Jerusalém, 05 fev - Arqueólogos israelenses apresentaram, nos dias passados, as ruínas de uma basílica da época bizantina, descoberta recentemente, num local onde poderia estar o túmulo do profeta bíblico Zacarias.

A igreja, com mosaicos do piso bem conservados, foi descoberta em Hirbet Midras, local onde existia uma comunidade judaica na era romana, no centro do país, informou num comunicado, o Departamento de Antiguidades israelense. As escavações começaram após a detenção de um grupo de saqueadores que exploravam o local.

A nave da basílica tinha oito pilares de mármore. Os mosaicos são decorados com motivos florais, de animais, em especial pássaros, e geométricos. Serão recobertos nos próximos dias, para a sua preservação.

Sob o edifício há uma segunda camada de mosaicos desse período, e mais abaixo uma rede de grutas onde poderia estar o túmulo de Zacarias.

"Pesquisadores que visitaram o local consideram que seja o local da residência e do túmulo de Zacarias", segundo um comunicado do Departamento de Antiguidades, que considera que essa hipótese deva ser ainda verificada.

O sítio arqueológico de Hirbet Madras – conhecido desde fins do século XIX – abrigou uma importante comunidade judaica na época da revolta de Bar Kokhba, chefe do último levante judeu contra o império romano em 135 d.C., segundo arqueólogos israelenses.

As escavações tornaram possível exumar um "complexo subterrâneo" e os restos de edifícios dessa época, salas e instalações para a água, assim como grutas e túneis onde os rebeldes judeus teriam se escondido, informa o comunicado do Departamento de Antiguidades israelense.

Os arqueólogos encontraram no local, moedas judaicas, lâmpadas e cerâmica dos primeiros séculos depois de Cristo.

Conhecido por seu livro, Zacarias – que não deve ser confundido com o outro Zacarias, pai de São João Batista – é o 11º dos 12 profetas menores da Bíblia e teria vivido antes de Cristo. (AF)

Fonte: Rádio Vaticana

Dundo, 05 fev - O bispo de Dundo, norte de Angola, Dom José Manuel Imbamba, declarou neste sábado, à agência de notícias Angop, que a Constituição do país é "um exemplo de democracia social".

Para Dom Imbamba, a atual Constituição de Angola é uma carta magna que permite o exercício democrático para a formação de uma sociedade moderna e participativa.

O líder religioso referiu que um dos grandes méritos da Constituição angolana é o fato que os cidadãos de Angola se veem espelhados nela e se reconhecem nos seus dispositivos que respeitam os fundamentos nobres da dignificação do cidadão angolano, tanto nos direitos quanto nos deveres e compromissos para com a Pátria e a sociedade em geral.

O prelado convidou à participação da sociedade civil na promoção e divulgação dos valores universais da pessoa humana, exaltados na Carta Magna, de modo a contribuir para a construção de uma sociedade fraterna.
A nova Constituição angolana foi promulgada no dia 5 de fevereiro de 2010 – portanto celebra hoje o seu primeiro aniversário – e é composta de 244 artigos. (AF)

Fonte: Rádio Vaticana

Brasília, 05 fev - A Igreja Católica decidiu intensificar a campanha de prevenção e combate à Aids. A iniciativa gera polêmica, pela possível mudança de posição da Igreja quanto ao uso de preservativos.

No dia 28 de maio próximo, a Santa Sé promoverá uma conferência, durante a qual se debaterá sobre os cuidados aos doentes infectados pelo vírus HIV e também sobre as formas de prevenção.

No final de 2010, Bento XVI declarou que era exemplar quem usava o preservativo, pois esta era uma forma de demonstrar preocupação com o parceiro... ou, pelo menos, foi isso que a imprensa leiga, em sua maioria, divulgou.

