Workshop de Bioética realizado durante o 1º Congresso Jovem de Brasília apresenta reflexões sobre aborto, cultura da morte, ideologia de gênero e atração pelo mesmo sexo
Por Maria Cristina / Jovens Promotores da Vida
Aborto é direito da mulher. Filhos atrapalham a vida. É necessário fazer controle populacional. Eu posso escolher se quero ser homem ou mulher. Família não é só aquela formada por homem e mulher. Afirmações como essas têm sido colocadas para nós como sendo verdadeiras, inofensivas ou até como uma evolução do pensamento. Mas, será que tudo isso é verdadeiro? Será que os argumentos usados para defender esses pensamentos são honestos?
Com o objetivo de apresentar uma reflexão sobre esses temas e estimular o senso crítico dos jovens, o grupo Jovens Promotores da Vida realizou, nesse fim de semana, um Workshop de Bioética, no Colégio Marista de Brasília. O evento fez parte da programação do 1º Congresso Jovem, promovido pelo Setor de Juventude da Arquidiocese de Brasília.
As palestras sobre aborto, cultura da morte, ideologia de gênero e atração pelo mesmo sexo buscaram contribuir com a formação dos cerca de 170 participantes e apresentar argumentos sólidos sobre os assuntos. “A partir do conhecimento sobre temas que passaram a fazer parte do nosso cotidiano, os jovens são capazes de formar uma opinião crítica sobre as informações que recebem e assim, são incentivados a trabalhar para a formação de uma cultura da vida”, explicou Patrícia Bernardo, do grupo Jovens Promotores da Vida.
Para Isla Miranda, 27 anos, estudante de Gestão Pública, as informações que recebeu despertaram o desejo de aprofundar o conhecimento sobre o aborto e a cultura da morte. “Vou sair daqui hoje com sites e indicações de leituras para fazer. No ambiente acadêmico, as pessoas fomentam isso o tempo inteiro e eu quero ser uma semente que vai contra esse pensamento. Minha vontade é trabalhar, ser uma ferramenta contra o aborto”, comentou.
“Esses temas vinham mexendo comigo e pude sanar algumas dúvidas que eu tinha. Pude ver de uma forma mais simples aquilo que realmente está acontecendo em nosso dia a dia”, afirmou Hugo Junqueira, 21 anos, vocacionado franciscano.
O evento foi dividido em duas tardes de palestras, com momentos de perguntas, teatros e shows musicais.
Aborto e cultura da morte
No sábado, 17 de outubro, os temas foram aborto e cultura da morte. Com o tema “Minha amiga quer abortar. O que faço?”, a primeira palestra teve o objetivo de apresentar aos participantes argumentos para a promoção da vida humana.
O palestrante Leonardo Lima falou sobre a origem da vida, o processo de fecundação e o desenvolvimento embrionário. Ele também explicou o conceito de aborto, suas formas e as consequências físicas, psicológicas e espirituais. Leonardo Lima ainda destacou que, atualmente, são usadas palavras que amenizam o real significado do aborto, como profilaxia da gravidez, interrupção da gravidez, antecipação do parto. “Tudo isso significa aborto” afirmou.
Na segunda palestra, “Eu não curto ser enganado!”, o jovem André Said falou sobre a cultura da morte. “Estamos aqui hoje, pois um dia alguém nos mostrou a verdade. Já encontraram algum ser humano que não goste da verdade? Queremos estimular a reflexão de vocês, por isso pensem, pensem!”, iniciou André Said, lembrando aos jovens que de todos os animais da Terra só o homem tem tentado eliminar os próprios filhotes.
Em seguida, questionou os presentes acerca da realidade dos nossos dias. “Já repararam que há uma campanha maciça para colocar homens e mulheres um contra o outro? Já viram campanhas associando a gravidez a algo ruim, aversivo? Tem algo esquisito ou não tem? Esse caminho é natural? Ou existe algo por trás dele? Existe algo por trás e o objetivo dessa palestra é mostrar isso”.
