Segunda, 21 Fevereiro 2011 22:19

Bispos Norte-americanos defendem os pobres

Washington, 21 fev - Membros da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB) enviaram uma carta ao Congresso norte-americano manifestando sua preocupação por algumas propostas de cortes orçamentários “desproporcionados em programas que servem aos mais vulneráveis”, para este ano.

A mensagem foi entregue no Capitólio - Sede do Congresso dos Estados Unidos – no último dia 15 de fevereiro, por mais de trezentos católicos que visitaram seus deputados e senadores. Durante a visita apresentaram as necessidades dos pobres e vulneráveis.

Na carta, o Bispo de Albany e presidente do Comitê Justiça e Paz Internacional da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos, Dom Howard Hubbard, e Ken Hackett, presidente da organização solidária Catholic Relief Services (da rede Caritas), recordam aos parlamentares que em “tempo de austeridade e restrições fiscais, os pobres têm um direito moral especial sobre os recursos financeiros limitados”.

“É moralmente inaceitável para nossa nação equilibrar seu orçamento sobre as costas dos pobres no país e no exterior”, escrevem os líderes católicos.

Na carta, também advertem que a ajuda internacional é uma ferramenta essencial para promover a vida humana e a dignidade, avançar a solidariedade com as nações mais pobres, e melhorar a segurança ao redor do mundo.

Por sua parte, em outra missiva, o Bispo de Stockton e Presidente do Comitê para a Justiça Nacional e Desenvolvimento Humano da USCCB, Dom Stephen Blaire, pediu ao Congresso que coloque as necessidades dos pobres, dos desempregados, dos famintos, e de outras pessoas vulneráveis em primeiro lugar, ao estabelecer as prioridades no ano fiscal 2011.

“Em um momento de crise econômica, os pobres e vulneráveis necessitam de mais assistência, e não de menos assistência. Preservar a segurança nacional do país é sem dúvida imprescindível, mas não podemos dar segurança à nação e ao mesmo tempo fomentar a insegurança dos pobres e vulneráveis entre nós”.

Fonte: Rádio Vaticana

Aos 84 anos, hoje morreu o médico pró-voda Bernard Nathanson! Como
sabemos, de proeminente pró-aborto ele tornou-se uma liderança
pró-vida importantíssima, é o autor do vídeo Grito Silencioso.

Deus o tenha!

Mais informações:

http://www.ncregister.com/daily-news/bernard-nathanson-dead-at-84/

Tragédia deixou 878 mortos e um cenário de devastação

 

RIO DE JANEIRO, sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011 (ZENIT.org) - Um mês após as enchentes e deslizamentos de terra na região serrana do Rio de Janeiro, muita lama, destroços e pessoas morando em abrigos compõem a realidade local.

A tragédia deixou um saldo de 878 mortos, desde o dia 11 de janeiro, especialmente nas cidades de Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis. O número de desabrigados e desalojados chega a quase 35 mil.

Segundo informa o departamento de comunicação da arquidiocese do Rio, as pessoas tentam voltar à rotina, apesar dos trabalhos das equipes de limpeza. A situação na região é agravada pelos casos de leptospirose e pela falta de médicos.

Os brasileiros continuam solidários com as vítimas. Muitos aproveitaram o período de férias para trabalhar como voluntários; outros enviaram donativos.

Pensando no período pós-emergencial, a Cáritas Brasileira, em parceria com as Cáritas locais, traça um plano de longo prazo. Foram montadas pequenas equipes que, passada a fase emergencial, receberam metas de atuação.

O presidente da Cáritas do Rio de Janeiro, padre Manuel Managão, explicou que foram constituídos grupos de trabalho, com pessoas escolhidas pelas dioceses, que organizarão, a médio e a longo prazo, o processo de atendimento e acolhida às famílias atingidas.

Na prática, as equipes ficarão responsáveis por ajudar a distribuir os recursos que chegarem às dioceses, conforme as necessidades. Além disso, os grupos também darão assistência aos desabrigados.

“No primeiro momento, tivemos grande quantidade de donativos, mas com o tempo vai esfriando. Há necessidade de manter uma assistência às famílias. As equipes terão dois trabalhos essências: catalogação das famílias e também articulação com o poder público”, afirmou o sacerdote.

A Cáritas Brasileira arrecadou até o início de fevereiro cerca de 1,1 milhão de reais em doações para a campanha nacional em favor das vítimas das chuvas, intitulada SOS Sudeste.