Na verdade, o que houve foi o seguinte: No livro-entrevista Luz do mundo, do jornalista alemão Peter Seewald, Bento XVI explica que "concentrar-se apenas no profilático significa banalizar a sexualidade" e que "essa banalização representa justamente a perigosa razão pela qual tantas pessoas não veem mais na sexualidade a expressão de seu amor, mas apenas uma espécie de droga que pode ser auto-ministrada". No contexto de sua reflexão em defesa da não banalização da sexualidade, o Papa Ratzinger explica que "pode haver casos nos quais se pode justificar o uso de preservativos, por exemplo, quando uma prostituta utiliza um profilático" acrescentando, todavia que "este não é o modo real de se combater o contágio do HIV".

O posicionamento da Santa Sé sobre o assunto será debatido na conferência de maio próximo, que contará com a participação de especialistas das Nações Unidas e de outras organizações.

O subsecretário do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde, Mons. Jean-Marie Mpendawatu Mate Musivi, afirmou que é preciso esclarecer bem as coisas, para não gerar outros problemas de compreensão quanto ao tema e quanto à opinião da Igreja. (AF)

Fonte: Rádio Vaticana

Semana de Estudos Teológicos em Viana do Castelo discutiu nova evangelização

 

ROMA, sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011 (ZENIT.org) – O padre Luís Miguel Rodrigues, da arquidiocese de Braga, considera que a presença da Igreja na internet deve ter uma “estratégia cristã”.

O sacerdote, que tem responsabilidades de formação e na Faculdade de Teologia e na preparação de catequistas, proferiu a palestra de encerramento da Semana de Estudos Teológicos, em Viana do Castelo. O evento discutiu estes dias cultura digital e nova evangelização.

Segundo informa Agência Ecclesia, o sacerdote sublinhou a importância do mundo digital, que hoje é matriz de cultura, e de colocá-lo ao serviço da formação.

Para padre Luís Rodrigues, a estratégia cristã na internet deve estar marcada pela “beleza e pobreza”, oferecendo “recursos que ajudem a exprimir e a pensar a fé”.

O sacerdote sinalizou algumas dificuldades na evangelização do mundo digital. Citou, por exemplo, a “falta de mediação”.

Segundo ele, estar na internet com espírito cristão implica dar “informação, formação e disponibilizar recursos” que vão permitir "religar" homens e mulheres, despertando alguns para o acontecimento de Jesus Cristo, incentivando outros a retomar o contato com a comunidade.

Bispos australianos falam de “batalha moral” na nação

 

MELBOURNE, sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011 (ZENIT.org) - A Austrália atravessa atualmente uma "batalha moral", advertem os bispos deste país aos juristas e magistrados, diante do anúncio de um projeto de lei que legalizaria a eutanásia em todos os estados australianos.

Isso, junto com a questão da liberdade religiosa, tem sido o centro da pregação nas Red Masses, advertindo sobre o "poder da lei e a fraqueza da nossa natureza".

As Red Masses (traduzido literalmente como "Missas Vermelhas") são celebrações da Eucaristia com as quais se começa o ano jurídico, uma tradição da Alta Idade Média europeia, que continua até hoje nos países de cultura anglo-saxônica.

Nelas, pedia-se ao Espírito Santo que descesse sobre os advogados e juízes, para que pudessem julgar de forma justa. O apelativo "vermelhas" se deve à vestimenta usadas pelos sacerdotes, referindo-se a Pentecostes.

A arquidiocese de Sydney transmitiu uma Missa celebrada na segunda-feira pelo bispo Anthony Fisher, na Catedral de Santa Maria.

Dom Fisher falou para mais de 1.000 juízes, advogados, promotores, acadêmicos e professores de Direito, bem como aos estudantes de direito, que estão à espera do projeto de lei que legalizaria a eutanásia nos diversos parlamentos australianos.

"Poderíamos estar à beira de legalização, em algum lugar deste país, do assassinato de pessoas que sofrem por parte dos que vivem confortavelmente, dos mais vulneráveis por parte dos poderosos, e dos doentes por aqueles que deveriam ajudá-los", advertiu.

O próprio Dom Fisher era um advogado estagiário, antes de ir para o seminário.

