Dom Mamberti intervém na 65ª sessão da Assembleia Geral
NOVA YORK, terça-feira, 5 de outubro de 2010 – A Santa Sé considera que “o diálogo entre os representantes das nações, que se renova a cada ano em todas as sessões da Assembleia Geral e que permanece aberto e vivo nos demais órgãos e nas agências da ‘família da ONU’, foi o instrumento fundamental” para cumprir seu objetivo.
Foi o que afirmou o secretário para as Relações da Santa Sé com os Estados, Dom Dominique Mamberti, ao intervir na quarta-feira passada, na 65ª sessão da assembleia geral da ONU em Nova York.
Para ser “sincero e plenamente eficaz”, o diálogo entre as nações deve ser realmente “dia-logos”, ou seja, “troca de sabedoria e sabedoria partilhada”.
O representante da Santa Sé indicou que “dialogar não significa apenas escutar as aspirações e interesses das demais partes e tentar encontrar compromissos”, mas se deve passar “da troca de palavras e da busca do equilíbrio entre interesses opostos a um verdadeiro partilhar a sabedoria pelo bem comum”.
O arcebispo reconheceu no entanto que, na ONU, muitas vezes, este diálogo tem sido acima de tudo um “confronto entre ideologias opostas e posturas irreconciliáveis”.
Nos seus 65 anos de vida, a ONU, “apesar das imperfeições de suas estruturas e de seu funcionamento, tem tentado contribuir com soluções para os problemas internacionais de caráter econômico, social, cultural e humanitário”, disse o prelado.
Na perspectiva do diálogo internacional fecundo alcançado nos debates gerais anuais da assembleia geral, Dom Mamberti destacou diversos sinais de progresso na elaboração normativa do desarme e da proliferação de armas.
“Há que fazer todo o possível para chegar a um mundo liberto das armas nucleares – disse –. É um objetivo a que não se pode renunciar, ainda que seja complexo e difícil de alcançar, e a Santa Sé apoia todo esforço neste sentido”.
O arcebispo reconheceu que “não faltam motivos de preocupação por todos os desafios referentes à segurança global e à paz”.
Entre eles, referiu-se aos gastos militares mundiais, que “continuam sendo excessivamente onerosos e inclusive aumentam”.
Também falou do “problema do exercício do direito legítimo dos Estados a um desenvolvimento pacífico da energia nuclear, compatível com um controle internacional efetivo da não-proliferação”.
Fonte: Zenit