Um das preocupações dos responsáveis da obra assistencial da Igreja é que com o passar o tempo as doações começam a diminuir.

Também devido à volta às aulas e ao trabalho, o número de voluntários cai consideravelmente.

Outra preocupação é o alto índice de desemprego que surgiu após a tragédia, já que muitos que trabalhavam no comércio, em hotéis e sítios perderam suas fontes de renda.

Agora, as equipes locais estudam, por exemplo, como vão atuar na recuperação de pequenos empreendimentos, na assistência sanitária e na construção habitações.

Estarão envolvidos neste trabalho de médio e longo prazo a Cáritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro e as Dioceses de Petrópolis e Nova Friburgo.

Até o momento, as dioceses já distribuíram cerca de 650 toneladas de donativos e são responsáveis pela maior parte dos abrigos da região.

Somente em Nova Friburgo, dos 73 abrigos cadastrados na Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro, 45 são mantidos pela igreja.

Este utilitarismo “é indigno do homem”, afirmam

 

PARIS, sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011 (ZENIT.org) - "Gerar um filho para ser usado - ainda que seja para um tratamento - é não respeitar sua dignidade", afirmaram 10 bispos das províncias do oeste da França, em um comunicado divulgado na última terça-feira, 8, pela Conferência Episcopal Francesa.

Os bispos - entre eles, Dom Pierre d'Ornellas, arcebispo de Rennes e presidente do grupo de trabalho episcopal sobre bioética - respondem dessa forma à notícia do nascimento do primeiro "bebê-medicamento" na França, em 26 de janeiro passado.

Trata-se de uma criança geneticamente selecionada entre muitos embriões, cujas células-tronco, coletadas do cordão umbilical no nascimento, deveriam permitir curar um irmão mais velho, que sofre de uma doença genética grave.

"Querer curar um irmão em humanidade enobrece o homem - dizem os bispos. Muitas pessoas dedicam suas vidas a isso! Acompanhar o sofrimento dos pais que têm um filho gravemente doente é um dever da sociedade. Compreendemos sua angústia e sua esperança na medicina."

"No entanto - afirmam -, legalizar o uso do ser humano mais vulnerável para curar é indigno do homem. Gerar um filho para utilizá-lo - mesmo que seja para curar - é não respeitar sua dignidade. O que dirá o filho quando descobrir que é um ‘bebê medicamento'?"

Os bispos consideram que "tal utilitarismo é sempre uma regressão". "É perigoso para uma sociedade não respeitar o interesse primordial da criança, especificado na Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança", dizem.

"Nós encorajamos as pesquisas para encontrar tratamentos cada vez mais adequados."

O comunicado foi assinado por Dom Pierre d'Ornellas, arcebispo de Rennes; Emmanuel Delmas, bispo de Angers; Yves Le Saux, bispo de Le Mans; Jean-Paul James, bispo de Nantes; Raymond Rye, bispo de Vannes; Thierry Scherrer, bispo de Laval; Alain Castet, bispo Luçon; Jean-Marie Le Vert, bispo de Quimper; Denis Moutel, bispo de Saint-Brieuc; e Nicolas Souchu, bispo auxiliar de Rennes.

Em matéria de aborto, drogas e casamento homossexual

 

LIMA, sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011 (ZENIT.org) - Uma pesquisa revela o apoio da população do Peru à postura de oposição da Igreja com relação à legalização do aborto, ao consumo e tráfico de drogas e às uniões civis entre pessoas do mesmo sexo, temas debatidos nas últimas semanas por parte dos candidatos à presidência do país.

Um estudo da opinião pública nacional, apresentado pela Companhia Peruana de Estudos de Mercado e Opinião Pública (CPI), mostra que o povo peruano defende a moral e se opõe majoritariamente a estas propostas.

Como revelado pela pesquisa, realizada entre 1º e 6 de fevereiro, 92,2% dos entrevistados rejeitam a legalização da venda e consumo de drogas no Peru.

Além disso, 76,3% deles se pronunciaram contra o aborto.

Finalmente, 74,7% rejeitaram o reconhecimento legal do casamento entre pessoas do mesmo sexo; e 69,5% se manifestaram contra a união civil entre homossexuais, a fim de proteger a família e a segurança social que o Estado oferece.

Os dados técnicos sobre o estudo de opinião estão disponíveis em http://www.cpi.com.pe.