Em sua homilia, destacou o caso de Salomão, "reconhecido e respeitado por sua sabedoria e considerado o juiz mais sábio de todos", mas que depois foi vítima da cobiça de uma mulher poderosa e rica que o fez cair em desgraça e deixar de falar com a sabedoria divina.

"Ele é um exemplo para todos nós, já que experimentamos o poder da lei e também a fraqueza da nossa natureza", disse o bispo.

Gratidão e vigilância

O arcebispo Denis Hart, de Melbourne, celebrou uma "Missa Vermelha" na segunda-feira, na Catedral de St. Patrick, e a homilia foi proferida pelo bispo auxiliar, Dom Timothy Costelloe.

Dom Costelloe focou seu discurso na liberdade religiosa, dando o exemplo de São João Bosco e referindo-se à mensagem do Papa Bento XVI para o Dia Mundial da Paz.

Citando a mensagem do Santo Padre, o prelado explicou: "O que o Papa diz é que, naturalmente, o reconhecimento e a proteção do direito à livre prática da fé religiosa é uma condição necessária para a manutenção da justiça e de uma sociedade pacífica".

O bispo admitiu que a mensagem do Papa se refere especificamente à violência contra os cristãos, em particular no Oriente Médio. Mas disse que "devemos nos perguntar se no nosso país há perigos potenciais à liberdade religiosa".

"Assim como muitos de nós nos reunimos em igrejas por toda a cidade durante a última noite de Natal e no dia do Natal para celebrar o nascimento de Cristo, poucos de nós teríamos pensado em dar um só passo, se existisse a possibilidade de um ataque às nossas igrejas", disse o prelado. Também sugeriu aos seus ouvintes que agradecessem por esta "liberdade maravilhosa" da qual "nem todos os países podem desfrutar".

"Sentimos gratidão, mas, ao mesmo tempo, temos de estar vigilantes - disse o bispo Costelloe. As liberdades que temos poderiam facilmente ser ameaçadas."

Neste contexto, referiu-se à "interminável batalha" do aborto.

"Quantos de nós poderiam imaginar que, nessa situação, inclusive a liberdade dos médicos e de outros profissionais de exercer o seu direito de objeção de consciência e não cooperar de forma alguma em procedimentos de aborto, teria sido proibida pela lei?" refletiu o bispo.

"Estamos conscientes de que existe uma pressão constante para permitir a legalização da eutanásia. Devemos buscar uma visão alternativa ou precisamos nos preparar para um resultado semelhante?"

Em busca da verdade

Dom Costelloe destacou a declaração do Santo Padre, que disse que no coração da liberdade religiosa "está o direito de cada ser humano de buscar a verdade".

O bispo continuou: "A verdadeira razão pela qual a liberdade religiosa deve ser protegida e garantida tem a ver com a verdade mais profunda dos seres humanos, que são feitos por Deus e para Deus. Negar às pessoas o direito de responder a este Deus plena, livre e abertamente é uma traição ao verdadeiro significado do que o serviço público, em todas as suas formas, deveria ser".

"Estando mais um ano ao serviço da nossa sociedade, o Papa Bento XVI nos convida a manter nossos olhos firmes nesta verdade fundamental. Os seres humanos são criados por Deus. Quando esquecemos isso e excluímos Deus da esfera pública e privada, então as nossas vidas individuais e em sociedade começam a ruir; não entendemos a nós mesmos nem aos outros, e não compreendemos a verdadeira natureza do mundo em que vivemos."

Ambos confirmam a autoridade episcopal nas questões morais

 

WASHINGTON, sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011 (ZENIT.org) - A irmã Carol Keehan, foco da atenção pública por seu apoio à reforma do sistema de saúde proposta por Barack Obama, diante da rejeição dos bispos dos EUA, reconheceu a autoridade do bispo local na resolução de problemas morais e éticos que podem ocorrer nos hospitais católicos.

