magistrados e nem o de terceiros para a tentativa de salvar o casamento, o divórcio realmente será relâmpago.

Não poucas vezes, casais que estão dispostos a separar-se, não percebendo o impacto que a separação pode causar nos filhos gerados, quando aconselhados e depois de uma reflexão mais tranquila e não emocional, terminam por se conciliar.

Conheço inúmeros exemplos nos quais o ímpeto inicial foi contido por uma meditação mais abrangente sobre a família, os filhos e a vida conjugal, não chegando às vias do divórcio pela prudência do legislador ao impor prazos para concedê-lo e pela tramitação que permite, inclusive, a magistrados aconselharem o casal em conflito.

A emenda mencionada autoriza que, no auge de uma crise conjugal, a dissolução do casamento se dê, sem prazos ou entraves cautelares burocráticos. Facilita, assim, a tomada de decisões emotivas e impensadas, dificultando, portanto, uma solução de preservação da família, que foi o objetivo maior do constituinte ao colocar no artigo 226, que o Estado prestará especial proteção à família.

Entendo que a "PEC do divórcio-relâmpago" gera insegurança familiar, em que os maiores prejudicados serão sempre, em qualquer separação, os filhos, que não contribuíram para as desavenças matrimoniais, mas que viverão a turbulência da divisão dos lares de seus pais, não podendo mais ter o aconchego e o carinho, a que teriam direito --por terem sido por eles gerados ou adotados-- de com eles viverem sob o mesmo teto.

Como educador há mais de 50 anos, tenho convivido com os impactos negativos que qualquer separação causa nos filhos, que levam este trauma, muitas vezes, por toda a vida.

Por isto, sou favorável à maior prudência, como determinou o constituinte de 88, no parágrafo 6º do artigo 226 da Lei Maior. Tenho para mim, inclusive, que o capítulo da Família na Carta Magna de 88, por ser a família a espinha dorsal da sociedade, deveria ser considerado cláusula pétrea.

Fonte: http://www.conjur.com.br/2010-jul-08/divorcio-relampago-gera-inseguranca-fragiliza-ainda-familia

Pelo prof. Giuseppe Noia*

ROMA, domingo, 11 de julho de 2010 (ZENIT.org) - Um dos teoremas mais difundidos e radicados no mundo médico e na cultura popular é de pensar que o aborto voluntário possa ser menos traumático quando praticado nas primeiras semanas de gravidez, submetendo assim a prática do aborto ao critério da "proporcionalidade traumática": quanto menor for o embrião, mais seguro e mais aceitável é o aborto, com menores consequências para a mulher.

Assistimos, ao longo das últimas duas décadas, também no campo dos exames pré-natais, a uma corrida vertiginosa pelo diagnóstico antecipado: biópsia dos vilos corais (10-12 semanas) em substituição à amniocentese, a análise do líquido retronucal, a coleta tríplice; expressões de uma postura de antecipação que culmina na "síndrome do feto perfeito".

Tal síndrome não está descrita nos manuais médicos, mas hoje é já conhecida por todos: é caracterizada pela necessidade compulsiva de exames diagnósticos cada vez mais precoces; é o "teorema da proporcionalidade traumática" aplicado, a idéia de que o diagnóstico precoce de uma anomalia possibilite uma decisão mais precoce e, em caso de má-formação, uma opção pelo aborto menos traumática do ponto de vista físico e psíquico.

É obvio que, do ponto de vista fisiológico, a interrupção precoce de uma gravidez envolve riscos menores. Mas quando falamos de seres humanos, a segurança não pode ser avaliada unicamente com base em critérios fisiológicos ou biológicos: a saúde psíquica da mulher é reconhecida por todos como sendo de extrema importância, e pela sua salvaguarda invoca-se o direito à interrupção de uma gravidez após os 90 dias.

Pergunto-me então: como se pode ainda aceitar, em especial no âmbito da prática médica, o conceito de "proporcionalidade traumática" quando toda a literatura científica evidencia os conflitos psicológicos pós-abortivos, quando a elaboração do luto (mesmo de abortos precoces e espontâneos) é causa de depressão e angústias profundas, de perda de libido, de infertilidade e até perda da capacidade de engravidar novamente, quando em nossos estudos as mulheres nos confidenciam que o sentimento de perda de um filho não é proporcional ao seu peso em gramas ou seu tamanho em centímetros?

O grau de sofrimento experimentado pelas mulheres após um aborto, com efeito, nada mais é que a demonstração empírica de uma evidência profunda que o mundo médico se recusar a enxergar, ou da qual não avalia a real gravidade: que se pode interromper uma gravidez biológica, mas não se pode eliminar a gravidez psíquica. Definitivamente, o vínculo com o próprio filho não é eliminado com a eliminação do embrião.

A pílula RU486 reduz a prática abortiva a uma mera questão de precocidade e segurança, promovendo uma concepção de aborto "faça-você-mesma"; um aborto privado, por mais seguro que possa ser (na verdade, em 13% dos casos faz-se necessária uma intervenção cirúrgica para evacuação do feto), soma solidão a solidão. Enquanto num aborto cirúrgico a interrupção da gravidez é delegada a um terceiro, no aborto químico com a RU468 é a mãe quem administra o veneno que matará seu próprio filho.

Os efeitos fisiológicos são semelhantes aos de um aborto cirúrgico executado com anestesia: contrações, expulsão do feto e dos restos placentários, hemorragia; mas com a RU468, a mulher enfrenta isso tudo sozinha, sem qualquer assistência - e o máximo da responsabilidade psicológica!

Destaco estas profundas contradições científicas, éticas e humanas num momento em que se promove o uso extensivo do aborto farmacológico na sociedade italiana, já duramente atingida por um mal-estar que evidencia, a cada dia com mais frequência, doenças da alma e da psique, das quais, lamentavelmente, os protagonistas são muitas vezes mãe e filho - díade preciosa que a cultura pseudo-científica parece querer separar e dividir.
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*Giuseppe Noia é professor de ginecologia, obstetrícia e cirurgia fetal invasiva na Universidade Católica do Sagrado Coração de Roma. É autor de diversos livros e artigos, entre os quais "Terapias fetais invasivas" e "Terapias fetais"; é também co-autor de "O filho terminal".

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