Cidade do Vaticano, 04 nov - “O futuro dos cristãos nos países de maioria muçulmana tornou-se incerto” e apesar da “Santa Sé estar comprometida e não deixar de lutar em prol dos cristãos para que permaneçam em suas terras, o movimento de emigração parece neste momento irreversível”. Soa como um último apelo à comunidade internacional o discurso que o Presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e Itinerantes, Dom Antonio Maria Vegliò, irá fazer em Sofia, Bulgária, amanhã, dia 5 de novembro, durante o Encontro da Hierarquia católica oriental da Europa.
“As Igrejas Orientais, Católicas e Ortodoxas ainda se encontram em situações de grande dificuldade, como também o cristianismo no Oriente Médio”, disse Dom Vegliò. O prelado recorda em seguida, a migração dos cristãos para a Europa e outros continentes: “Os cristãos, especialmente os jovens, em muitos dos países da área (Líbano, Síria, Iraque, Irã, Egito, Líbia, Israel, Palestina, etc. ) nas últimas décadas, deixaram sua terra natal em número significativo. Os trágicos acontecimentos da guerra e a situação social, econômica e política no Oriente levaram-nos a procurar outros lugares para um futuro melhor para si mesmo e para seus familiares”. “Verifica-se, portanto, todos os dias - constata Dom Vegliò - um declínio progressivo da presença cristã em todos estes países.
“A precariedade aconselha os jovens cristãos a emigrarem e a inserirem-se em diferentes contextos culturais e sociais com todos os benefícios e, infelizmente, as desvantagens que isso implica”. Nesse cenário, prossegue o Presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e Itinerantes, “a Igreja Católica vê com preocupação os problemas sociais emergentes, como o desemprego e o envelhecimento da população nos países de partida”. Embora “a ação caritativa das comunidades cristãs seja uma resposta imediata a esses desafios”, segundo Dom Vegliò é crucial, obviamente, um compromisso político também em nível mundial que enfrente as causas da migração, especialmente a pobreza, a violência, a perseguição, a injustiça, o subdesenvolvimento e o desemprego”. "Igualmente decisiva - sublinhou - é o compromisso cultural, isto é a formação à centralidade da pessoas, a oposição à xenofobia, muitas vezes incentivada pela mídia, e apoio à integração para salvar a identidade das pessoas”.
Fonte: Radio Vaticana