Temor diante de um projeto de lei que limitaria os meios de comunicação

 

MANÁGUA, sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011 (ZENIT.org) - Um projeto de lei promovido pelo Supremo Tribunal Federal, com o aparente objetivo de prevenir a violência contra as mulheres, está gerando polêmica e medo nos meios de comunicação da Nicarágua e também na Igreja Católica.

A Nicarágua vive um momento de grande tensão devido ao evidente controle do Executivo sobre o Supremo Tribunal Federal, e as tentativas do presidente Daniel Ortega de permanecer no poder, contra a Constituição.

Grandes meios de comunicação do país, partidos políticos da oposição, e agora a própria igreja, argumentam que o projeto de lei esconde uma solapada censura à imprensa e denunciaram isso na mídia internacional, como uma ação que ameaça a liberdade de imprensa.

O bispo auxiliar de Manágua, Silvio José Báez Ortega, defende o direito da imprensa de informar sem quaisquer limitações, governada apenas pela ética.

Em declarações ao jornalista Arturo McFields, do Canal 12, o prelado disse que o Magistério da Igreja apoia tudo o que promove e defende a dignidade dos homens e das mulheres e tudo o que serve para dignificar a mulher.

"O magistério social da Igreja apoia a liberdade irrestrita de informar e ser informados", acrescentou.

O bispo disse também: "A informação não é apenas transmissão de dados informativos frios. O jornalismo tem de formar as consciências e existe o jornalismo de investigação, que cumpre uma função social de denúncia de atos de corrupção e imoralidade que ameaçam a sociedade; e isso é parte da função do jornalismo".

"Não se pode silenciar a imprensa, quando cumpre esta função social - concluiu."

MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI
PARA O 48º DIA MUNDIAL
DE ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES

(15 DE MAIO DE 2011 - IV DOMINGO DE PÁSCOA)

Tema: «Propor as vocações na Igreja local»

 

 

Queridos irmãos e irmãs!

O 48.º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, que será celebrado no dia 15 de Maio de 2011, IV Domingo de Páscoa, convida-nos a reflectir sobre o tema: «Propor as vocações na Igreja local». Há sessenta anos, o Venerável Papa Pio XII instituiu a Pontifícia Obra para as Vocações Sacerdotais. Depois, em muitas dioceses, foram fundadas pelos Bispos obras semelhantes, animadas por sacerdotes e leigos, correspondendo ao convite do Bom Pastor, quando, «ao ver as multidões, encheu-Se de compaixão por elas, por andarem fatigadas e abatidas como ovelhas sem pastor» e disse: «A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi, pois, ao dono da messe que mande trabalhadores para a sua messe» (Mt 9, 36-38).

A arte de promover e cuidar das vocações encontra um luminoso ponto de referência nas páginas do Evangelho, onde Jesus chama os seus discípulos para O seguir e educa-os com amor e solicitude. Objecto particular da nossa atenção é o modo como Jesus chamou os seus mais íntimos colaboradores a anunciar o Reino de Deus (cf. Lc 10, 9). Para começar, vê-se claramente que o primeiro acto foi a oração por eles: antes de os chamar, Jesus passou a noite sozinho, em oração, à escuta da vontade do Pai (cf. Lc 6, 12), numa elevação interior acima das coisas de todos os dias. A vocação dos discípulos nasce, precisamente, no diálogo íntimo de Jesus com o Pai. As vocações ao ministério sacerdotal e à vida consagrada são fruto, primariamente, de um contacto constante com o Deus vivo e de uma oração insistente que se eleva ao «Dono da messe» quer nas comunidades paroquiais, quer nas famílias cristãs, quer nos cenáculos vocacionais.

O Senhor, no início da sua vida pública, chamou alguns pescadores, que estavam a trabalhar nas margens do lago da Galileia: «Vinde e segui-Me, e farei de vós pescadores de homens» (Mt 4, 19). Mostrou-lhes a sua missão messiânica com numerosos «sinais», que indicavam o seu amor pelos homens e o dom da misericórdia do Pai; educou-os com a palavra e com a vida, de modo a estarem prontos para ser os continuadores da sua obra de salvação; por fim, «sabendo Jesus que chegara a sua hora de passar deste mundo para o Pai» (Jo 13, 1), confiou-lhes o memorial da sua morte e ressurreição e, antes de subir ao Céu, enviou-os por todo o mundo com este mandato: «Ide, pois, fazer discípulos de todas as nações» (Mt 28, 19).