Ao falar sobre a cultura da morte, André Said explicou como surgiu a ideia da necessidade de controle populacional e como fundações internacionais, como Rockefeller e Ford atuaram para colocar em prática esse conceito. Segundo ele, uma das estratégias foi financiar estudos e ações que mudaram conceitos e percepções sobre a sexualidade e, por meio da ONU, influenciar diretamente governos de países do mundo inteiro.
Para Rodrigo Lima, 31 anos, professor universitário, gestor e advogado, as palestras fortaleceram a ideia de que é extremamente importante a promoção da cultura da vida, a defesa da família e das crianças desde a concepção. “Eu acredito que é necessário que essas ideias não sejam apresentadas para as pessoas, como foi apresentado para mim agora, com essa idade, mas desde as primeiras idades.
Essas informações fizeram falta para mim e estou gostando muito de compreender o que não compreendia antes”, comentou.
Para encerrar o primeiro dia de palestras, foi realizado um bloco de perguntas com a participação da Comissão de Bioética e Defesa da Vida da Arquidiocese de Brasília, representada pela Dra. Lenise Garcia.
Ideologia de gênero e atração pelo mesmo sexo
No domingo, 18 de outubro, o debate girou em torno da ideologia de gênero e da atração pelo mesmo sexo. Na primeira palestra, “Que parada é essa de gênero?”, o jovem Wesley Malagó, mais conhecido como Lelo, mostrou como a ideologia de gênero surgiu e se difundiu. Com vídeos, exemplos e dinâmicas, chamou a atenção para a diferença e complementaridade entre homem e mulher e destacou como a destruição desse aspecto afeta diretamente a família.
Lelo também alertou sobre o uso de novas palavras como forma de gerar um novo significado, como, por exemplo, o recente uso da palavra gênero no lugar de sexo. “Estamos falando de gente ou de substantivo?”, perguntou. E apresentou a verdadeira definição de gênero na gramática.
Na última palestra do Workshop “Atração pelo mesmo sexo ... vamos conversar sobre?”, Ari Ferreira destacou que o tema é complexo e advertiu os jovens sobre comportamentos extremos: isolar, excluir, criticar ou falar que é amor e adotar a prática homossexual.
Segundo ele, existe uma terceira via na qual a pessoa, ciente da atração pelo mesmo sexo, pode vivenciar plenamente o amor de Deus e trilhar o caminho da castidade apoiada por grupos como o apostolado Courage Brasil. Ao destacar as consequências físicas das práticas homossexuais, como a maior incidência de suicídio, depressão e infecções, mesmo em países como a Holanda e a Nova Zelândia que apresentam maior aceitação desse estilo de vida, lembrou que a televisão tem influenciado na aceitação dessa prática e descaracterizado o amor conjugal, tão bem delineado pelo Papa Paulo VI na carta encíclica Humanae Vitae.
Ari Ferreira ainda destacou que Deus ama a todos e que a posição da moral católica, segundo o papa emérito Bento XVI, baseia-se na razão humana iluminada pela fé e guiada conscientemente pela intenção de fazer a vontade de Deus nosso Pai. “A misericórdia de Deus é extraordinária. Neste workshop estamos falando da misericórdia de Deus”, enfatizou.
Para Tiago Porto, 26 anos, advogado, a palestra sobre atração pelo mesmo sexo respondeu as dúvidas que tinha sobre o assunto e vai ajudá-lo no combate às ideologias defendidas hoje na sociedade. “As pessoas repetem o que ouvem no rádio e na TV e a palestra foi determinante para que eu saiba argumentar e lidar com esse pensamento”, afirmou.
Ao final, foi realizado outro bloco de perguntas com a participação da Comissão de Bioética e Defesa da Vida da Arquidiocese de Brasília. Desta vez, com a participação da Dra. Kátia Estevão.
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