Em um comunicado da última segunda-feira, a irmã Keehan, que é presidente da Catholic Health Association (CHA), mostrou sua adesão à frente dirigida pelo presidente da Conferência dos Bispos Católicos (USCCB), o arcebispo de Nova York, Dom Timothy Dolan, confirmando a autoridade do bispo local para a interpretação das diretrizes éticas e religiosas para os Serviços de Saúde Católicos.

Estas orientações, agora em sua quarta edição, foram publicadas pelos bispos em 2001 como um guia de comportamento para aqueles que trabalham nos hospitais católicos.

Uma comunicação da USCCB afirmou que houve conversas entre Keehan e Dom Dolan para encontrar uma solução para os problemas sobre a autoridade do bispo local, na interpretação e aplicação dessas diretrizes (DER). A Conferência publicou uma troca de cartas entre os dois, que refletem as conclusões que partilham.

"Estou feliz por ter a oportunidade de garantir que, tanto em público como em privado, a CHA sempre tenha dito aos seus patrocinadores, conselheiros, gestores e médicos, que um bispo na sua diocese tem autoridade para interpretar as ERDs - escreveu a irmã Keehan no dia 18 de janeiro passado. Queremos dizer que um bispo tem o direito de interpretar as ERDs e de desenvolver suas próprias diretrizes éticas e religiosas, se assim desejar."

A resposta arcebispo Dolan, na última quarta-feira, explicou o contexto desta autoridade. Ele afirmou que, "em qualquer caso médico, especialmente em algumas complicações, certamente se necessita de uma consulta adequada aos profissionais médicos e aos peritos em ética, especializados no ensinamento da Igreja. Inclusive, como afirmou, no final, é o bispo da diocese quem decide a interpretação e aplicação das ERDs".

"Quando surgem conflitos, é novamente o bispo quem toma a decisão, baseando sua autoridade em seu magistério. Uma vez que a decisão tenha sido tomada frente a um dilema, sua aplicação não é mais responsabilidade das teorias morais, das interpretações éticas ou das opiniões dos médicos, que podem ser legítimas. A questão torna-se responsabilidade da autoridade do bispo."

Uma voz

O presidente da USCCB disse que o futuro mostra "muitos momentos no horizonte que podem supor um desafio para a Catholic Health Care e para a USCCB. Esses momentos são oportunidades de reafirmar o compromisso da Igreja com os pobres e o respeito ao direito à vida".

"Será muito importante, nesses momentos, que a Igreja fale a uma só voz, e eu gostaria de agradecer o apoio contínuo da CHA nestas questões", disse o arcebispo.

Ele mencionou duas áreas: o projeto de lei Pitts-Lipinski, para cobrir o aborto com fundos públicos; e a questão dos direitos de consciência.

Com relação ao projeto de lei, o arcebispo Dolan agradeceu o apoio da CHA, que nesse momento já tinha se manifestado.

Com relação à liberdade de consciência, disse: "Estão aumentando as pressões políticas e sociais que procuram forçar a Igreja a comprometer os seus princípios. A Igreja sempre teve essas pressões, mas agora eu estou extremamente preocupado com a intromissão ilegítima do governo em nossos hospitais. Por exemplo, há uma grande preocupação sobre as ameaças à liberdade de consciência, que já foram identificadas, enquanto a Lei de Assistência ao Paciente estava sendo considerada. Isso não foi resolvido com a última lei".

O arcebispo afirmou que os prelados têm "ideias concretas sobre como lidar com o problema", e garantiu à irmã Keehan que suas sugestões serão bem-vindas.

"Pelo bem comum e para garantir a integridade moral e doutrinal no exercício deste apostolado - disse o arcebispo -, devemos trabalhar juntos para tratar desta e de outras ameaças à consciência." 

Na rede: declarações íntegras, textos e cartas: www.usccb.org/comm/archives/2011/11-024.shtml

 

Mostra “a fragilidade humana, a falta de valores e do sentido de dignidade e respeito”

 

BELO HORIZONTE, sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011 (ZENIT.org) – O que se oferece em um espetáculo com o Big Brother “é digno de lástima”, afirma o arcebispo de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo.