A proposta, que Jesus faz às pessoas ao dizer-lhes «Segue-Me!», é exigente e exaltante: convida-as a entrar na sua amizade, a escutar de perto a sua Palavra e a viver com Ele; ensina-lhes a dedicação total a Deus e à propagação do seu Reino, segundo a lei do Evangelho: «Se o grão de trigo cair na terra e não morrer, fica só ele; mas, se morrer, dá muito fruto» (Jo 12, 24); convida-as a sair da sua vontade fechada, da sua ideia de auto-realização, para embrenhar-se noutra vontade, a de Deus, deixando-se guiar por ela; faz-lhes viver em fraternidade, que nasce desta disponibilidade total a Deus (cf. Mt 12, 49-50) e se torna o sinal distintivo da comunidade de Jesus: «O sinal por que todos vos hão-de reconhecer como meus discípulos é terdes amor uns aos outros» (Jo 13, 35).

Também hoje, o seguimento de Cristo é exigente; significa aprender a ter o olhar fixo em Jesus, a conhecê-Lo intimamente, a escutá-Lo na Palavra e a encontrá-Lo nos Sacramentos; significa aprender a conformar a própria vontade à d’Ele. Trata-se de uma verdadeira e própria escola de formação para quantos se preparam para o ministério sacerdotal e a vida consagrada, sob a orientação das autoridades eclesiásticas competentes. O Senhor não deixa de chamar, em todas as estações da vida, para partilhar a sua missão e servir a Igreja no ministério ordenado e na vida consagrada; e a Igreja «é chamada a proteger este dom, a estimá-lo e amá-lo: ela é responsável pelo nascimento e pela maturação das vocações sacerdotais» (João Paulo II, Exort. ap. pós-sinodal Pastores dabo vobis, 41). Especialmente neste tempo, em que a voz do Senhor parece sufocada por «outras vozes» e a proposta de O seguir oferecendo a própria vida pode parecer demasiado difícil, cada comunidade cristã, cada fiel, deveria assumir, conscientemente, o compromisso de promover as vocações. É importante encorajar e apoiar aqueles que mostram claros sinais de vocação à vida sacerdotal e à consagração religiosa, de modo que sintam o entusiasmo da comunidade inteira quando dizem o seu «sim» a Deus e à Igreja. Da minha parte, sempre os encorajo como fiz quando escrevi aos que se decidiram entrar no Seminário: «Fizestes bem [em tomar essa decisão], porque os homens sempre terão necessidade de Deus – mesmo na época do predomínio da técnica no mundo e da globalização –, do Deus que Se mostrou a nós em Jesus Cristo e nos reúne na Igreja universal, para aprender, com Ele e por meio d’Ele, a verdadeira vida e manter presentes e tornar eficazes os critérios da verdadeira humanidade» (Carta aos Seminaristas, 18 de Outubro de 2010).

É preciso que cada Igreja local se torne cada vez mais sensível e atenta à pastoral vocacional, educando a nível familiar, paroquial e associativo, sobretudo os adolescentes e os jovens – como Jesus fez com os discípulos – para maturarem uma amizade genuína e afectuosa com o Senhor, cultivada na oração pessoal e litúrgica; para aprenderem a escuta atenta e frutuosa da Palavra de Deus, através de uma familiaridade crescente com as Sagradas Escrituras; para compreenderem que entrar na vontade de Deus não aniquila nem destrói a pessoa, mas permite descobrir e seguir a verdade mais profunda de si mesmos; para viverem a gratuidade e a fraternidade nas relações com os outros, porque só abrindo-se ao amor de Deus é que se encontra a verdadeira alegria e a plena realização das próprias aspirações. «Propor as vocações na Igreja local» significa ter a coragem de indicar, através de uma pastoral vocacional atenta e adequada, este caminho exigente do seguimento de Cristo, que, rico de sentido, é capaz de envolver toda a vida.

Dirijo-me particularmente a vós, queridos Irmãos no Episcopado. Para dar continuidade e difusão à vossa missão de salvação em Cristo, «promovam o mais possível as vocações sacerdotais e religiosas, e de modo particular as missionárias» (Decr. Christus Dominus, 15). O Senhor precisa da vossa colaboração, para que o seu chamamento possa chegar aos corações de quem Ele escolheu. Cuidadosamente escolhei os dinamizadores do Centro Diocesano de Vocações, instrumento precioso de promoção e organização da pastoral vocacional e da oração que a sustenta e garante a sua eficácia. Quero também recordar-vos, amados Irmãos Bispos, a solicitude da Igreja universal por uma distribuição equitativa dos sacerdotes no mundo. A vossa disponibilidade face a dioceses com escassez de vocações torna-se uma bênção de Deus para as vossas comunidades e constitui, para os fiéis, o testemunho de um serviço sacerdotal que se abre generosamente às necessidades da Igreja inteira.

