Ambos confirmam a autoridade episcopal nas questões morais
WASHINGTON, sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011 (ZENIT.org) - A irmã Carol Keehan, foco da atenção pública por seu apoio à reforma do sistema de saúde proposta por Barack Obama, diante da rejeição dos bispos dos EUA, reconheceu a autoridade do bispo local na resolução de problemas morais e éticos que podem ocorrer nos hospitais católicos.
Em um comunicado da última segunda-feira, a irmã Keehan, que é presidente da Catholic Health Association (CHA), mostrou sua adesão à frente dirigida pelo presidente da Conferência dos Bispos Católicos (USCCB), o arcebispo de Nova York, Dom Timothy Dolan, confirmando a autoridade do bispo local para a interpretação das diretrizes éticas e religiosas para os Serviços de Saúde Católicos.
Estas orientações, agora em sua quarta edição, foram publicadas pelos bispos em 2001 como um guia de comportamento para aqueles que trabalham nos hospitais católicos.
Uma comunicação da USCCB afirmou que houve conversas entre Keehan e Dom Dolan para encontrar uma solução para os problemas sobre a autoridade do bispo local, na interpretação e aplicação dessas diretrizes (DER). A Conferência publicou uma troca de cartas entre os dois, que refletem as conclusões que partilham.
"Estou feliz por ter a oportunidade de garantir que, tanto em público como em privado, a CHA sempre tenha dito aos seus patrocinadores, conselheiros, gestores e médicos, que um bispo na sua diocese tem autoridade para interpretar as ERDs - escreveu a irmã Keehan no dia 18 de janeiro passado. Queremos dizer que um bispo tem o direito de interpretar as ERDs e de desenvolver suas próprias diretrizes éticas e religiosas, se assim desejar."
A resposta arcebispo Dolan, na última quarta-feira, explicou o contexto desta autoridade. Ele afirmou que, "em qualquer caso médico, especialmente em algumas complicações, certamente se necessita de uma consulta adequada aos profissionais médicos e aos peritos em ética, especializados no ensinamento da Igreja. Inclusive, como afirmou, no final, é o bispo da diocese quem decide a interpretação e aplicação das ERDs".
"Quando surgem conflitos, é novamente o bispo quem toma a decisão, baseando sua autoridade em seu magistério. Uma vez que a decisão tenha sido tomada frente a um dilema, sua aplicação não é mais responsabilidade das teorias morais, das interpretações éticas ou das opiniões dos médicos, que podem ser legítimas. A questão torna-se responsabilidade da autoridade do bispo."
Uma voz
O presidente da USCCB disse que o futuro mostra "muitos momentos no horizonte que podem supor um desafio para a Catholic Health Care e para a USCCB. Esses momentos são oportunidades de reafirmar o compromisso da Igreja com os pobres e o respeito ao direito à vida".
"Será muito importante, nesses momentos, que a Igreja fale a uma só voz, e eu gostaria de agradecer o apoio contínuo da CHA nestas questões", disse o arcebispo.
Ele mencionou duas áreas: o projeto de lei Pitts-Lipinski, para cobrir o aborto com fundos públicos; e a questão dos direitos de consciência.
Com relação ao projeto de lei, o arcebispo Dolan agradeceu o apoio da CHA, que nesse momento já tinha se manifestado.
Com relação à liberdade de consciência, disse: "Estão aumentando as pressões políticas e sociais que procuram forçar a Igreja a comprometer os seus princípios. A Igreja sempre teve essas pressões, mas agora eu estou extremamente preocupado com a intromissão ilegítima do governo em nossos hospitais. Por exemplo, há uma grande preocupação sobre as ameaças à liberdade de consciência, que já foram identificadas, enquanto a Lei de Assistência ao Paciente estava sendo considerada. Isso não foi resolvido com a última lei".
O arcebispo afirmou que os prelados têm "ideias concretas sobre como lidar com o problema", e garantiu à irmã Keehan que suas sugestões serão bem-vindas.
"Pelo bem comum e para garantir a integridade moral e doutrinal no exercício deste apostolado - disse o arcebispo -, devemos trabalhar juntos para tratar desta e de outras ameaças à consciência."
Na rede: declarações íntegras, textos e cartas: www.usccb.org/comm/archives/2011/11-024.shtml