Por Lilian Alves
Imagens: Walter Welington
Foi lançada nesta quarta (24), na Câmara dos Deputados, a quarta edição da Marcha Nacional pela Vida. Ela ocorrerá no dia 31 de agosto de 2011, a partir das 15h, na Esplanada dos Ministérios. Neste ano, a marcha tem o objetivo de mobilizar a população para a aprovação do Estatuto do Nascituro (PL 478/07), que garante a vida das crianças desde o momento da concepção.
No lançamento estiveram presentes autoridades políticas e religiosas. A cantora Elba Ramalho, que se tornou símbolo na defesa da vida, também participou. “Mais de 50 milhões de crianças são abortadas por ano no Brasil. Isso me faz chorar. Matar passarinho é inafiançável, mas matar bebês não”. Elba contou que teve um encontro com os jovens do Promotores da Vida durante uma peregrinação a Roma. “Tinha acabado de ganhar um terço de um padre e logo depois me encontrei com os Promotores. Aquilo foi um sinal de Deus para que eu continue defendendo a vida”, disse.
A doutora em Microbiologia, Lenise Garcia, e a deputada federal Solange Almeida (PMDB-RJ), estiveram no lançamento e defenderam o valor da vida desde a concepção. “Com a aprovação do Estatuto do Nascituro poderemos também defender a criança deficiente que ainda está na barriga da mãe. Assim, os anencéfalos terão o direito de nascer”, afirmou a doutora, que também recordou da votação que ocorrerá no Supremo Tribunal Federal (STF), em agosto, a respeito da legalização do aborto para anencéfalos. “Se isso for aprovado, teremos uma brecha para ampliar o aborto no Brasil”, sublinhou.
Para a deputada Solange uma grande mobilização social precisa ser feita. “Não podemos ser tímidos!”. Ela lembrou da manipulação de dados no Ministério da Saúde, durante o governo Lula. “Segundo o Ministério 1 milhão de mulheres morreram devido à abortos. Isso é um absurdo! Foram 34 mortes, entre elas abortos espontâneos. A mulher não tem nem acesso a ultrassonografia, imagine fazer um aborto...”, revelou.
Representando a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), esteve presente o Pe. Rafael Fornaiser. Pela Arquidiocese de Brasília, Pe. Eduardo Peters afirmou que “se perdemos o valor da vida, perdemos e relativizamos os outros valores”.
Maria Helena
Ela tem seis meses de vida e ainda está na barriga da mãe, mas já tem muita história para contar. Maria Helena é filha de Natilane Gomes dos Santos (20). “Tive um namorado e engravidei. Fiquei com medo de contar para minha família e resolvi abortar, mesmo sabendo que isso não é certo”, disse.
Natilane tentou fazer três abortos. Em nenhum obteve o resultado esperado. No quinto mês de gravidez fez uma ecografia e ouviu da médica: “É uma menina! E ela já está com as perninhas cruzadas”. A jovem conta que aquilo mexeu com ela. “Eu sou adotada e não queria decepcionar minha mãe, mas a partir daí tive coragem e contei tudo pra ela”, chora ao lembrar.
Agora, Natilane relata que nunca foi tão amada pela família. “Eu peço perdão a Deus pelo o que eu fiz. E se antes eu tinha medo dos meus pais, hoje o medo é de perder minha filha”, conclui.