Em um artigo intitulado “A celebridade é frágil”, divulgado à imprensa nesta sexta-feira, o arcebispo afirma que pode parecer “um despropósito a abordagem conjunta sobre celebridade e doença”.

“Particularmente quando se pensa na pessoa célebre como alguém com potência de força, seja física, esportiva, artística ou política - condição contrária à fragilidade do doente. No entanto, a condição humana pode hospedar, num tempo ou noutro, cedo ou tarde, força e fraqueza.”

Dom Walmor recorda que “ninguém é poderoso sempre, possui tudo sempre, tem força física sempre. E mais, ninguém está imune ao sofrimento e à dor, seja na própria vida, na família ou nas instituições que frequenta”.

“Essa verdade, que constantemente deve ser considerada, devolve cada um à realidade da sua condição de ser humano. Pela força da sabedoria, demove do orgulho e da soberba, além de corrigir o coração e a inteligência de toda indiferença causadora da falta de solidariedade, que impede a igualdade e perpetua as discriminações.”

“A consideração da fraqueza que se hospeda no ser humano, seja no enfermo, no pobre, no outro que pode menos, tem sido ofuscada, ilusoriamente, pela apelação das disputas e apegos pelo poder”, afirma.

“Não menos, e de modo imoral – prossegue o arcebispo –, seduzindo multidões e tirando, como caça-níqueis, o seu dinheiro, por meio de espetáculos questionáveis, como é o caso do Big Brother.”

“Na verdade, sob o apanágio do poder e dos momentos de celebridade, mesmo com a exposição do próprio corpo, da privacidade e dos desejos escondidos de ter e poder mais, o que se oferece em tal espetáculo é digno de lástima.”

Dom Walmor considera que ali se assiste a um show que “mostra a fragilidade humana, a falta de valores e do sentido de dignidade e respeito”.

“Voltar o olhar para quem precisa, especialmente, o doente contracenando com a condição de celebridade, é um exercício educativo, oportuno na vida de qualquer um”.

“Seja para os jovens de modo a não viverem na ilusão e chegarem despreparados ao lugar e à condição que todos chegam, ou os adultos, no auge da ascensão e conquistas, para que o orgulho e a soberba não os derrubem, com celeridade inusitada, dos postos e funções de um momento glorioso e passageiro.”

Nesta semana que antecede o Dia Mundial do Doente, Dom Walmor convida a visitar os enfermos no hospital, em casa, nos asilos, casas de repouso ou nas clínicas e abrigos.

“Que crianças, jovens, adultos e velhos, com reverência traduzida em gestos de solidariedade, ofertas e presença consoladora, sejam um apelo para que haja mais investimentos em saúde, com boas estruturas médicas para todos, em especial os mais pobres e sofredores.”

“Vale lembrar as palavras de Cristo para o juízo final, ao falar da garantia para a participação no Reino de Deus: ‘Estive doente e me visitastes’”, afirma o arcebispo.

Fonte: Zenit

ROMA, quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011 (ZENIT.-org) - A mensagem do Papa Bento XVI para o 19º Dia Mundial do Doente foi apresentada hoje na Sala de Imprensa da Santa Sé.

Durante a apresentação do texto, intervieram, por parte do Conselho Pontifício para a Pastoral no Campo da Saúde, seu presidente, Dom Zygmunt Zimowski, o secretário, Dom José Luis Redrado, o subsecretário, Dom Jean-Marie Mpendawatu, e a Dra. Rosa Merola, consultora do dicastério e psicóloga no Instituto Penitenciário Romano de Rebibbia.

Com o lema "Pelas suas chagas fostes curados", o Papa convida a uma reflexão sobre o mistério do sofrimento; convida a sociedade a aceitar o sofrimento; os jovens, a compreendê-lo; e as autoridades, a investir mais em estruturas de saúde.