O Concílio Vaticano II recordou, explicitamente, que o «dever de fomentar as vocações pertence a toda a comunidade cristã, que as deve promover sobretudo mediante uma vida plenamente cristã» (Decr. Optatam totius, 2). Por isso, desejo dirigir uma fraterna saudação de especial encorajamento a quantos colaboram de vários modos nas paróquias com os sacerdotes. Em particular, dirijo-me àqueles que podem oferecer a própria contribuição para a pastoral das vocações: os sacerdotes, as famílias, os catequistas, os animadores. Aos sacerdotes recomendo que sejam capazes de dar um testemunho de comunhão com o Bispo e com os outros irmãos no sacerdócio, para garantirem o húmus vital aos novos rebentos de vocações sacerdotais. Que as famílias sejam «animadas pelo espírito de fé, de caridade e piedade» (Ibid., 2), capazes de ajudar os filhos e as filhas a acolherem, com generosidade, o chamamento ao sacerdócio e à vida consagrada. Convictos da sua missão educativa, os catequistas e os animadores das associações católicas e dos movimentos eclesiais «de tal forma procurem cultivar o espírito dos adolescentes a si confiados, que eles possam sentir e seguir de bom grado a vocação divina» (Ibid., 2).

Queridos irmãos e irmãs, o vosso empenho na promoção e cuidado das vocações adquire plenitude de sentido e de eficácia pastoral, quando se realiza na unidade da Igreja e visa servir a comunhão. É por isso que todos os momentos da vida da comunidade eclesial – a catequese, os encontros de formação, a oração litúrgica, as peregrinações aos santuários – são uma ocasião preciosa para suscitar no Povo de Deus, em particular nos mais pequenos e nos jovens, o sentido de pertença à Igreja e a responsabilidade em responder, com uma opção livre e consciente, ao chamamento para o sacerdócio e a vida consagrada.

A capacidade de cultivar as vocações é sinal característico da vitalidade de uma Igreja local. Invoquemos, com confiança e insistência, a ajuda da Virgem Maria, para que, seguindo o seu exemplo de acolhimento do plano divino da salvação e com a sua eficaz intercessão, se possa difundir no âmbito de cada comunidade a disponibilidade para dizer «sim» ao Senhor, que não cessa de chamar novos trabalhadores para a sua messe. Com estes votos, de coração concedo a todos a minha Bênção Apostólica.

Vaticano, 15 de Novembro de 2010.

 

PAPA BENTO XVI

 

PREFÁCIO DO PAPA BENTO XVI
A «YOUCAT» SUBSÍDIO
AO CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA
DESTINADO AOS JOVENS NA PERSPECTIVA
DA JMJ 2011 EM MADRID
[16-21 DE AGOSTO]

 

Queridos jovens amigos!

Hoje aconselho-vos a leitura de um livro extraordinário.

É extraordinário pelo seu conteúdo mas também pelo modo em que se formou, que desejo explicar-vos brevemente, para que se possa compreender a sua particularidade. Youcat teve origem, por assim dizer, de outra obra que remonta aos anos 80. Era um período difícil para a Igreja e para a sociedade mundial, durante o qual surgiu a necessidade de novas orientações para encontrar o caminho rumo ao futuro. Após o Concílio Vaticano II (1962-1965) e no mudado clima cultural, muitas pessoas já não sabiam correctamente no que os cristãos deveriam acreditar exactamente, o que a Igreja ensinava, se ela podia ensinar algo tout court e como tudo isto podia adaptar-se ao novo clima cultural.

O Cristianismo como tal não está superado? Pode-se ainda hoje racionalmente ser crente? Estas são as questões que muitos cristãos se formulam até nos nossos dias. O Papa João Paulo II optou então por uma decisão audaz: deliberou que os bispos do mundo inteiro escrevessem um livro com o qual responder a estas perguntas.

