Dom Zimowski: temos de acabar com as desigualdades na atenção médica
CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 16 de novembro de 2010 – Para o presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral no Campo da Saúde, Dom Zygmunt Zimowski, “as atuais desigualdades na assistência sanitária exigem que se empreenda uma ação mais valente e sem atraso”.
A declaração foi feita durante conferência de imprensa na Santa Sé durante a apresentação da XXV conferência internacional Per una cura della salute equa ed umana alla luce della Enciclicia Caritas in veritate (Para um cuidado da saúde equitativa e humana à luz da encíclica Caritas in veritate).
O evento acadêmico se realizará nos próximos dias 18 e 19 de novembro, em Roma. Entre os relatores estarão os cardeais Tarcisio Bertone, secretário de Estado vaticano, Renato Raffaele Martino, presidente emérito do Pontifício Conselho Justiça e Paz, assim como o titular deste dicastério, Peter Kodwo Appiah Turkson.
Clamor pela equidade
Dom Zimowski assegurou que é cada vez mais difícil “conciliar o progresso económico, científico e técnico com a persistente desigualdade do acesso aos serviços sanitários, que são um direto humano fundamental”.
O prelado denunciou também as “contínuas desigualdades entre os sistemas sanitários dos países em desenvolvimento e, pior, dos chamados subdesenvolvidos”.
Ele destacou que também nos países ricos “existem grandes diferenças no acesso aos cuidados sanitários”.
“Muitos pobres e imigrantes não têm acesso aos remédios e a outras tecnologias para salvar vidas, por causa de infra-estruturas sanitárias escassas ou inacessíveis”.
O presidente do Conselho Pontifício da Saúde anunciou que esta conferência, guiada pelas linhas da encíclica Caritas in veritate dedicadas ao tema da saúde “examinará, entre outras coisas, as perspectivas básicas para uma promoção equitativa mais humana da saúde”.
Em outra participação na conferência de imprensa, o professor de ginecologia e obstetrícia Domenico Adruni destacou que o evento pretende “volta a colocar o homem e o paciente no centro de nossa atenção”, e tomar assim consciência de que “algo está faltando nas nações mais avançadas e nas menos afortunadas”
O padre Maurizio Faggioni, O.F.M , docente de Bioética na Academia Afonsiana de Roma, disse que a conferência pretende mostrar o tema da saúde como “um direito natural humano, fundado na pessoa, a dignidade e o olhar para o outro”.
Sobre o tema, o subsecretário do Conselho Pontifício para a Pastoral no Campo da Saúde, Dom Jean-Marie Mpendawatu, apresentou algumas estatísticas: “enquanto na Itália os partos assistidos por profissionais de saúde qualificados chegam a 99%, na Etiópia, somente 6% de mulheres têm essa possibilidade; na Uganda, 42% e em Laos, 20%”.
Dom Zimowski manifestou sua esperança de que esta conferência “lance luzes sobre o modo de melhorar o acesso à igualdade tão desejada de uma assistência sanitária básica e que, ao mesmo tempo, respeite a dignidade inalienável do homem”.
Fonte: Zenit