Nela, o Santo Padre afirma que, no Dia Mundial do Doente, querido por João Paulo II, é preciso sensibilizar "as nossas comunidades e a sociedade civil com relação aos doentes", a quem convida a ver "com olhos de esperança todos os males que afligem a humanidade", recordando, com São Bernardo, que "Deus não pode sofrer, mas sim compartilhar" o sofrimento com o homem.

O Papa partilha seu entusiasmo ao rezar diante do Santo Sudário de Turim e sua meditação "diante daquele rosto sofredor", que é "um convite à reflexão sobre o que São Pedro escreveu - ‘Pelas suas chagas fostes curados' - e sobre como, para os apóstolos e para nós, o sofrimento permanece repleto de mistério, difícil de aceitar e suportar".

AIDS e preservativo

Respondendo a uma pergunta sobre o preservativo, Dom Redrado lembrou que a doutrina da Igreja está muito clara no comunicado divulgado há algumas semanas pela Congregação para a Doutrina da Fé "e que, enquanto agentes de saúde, não há nada a acrescentar", explicou.

Por sua parte, Dom Mpendawatu recordou que, depois do estabelecimento de uma parceria prevista para maio, estão planejando publicar um "subsídio" pastoral para os agentes sanitários e comunidades cristãs, que trate globalmente do tema da AIDS, aspecto no qual "a Igreja está se empenhando intensamente".

Ele lembrou também que a carta aos agentes de saúde, publicada em 2005, é um código de conduta inteiramente válido para aqueles que trabalham no setor.

Dom Zimowski também afirmou que a ciência avança e apresenta novos problemas, que exigem atualização constante, bem como o esforço que se realiza nas 171 mil estruturas de saúde relacionadas à Igreja para cumprir sua tarefa.

Células-tronco e família

Dom Mpendawatu, por sua vez, quis recordar que a Igreja tem muitos médicos "envolvidos na pesquisa sobre células estaminais adultas e com bons resultados," enquanto os experimentos com células-tronco embrionárias não levaram a nada.

"A Igreja realiza um trabalho que não é filosófico, mas prático", acrescentou Dom Redrado, recordando, por exemplo, como, "apenas no hospital Fate Bene Fratelli, com suas 300 estruturas, foram atendidas em um ano 20 milhões de pessoas", isso sem contar os países da África ou o trabalho que a Igreja realiza lá.

A Dra. Rosa Merola, em contato direto com os presos, entre os quais se encontram muitos jovens, recordou como influencia negativamente os presos a falta de afeto, de figuras de referência, bem como a importância dos valores da família e da educação nos valores autênticos, para fazer que os próprios filhos cresçam e evitem males irreparáveis.

(Sergio Mora)

Fonte: Zenit

Sexta, 04 Fevereiro 2011 17:51

Filipinas: eleição entre a vida e a morte

Oposição dos bispos à proposta de lei de “saúde reprodutiva”

 

ROMA, quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011 (ZENIT.org) – Em carta pastoral publicada em seu site na última segunda-feira, 31 de janeiro, os bispos católicos das Filipinas esclareceram sua posição no longo e acalorado debate sobre a proposta de lei da “saúde reprodutiva”, conhecida no país como RH Bill.

O controverso projeto de lei promove o planejamento familiar e em particular o recurso aos contraceptivos artificiais, incluindo os potenciais “agentes abortivos” (entre eles o DIU, considerado abortivo porque impede o óvulo fecundado de se aninhar no útero). A proposta prevê cursos obrigatórios de educação sexual nas escolas -inclusive as católicas- e pretende impor uma “política de dois filhos”, defendendo que a “família ideal” seria composta por um casal com dois filhos apenas.

A carta, assinada pelo presidente da Conferência Episcopal Filipina (CBCP), Dom Nereo P. Odchimar, bispo de Tandag, foi divulgada após o último encontro entre os representantes da Igreja e do governo do presidente Beniño “Noynoy” Aquino III, em 24 de janeiro, para discutir o projeto. A carta vem à luz no início de fevereiro, proclamado em 1987 pelo então presidente Corazón Aquino como “o mês do respeito e do cuidado da vida”.