Ele confiou-me a tarefa de coordenar o trabalho dos bispos e de vigiar a fim de que das suas contribuições nascesse um livro — quero dizer, um livro verdadeiro e não uma simples justaposição de uma multiplicidade de textos. Este livro devia ter o título tradicional de Catecismo da Igreja Católica e todavia ser algo absolutamente estimulante e novo; devia mostrar no que a Igreja Católica crê hoje e de que maneira se pode acreditar de modo racional. Assustei-me com esta tarefa e devo confessar que duvidei que algo semelhante pudesse ter bom êxito. Como podia acontecer que autores espalhados pelo mundo pudessem produzir um livro legível?

Como podiam homens que vivem em continentes diversos, e não só sob o ponto de vista geográfico, mas inclusive intelectual e cultural, produzir um texto dotado de uma unidade interna e compreensível em todos os continentes?

A isto acrescentava-se o facto de que os bispos deviam escrever não simplesmente como autores individuais, mas em representação dos seus irmãos e das suas Igrejas locais.

Devo confessar que até hoje me parece um milagre o facto de que este projecto no final se realizou.

Encontrámo-nos três ou quatro vezes por ano por uma semana e debatemos apaixonadamente sobre cada parte do texto, na medida em que se desenvolvia.

Como primeira atitude definimos a estrutura do livro: devia ser simples, para que cada grupo de autores pudesse receber uma tarefa clara e não forçar as suas afirmações num sistema complicado. É a mesma estrutura deste livro; ela é tirada simplesmente de uma experiência catequética de um século: o que cremos / de que modo celebramos os mistérios cristãos / de que maneira temos a vida em Cristo / de que forma devemos rezar. Não quero explicar aqui o modo como debatemos sobre a grande quantidade de questões, até chegar a compor um livro verdadeiro. Numa obra deste género são muitos os pontos discutíveis: tudo o que os homens fazem é insuficiente e pode ser melhorado, e não obstante, trata-se de um grande livro, um sinal de unidade na diversidade. A partir das muitas vozes pôde-se formar um coro porque tínhamos a comum partitura da fé, que a Igreja nos transmitiu desde os apostólos, através dos séculos até hoje.

Por que tudo isto?

Desde a redacção do CIC, tivemos que constatar que não só os continentes e as culturas das suas populações são diferentes, mas também no âmbito de cada sociedade existem diversos «continentes»: o trabalhador tem uma mentalidade diferente do camponês; um físico de um filólogo; um empresário de um jornalista, um jovem de um idoso. Por este motivo, na linguagem e no pensamento, tivemos que nos colocar acima de todas estas diferenças e, por assim dizer, buscar um espaço comum entre os diferentes universos mentais; com isto tornamo-nos cada vez mais conscientes do modo como o texto exigia algumas «traduções» nos diversos mundos, para poder alcançar as pessoas com as suas mentalidades diferentes e várias problemáticas. Desde então, nas Jornadas Mundiais da Juventude (Roma, Toronto, Colónia, Sydney) reuniram-se jovens de todo o mundo que querem acreditar, que estão em busca de Deus, que amam Cristo e desejam caminhos comuns. Neste contexto perguntámo-nos se não deveríamos traduzir o Catecismo da Igreja Católica na língua dos jovens e fazer penetrar as suas palavras no seu mundo. Naturalmente, também entre os jovens de hoje existem muitas diferenças; assim, sob a comprovada guia do arcebispo de Viena, Christoph Schönborn, formou-se um Youcat para os jovens. Espero que muitos se deixem cativar por este livro.

Algumas pessoas dizem-me que o catecismo não interessa à juventude moderna; mas não acredito nesta afirmação e estou certo de que tenho razão. A juventude não é tão superficial como é acusada de o ser; os jovens querem saber deveras no que consiste a vida. Um romance policial é empolgante porque nos envolve no destino de outras pessoas, mas que poderia ser também o nosso; este livro é cativante porque nos fala do nosso próprio destino e portanto refere-se de perto a cada um de nós.

Por isso, exorto-vos: estudai o catecismo! Estes são os meus votos de coração.

Este subsídio ao catecismo não vos adula; não oferece fáceis soluções; exige uma nova vida da vossa parte; apresenta-vos a mensagem do Evangelho como a «pérola de grande valor» (Mt 13, 45) pela qual é preciso dar tudo. Portanto, peço-vos: estudai o catecismo com paixão e perseverança! Sacrificai o vosso tempo por ele! Estudai-o no silêncio do vosso quarto, lede-o em dois, se sois amigos, formai grupos e redes de estudo, trocai ideias na internet. Permanecei de qualquer modo em diálogo sobre a vossa fé!

