O que é o fim do mundo? Quando será? De que forma? A última resposta cinematográfica a tivemos no filme 1012, onde nada e ninguém escapa, a não ser um pequeno grupo que consegue entrar dentro de uma aeronave onde já se encontram alguns espécimes do animais de nossa fauna global. Já no final do filme, qual nova Arca de Noé, a aeronave pousa numa porção emersa do continente asiático. Saímos do cinema com o sentimento de que tudo começará de novo. Fim e reinício!
Mas a pergunta sobre o fim do mundo continua e até agora nenhuma resposta satisfez e nehuma das possíveis ameaças abordadas pela mídia, apesar de levadas a sério por algumas pessoas, se concretizaram.
Poderíamos encarar a idéia fim do mundo de modo mais natural e sereno. Do mesmo modo que o dia termina e depois amanhece outro dia, do mesmo modo que vejo em meus filhos a renovação de minha família e minha continuação sobre a terra, o fim do mundo certamente será a redimensão desta vida, totalmente restaurada, redmida pela paixão e ressurreição de Jesus Cristo. Será tudo muito natural sem concretizar as expectativas catastróficas da imaginação literária e cinematográfica.
Catástrofes, já tivemos com terremotos, tsunamis, cataclismas e outras situações trágicas. Infelizmente, porque o homem ainda não transformou e dominou toda a natureza e alguns desses movimentos são tidos como insuperáveis pelo conhecimento limitado de nossas ciências e também por causa do egoísmo presente em nossa civilização essa situação ainda terá lugar em nosso mundo.
O Evangelho de hoje foi escrito cinquenta anos depois da morte e ressurreição de Jesus. Lucas nos fala da experiência vivida pelas primeiras comunidades cristãs: destruição do Templo de Jerusalém, perseguição aos cristãos, guerras, catástrofes, acontecimentos já anunciados pelo Senhor. A reação da comunidade é de lamentação, perturbação, preocupação. Jesus diz para eles que tudo isso é apenas o início da dores – como em um parto - , mas o importante virá mais tarde e será a Vida plena, verdadeira. Portanto, as perseguições e todas as dores atuais não levarão à morte, mas sim à Vida! Importa não se preocupar, mas ser firme na fé, na fidelidade a Deus e na confiança de que a Providência age.
O Templo de Jerusalém, onde um sistema opressor havia se instalado, é destruído pelos romanos, mas o pobre, que sofria as violências decorrentes das injustiças praticadas pelos dirigentes do Templo, continua vivo. Os sistemas iníquos caem, mas os perseguidos por eles, sobrevivem.
Os sistemas de morte são desbaratados pela atuação inteligente dos cristãos. As mortes de Estêvão, de Tiago, a resistência de Paulo, mesmo sendo ocasiões de grande sofrimento, anunciam uma sociedade nova que vai surgindo, com seu modo de ser e de agir próprios.
Neste momento podemos recordar a paixão que há duas semanas sofrem nossos irmãos que estão no Iraque e que constituem a Igreja naquele país do Golfo Pérsico.
Finalizando nossa reflexão, temos a frase do Senhor, que encerra o Evangelho de Hoje: “É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!”
Fonte: Rádio Vaticana