Nos dias prévios à reunião, o presidente Aquino -filho único de dois ícones da luta pela democracia nas Filipinas- tinha anunciado que não queria apoiar a discutida proposta de lei sobre “a saúde reprodutiva” e que pretendia preparar uma proposta alternativa em sintonia com a sensibilidade dos católicos e mais focada na responsabilidade dos pais.

Depois do encontro, descrito como “muito cordial”, Edwin Lacierda, porta-voz de Malacañang, o palácio presidencial filipino, se mostrava confiante, dando a entender que a Igreja concordava de modo geral com o caminho traçado pelo governo e que não tinha nenhuma objeção ao plano do presidente Aquino para transformar a proposta em uma das prioridades legislativas de sua administração  (The Philippine Daily Inquirer, 25 de janeiro).

Seu otimismo era prematuro. O porta-voz dos bispos filipinos, Dom Juanito Figura, tinha dito, com cautela, que se o novo projeto de lei fosse uma RH Bill requentada, a Igreja o teria rejeitado definitivamente.

O presidente da Comissão da Família e da Vida, da Conferência Episcopal, foi muito claro ao convidar o presidente Aquino a ser mais transparente. “Ele deveria explicar o que entende por responsabilidade dos pais”, disse o arcebispo de San Fernando, Paciano Aniceto (CBCP News, 24 de janeiro).

A reunião de 24 de janeiro, portanto, não conseguiu convencer os representantes da Igreja. “Em vez de criar falsas esperanças, desejamos neste momento exprimir claramente a que nos opomos e contra o que lutamos”, escreveram os bispos, sem dar margem a dúvidas.

“Estamos numa encruzilhada como nação”, afirmaram na carta, citando os parágrafos 11 e 12 do artigo II da Constituição Filipina, que defendem a dignidade de toda pessoa humana, reconhecendo a sacralidade da família e garantindo a proteção da vida desde a sua concepção.

“Temos várias versões de uma proposta de lei: a da 'saúde reprodutiva' ou uma mais suavizada, que seria a da 'responsabilidade dos pais'. Esta proposta de lei, em todas as suas versões, nos exige uma eleição moral entre a vida e a morte”, continua o documento, cujo título é “Eleger a Vida, rejeitar a RH Bill”.

Segundo os bispos, a situação é comparável à de 25 anos atrás, quando a Igreja decidiu apoiar a primeira revolução popular, chamada de People Power Revolution ou “EDSAI” (acrônimo de Epifanio dos Santos Avenue, a avenida mais importante do centro de Manila, cenário das manifestações), que provocou a queda do regime de Marcos.

“Agora nos vemos obrigados a fazer uma eleição moral parecida”, afirmam os bispos, porque “a RH Bill é um ataque importante aos valores humanos autênticos e aos valores culturais filipinos referentes à vida humana, que nos caracterizam desde tempos imemoriais”. “A RH Bill não respeita o sentido moral do coração da cultura filipina”, continuam os bispos, que destacam, com desgosto,  “a progressiva expansão” do espírito pós-moderno na sociedade filipina.

Embora não tenham ainda decidido abandonar o diálogo com o governo (“é uma possibilidade”, disse Dom Odchimar durante uma entrevista coletiva, recolhida pela CBCP News de 31 de janeiro), os bispos rejeitam também a Responsible Parenthood Bill, que o presidente Aquino pretende promover, por ser nada mais que a RH Bill “com outro nome”.

Segundo os bispos, os diversos argumentos utilizados pelos partidários da RH Bill não têm sentido, já que vão da promoção da saúde reprodutiva à diminuição da taxa de abortos e da prevenção da aids até a suposta superpopulação como origem da pobreza.