Deveis conhecer aquilo em que credes; deveis conhecer a vossa fé com a mesma exactidão com a qual um perito de informática conhece o sistema operativo de um computador; deveis conhecê-la como um músico conhece a sua peça; sim, deveis ser muito mais profundamente radicados na fé do que a geração dos vossos pais, para poder resistir com força e decisão aos desafios e às tentações deste tempo. Tendes necessidade da ajuda divina, se a vossa fé não quiser esgotar-se como uma gota de orvalho ao sol, se não quiserdes ceder às tentações do consumismo, se não quiserdes que o vosso amor afogue na pornografia, se não quiserdes trair os débeis e as vítimas de abusos e violência.

Se vos dedicardes com paixão ao estudo do catecismo, gostaria de vos dar ainda um último conselho: sabei todos de que modo a comunidade dos fiéis recentemente foi ferida por ataques do mal, pela penetração do pecado no seu interior, aliás, no coração da Igreja. Não tomeis isto como pretexto para fugir da presença de Deus; vós próprios sois o corpo de Cristo, a Igreja! Levai o fogo intacto do vosso amor a esta Igreja todas as vezes que os homens obscurecerem o seu rosto. «Sede diligentes, sem fraqueza, fervorosos de espírito, dedicados ao serviço do Senhor» (Rm 12, 11).

Quando Israel se encontrava no ponto mais obscuro da sua história, Deus chamou em seu socorro não os grandes e as pessoas estimadas, mas um jovem de nome Jeremias; ele sentiu-se chamado a uma missão demasiado grande: «Ah! Senhor Javé, não sou um orador, porque sou ainda muito novo!» (Jr 1, 6). Mas Deus replicou: «Não digas: sou ainda muito novo — porquanto irás aonde Eu te enviar, e dirás o que Eu te mandar» (Jr 1, 7).

Abençoo-vos e rezo cada dia por todos vós.

 

BENTO PP. XVI

 

JMJ: Divulgada agenda da visita de Bento XVI à Espanha

 

Inclui portadores de deficiência, voluntários, religiosas, seminaristas e docentes universitários

 

MADRI, quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011 (ZENIT.org) - Bento XVI se reunirá, pela primeira vez em uma Jornada Mundial da Juventude (JMJ), com professores universitários jovens. Terá outros encontros especiais, com jovens portadores de deficiência, seminaristas, religiosas e voluntários, em Madri, de 16 a 21 de agosto.

Estes atos se unem aos principais eventos da JMJ, que serão realizados na Plaza de Cibeles e no aeródromo Cuatro Vientos, informaram os organizadores da JMJ em coletiva de imprensa ontem.

Dom César Franco, coordenador geral da JMJ e bispo auxiliar de Madri, agradeceu a Bento XVI porque "generosamente aceitou todas as nossas propostas de encontros em que os jovens vão participar".

O Papa se reunirá com jovens professores universitários no Mosteiro de El Escorial. É comum que Bento XVI se reúna com representantes do mundo acadêmico em suas visitas pastorais, mas a primeira vez que ele faz isso no contexto da Jornada Mundial da Juventude.

Carla Diez de Rivera, diretora do Departamento de Cultura da JMJ, observou que "este encontro mostra uma predileção do Papa pelo âmbito universitário e da cultura, como ficou claro com eventos semelhantes na Alemanha, França e Inglaterra".

Além disso, também visitará a Fundación Instituto San José, um centro fundado em 1899, que trata de pessoas com deficiência mental e física e é atendido pelos Irmãos de São João de Deus.

O Papa se reunirá, nos momentos prévios à celebração da Vigília de Cuatro Vientos, com uma representação dos portadores de deficiência participantes da JMJ, assim como com os residentes do centro.

A Ordem Hospitaleira de São João de Deus está presente em cinco continentes, com cerca de 320 centros, cobrindo uma vasta gama de atividades de assistência.

María José González-Iglesias, coordenadora da Seção de Deficiência da JMJ, agradeceu Bento XVI por querer encontrar-se com esses jovens, sublinhando que "é um gesto muito bonito do Santo Padre para com as pessoas com deficiência".

O Papa também se encontrará com seminaristas e religiosas. Para os primeiros, celebrará uma Missa na Catedral de Almudena. O encontro com as jovens religiosas será realizado no Patio de los Reyes, do Mosteiro de El Escorial.

