Encontro de Educadores mobiliza profissionais da educação e aponta necessidade de formação específica para temas delicados para jovens.
Por Cláudio Alberto C. Taveira
Aconteceu na manhã deste sábado, dia 20 de outubro o VI Encontro de Educadores com o tema “O Educador Cristão no Estado Laico”. O encontro que ocorre anualmente teve um formato enxuto em 2018 proporcionando uma manhã de formação na Cúria Metropolitana de Brasília, tendo como palestrante a professora de Análise das Relações Internacionais do Brasil e de Negociações Internacionais, Tânia Manzur, do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília.
O dia iniciou-se com a santa Missa celebrada pelo Pe. João Baptista. Na homilia, o sacerdote fez uma associação do evangelho do dia às dificuldades encontradas pelos professores ao falarem sobre a verdade de Cristo para alunos e também para colegas de trabalho. Na reflexão sobre o evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas foi exposto que, de forma concreta, também nas escolas, no trabalho e no nosso quotidiano não se deve alimentar preocupação, mas ao contrário, confiar no Espírito Santo ao proclamar o amor de Cristo para as pessoas que nos rodeiam. “Quando vos conduzirem diante das sinagogas, magistrados e autoridades, não fiqueis preocupados como ou com que vos defendereis, ou com o que direis. Pois nessa hora o Espírito Santo vos ensinará o que deveis dizer” Lc 12, 11.
Após a Missa houve um breve intervalo no qual foi servido o café da manhã e os participantes puderam trocar experiências com outros professores sobre o tema do Encontro.
A Palestrante Tânia Manzur iniciou a formação chamando a atenção para o importante papel das mães como educadoras dos próprios filhos e na formação dos futuros cidadãos. Também apontou a importância de que os educadores reconheçam a singular missão de ensinar como uma missão dada por Deus.
A palestrante falou ainda aos professores sobre a necessidade de buscarem para si formação extracurricular, o que permite auxiliarem os alunos no processo de aprendizagem. É importante que o professor esteja apto a responder tanto dúvidas de sua especialidade como sobre a história da educação e do papel fundamental que a Igreja Católica teve no processo da construção da sociedade ocidental, por exemplo. Outros temas em voga que os professores devem atentar-se são ideologia de gênero e aborto.
Mas - questiona a professora - como falar de crenças no estado laico? Ela mesma responde que “no Estado laico é permitido falar de forma equânime sobre as perspectivas religiosas e não religiosas como uma forma de aprendizagem”. Cita ainda o art. 18 da Declaração Universal dos Direitos Humanos sobre liberdade de expressar a sua fé, Declaração que o Brasil é signatário.
Os participantes puderam envolver-se numa dinâmica com exemplos de questionamentos comuns de alunos universitários. São dúvidas que não estão relacionadas à matéria escolar, mas que têm tido um profundo impacto nos relacionamentos interpessoais dos alunos e na construção dos seus valores. A palestrante ponderou que o professor deve ajudá-los a encontrar respostas, seja se posicionando a respeito ou indicando livros que possam servir como luz em meio a tanta informação truncada, as quais os jovens estão expostos. Exemplos práticos mostraram que o professor deve estar preparado para responder perguntas como: “Professora, é um absurdo você ser mulher e não ser feminista”. “Professora, como pode uma pessoa inteligente como você ter uma religião? ”
O Encontro reforçou a necessidade de formação por parte dos professores, tanto na área profissional quanto nos assuntos da Igreja, ter a capacidade de mostrar a verdade com amor - "foco no ser humano, mas ter seu centro em Deus". A Palestrante indicou ainda algumas fontes bibliográficas pertinentes para a formação dos professores e participantes do encontro. Percebe-se que no mundo secularizado em que vivemos acentua-se ainda mais a necessidade do agir e da ampla propagação do evangelho.
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