O documento detalha em seis pontos o que é inaceitável para a Igreja. Encontramos entre eles o desrespeito aos princípios morais, a mentalidade contrária à vida, aos nascimentos e à concepção, presente na mídia e em algumas propostas legislativas, o uso de fundos públicos para os anticoncepcionais, a esterilização e a educação sexual obrigatória.

“Somos pró-vida”, continua o texto da CBCP, depois de enunciar os pontos que a Igreja apoia totalmente. “Devemos defender a vida humana desde o momento da concepção ou fertilização até o seu fim natural”.

Por este motivo, os bispos promovem os métodos naturais de planejamento dos nascimentos. “Acreditamos na regulação responsável e natural dos nascimentos através do Planejamento Familiar Natural, para o qual é necessária a construção do caráter, que exige sacrifício, disciplina e respeito pela dignidade da esposa”, diz o texto, que denuncia ainda as multas e sanções previstas na proposta de lei da “saúde reprodutiva”.

O cardeal arcebispo de Manila, Gaudêncio Rosales, convidou todos os sacerdotes através de uma circular a participarem num seminário organizado em 8 e 22 de fevereiro, no Centro de Planejamento Familiar João Paulo II da diocese. O objetivo é demonstrar que a contracepção artificial não só viola a doutrina da Igreja, como também prejudica a saúde da mulher e contamina o meio ambiente.

Voltando à carta pastoral, o CBCP exorta o governo e os legisladores a combaterem as verdadeiras causas da pobreza, em particular a corrupção, que, segundo organizações internacionais, leva ao desperdício de 400 bilhões de pesos filipinos por ano.

“Confiamos nossos esforços contra a RH Bill à bênção de nosso Deus onipotente e amoroso, de quem provém a vida e a quem ela está destinada”, concluem os bispos.

Fonte: Zenit

Da BBC

Casais que praticaram abstinência teriam relacionamento mais estáveis

Um estudo publicado pela revista científica Journal of Family Psychology, da Associação Americana de Psicologia, sugere que casais que esperam para ter relações sexuais depois do casamento acabam tendo relacionamentos mais estáveis e felizes, além de uma vida sexual mais satisfatória.

Entre os ouvidos para a pesquisa, pessoas que praticaram abstinência até a noite do casamento deram notas 22% mais altas para a estabilidade de seu relacionamento do que os demais.

As notas para a satisfação com o relacionamento também foram 20% mais altas entre os casais que esperaram, assim com as questões sobre qualidade da vida sexual (15% mais altas) e comunicação entre os cônjuges (12% maiores).

Para os casais que ficaram no meio do caminho - tiveram relações sexuais após mais tempo de relacionamento, mas antes do casamento - os benefícios foram cerca de metade daqueles observados nos casais que escolheram a castidade até a noite de núpcias.

Mais de duas mil pessoas participaram da pesquisa, preenchendo um questionário de avaliação de casamento online chamado RELATE, que incluía a pergunta "Quando você se tornou sexualmente ativo neste relacionamento?".

Religiosidade

Apesar de o estudo ter sido feito pela Universidade Brigham Young, financiada pela Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, também conhecida como Igreja Mórmon, o pesquisador Dean Busby diz ter controlado a influência do envolvimento religioso na análise do material.

"Independentemente da religiosidade, esperar (para ter relações sexuais) ajuda na formação de melhores processos de comunicação e isso ajuda a melhorar a estabilidade e a satisfação no relacionamento no longo prazo", diz ele.

"Há muito mais num relacionamento que sexo, mas descobrimos que aqueles que esperaram mais são mais satisfeitos com o aspecto sexual de seu relacionamento."

O sociólogo Mark Regnerus, da Universidade do Texas, autor do livro Premarital Sex in America, acredita que sexo cedo demais pode realmente atrapalhar o relacionamento.

"Casais que chegam à lua de mel cedo demais - isso é, priorizam o sexo logo no início do relacionamento - frequentemente acabam em relacionamentos mal desenvolvidos em aspectos que tornam as relações estáveis e os cônjuges honestos e confiáveis."



http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/12/101228_abstinenciacasais_is.shtml

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