Para terminar a sua viagem à Espanha, o Bispo de Roma se reunirá com voluntários da Jornada Mundial da Juventude, do recinto de feiras IFEMA, para agradecer a todos aqueles que ofereceram apoio desinteressado à organização da JMJ.

Os atos complementares divulgados na quarta-feira estão integrados com os principais eventos da JMJ.

Na quinta-feira, 18 de agosto, dia da chegada de Bento XVI à cidade, haverá um evento de boas-vindas, com jovens do mundo inteiro, na Plaza Cibeles.

Na noite da sexta-feira, a Via Sacra da JMJ - com 14 esculturas de grande valor artístico e devocional, provenientes de diferentes partes do país - será realizada no Paseo de Recoletos, entre a Plaza Cibeles e Colón.

No sábado e no domingo, serão realizados os eventos para os quais se espera o maior número de participantes.

A vigília dos jovens, no sábado, e a Missa, no domingo, acontecerão no aeródromo de Cuatro Vientos, no sudoeste da cidade, a 8 quilômetros do centro de Madri. As instalações do histórico aeródromo já sediaram, em 2003, o encontro do Papa João Paulo II com jovens espanhóis, em sua última visita à Espanha.

A agenda online pode ser vista em:  www.madrid11.com/agenda.

Ética empresarial na “Caritas in veritate”

 

ROMA, quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011 (ZENIT.org) - A ética é uma ferramenta para a empresa não porque ela acaba produzindo lucro ou vantagem competitiva - o que seria materialismo -, mas como parte da caridade, que coloca a pessoa humana no centro, como indicou Bento XVI em sua encíclica "Caritas in veritate".

Esta foi uma das reflexões do seminário "Management by Ethics na Itália: como e por quê. Gestão empresarial e ética clássica ao serviço da pessoa", que teve lugar na terça-feira, em Roma, na Pontifícia Universidade da Santa Cruz, no final de um ciclo de reuniões realizadas em 2010, com a participação de vários protagonistas do setor.

Luis Romero, reitor da universidade, esteve presente e considerou os resultados como "um ponto de partida" para aprofundar no assunto. "É preciso concretizar as linhas que, pelo menos para nós, são essenciais, conforme descrito na Caritas in Veritate."

Entre os palestrantes, estava o professor Stefano Zamagni, da Universidade de Bolonha; o presidente do Union Camere, Cremonesi Giancarlo; e outro gestores, que falaram sobre sua experiência concreta, diante de cerca de 300 pessoas, no auditório da universidade.

"A Caritas in veritate coloca no centro não a empresa, mas o homem, que deve ser um valor em si e não pelas vantagens que dará à empresa", disse o gestor italiano Francesco Sperandini.

"A ética é difícil de aplicar, mas é um percurso feito com pequenos passos na direção indicada pela Caritas in Veritate", afirmou Cremonesi, que percebeu no debate "o estupor pelo fato de que um bom gestor tenha de ser também um bom pai e um bom marido"; e porque "o lucro não é apenas econômico, mas global, pois o homem está destinado a uma realidade espiritual infinita".

O professor Zamagni, conhecido na Itália por sua eloquência, recordou que no seu país se começou a falar sobre ética social há menos de 20 anos, dadas as "vítimas da influência marxista, para a qual a empresa era um lugar de exploração que merecia ser destruído", e por uma cultura católica que "favorecia o social, abandonando a esfera econômica" e "esquecendo do empresariado", além de um pensamento liberal, no qual "o Estado era o depositário de valores e princípios".

"Diante disso, está a ética da virtude, do bem indivisível (...), do empresário que consegue gerar lucro sem estar contra ninguém nem prescindindo dos outros."

E ironizou sobre as palavras do presidente espanhol Zapatero que, ao contrário de Santo Agostinho, que dizia que "a verdade vos tornará livres", disse sobre a legislação no campo da bioética que "a liberdade vos tornará verdadeiros".

"Hoje, como ajuda, chegou a Caritas in Veritate", que trouxe luz sobre o assunto, disse Zamagni, recordando como, enquanto membro do conselho administrativo do hospital pediátrico vaticano Bambino Gesù, propôs uma série de mudanças na organização do trabalho, para premiar os funcionários motivados por razões vocacionais, obtendo, assim, indicadores positivos de produtividade.

(Sergio Mora)

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