A Encíclica Evangelium Vitae (Evangelho da Vida), publicada pelo papa João Paulo II em 1995 para tratar do valor e da inviolabilidade da vida humana, foi tema de palestra realizada pelo grupo Promotores da Vida, em Brasília, no dia 10 de dezembro. O documento foi explicado pelo padre Eduardo de Lima Peters*, presidente da Comissão Arquidiocesana de Bioética e Defesa da Vida da Arquidiocese de Brasília.
De acordo com ele, o papa escreveu a Encíclica quando começaram a existir em todo o mundo legislações contrárias à dignidade da pessoa e ao respeito à vida humana. “A Encíclica Evangelium Vitae surgiu dentro desse contexto de responder a uma necessidade a respeito do valor e da dignidade da pessoa e da sua vida”, explicou.
O palestrante destacou que, ao começar o documento com o Evangelho de Lucas anunciando o nascimento de Jesus - “na aurora da salvação, é proclamado como feliz notícia o nascimento de um menino: anuncio-vos uma grande alegria, que o será para todo o povo: Hoje, na cidade de David, nasceu-vos um Salvador, que é o Messias, Senhor (Lc 2, 10-11)” -, o papa recupera para nós a ideia da vida como um dom e que “da vida do Cristo, do nascimento do Menino Jesus, todo nascimento alcança também uma dignidade diferenciada”.
Ao falar sobre o ensinamento da Encíclica sobre a unidade do evangelho - “o Evangelho do amor de Deus pelo homem, o Evangelho da dignidade da pessoa e o Evangelho da vida são um único e indivisível Evangelho” -, o padre recorda que “nós não podemos viver a nossa experiência de fé como se ela fosse uma experiência seletiva. Ou seja, eu escolho aquilo que na doutrina me agrada e separo o que me incomoda. O Evangelho é único, ele não está a serviço das nossas conveniências e nem a serviço de uma produção religiosa que talvez seja minha. Nós temos que assumir o Evangelho na sua totalidade, compreendendo o valor e o respeito que temos que ter pela dignidade da pessoa humana”.
A Ciência e a Vida
Outro ponto abordado na palestra foi o ensinamento do papa sobre o critério ético da ciência. O padre Eduardo explicou que “nós precisamos ter cuidado para que a ciência não se torne critério ético para a própria ciência”. Para ele, se isso acontecer, “a nossa ética se torna a ética do possível. Tudo aquilo que for cientificamente possível é moralmente louvável”. Segundo o palestrante, a própria bioética ensina que é preciso fazer uma junção entre aquilo que é conhecimento biotecnológico com os valores humanos. “Nós temos um desafio muito grande nesta perspectiva de equilibrar essa relação que existe entre a possibilidade científica e a experiência ética”, comentou.
Entre os presentes, o casal de médicos Luiz Augusto e Lucília Casulari destacaram a importância do aprofundamento dos estudos da Igreja. “A partir do aprofundamento, sua fé aumenta e se torna mais consistente e consciente, nos tornando mais compreensivos”, destacou o médico. Para sua esposa, “as informações foram suficientes para nos introduzir no tema e refletir sobre o valor da vida”.
Ciclo de Formação
A palestra foi a última de uma série de três formações sobre o Magistério da Igreja em relação ao tema "vida humana". A primeira delas abordou a reprodução assistida e teve como base as instruções Donum Vitae e Dignitas Personae. A segunda formação, fundamentada na Encíclica Humanae Vitae, apresentou o ensinamento da Igreja sobre a regulação da natalidade. O vídeo das palestras estão disponíveis na Videoteca da Vida.
ASSISTAS AS 3 FORMAÇÕES:
__________________
*Padre Eduardo de Lima Peters é mestre em Teologia Moral, presidente da Comissão Arquidiocesana de Bioética e Defesa da Vida da Arquidiocese de Brasília, professor no Seminário Maior Nossa Senhora de Fátima e no Curso Superior de Teologia da Arquidiocese de Brasília.
a
O palestrante destacou que, ao começar o documento com o Evangelho de Lucas anunciando o nascimento de Jesus - “na aurora da salvação, é proclamado como feliz notícia o nascimento de um menino: anuncio-vos uma grande alegria, que o será para todo o povo: Hoje, na cidade de David, nasceu-vos um Salvador, que é o Messias, Senhor (Lc 2, 10-11)” -, o papa recupera para nós a ideia da vida como um dom e que “da vida do Cristo, do nascimento do Menino Jesus, todo nascimento alcança também uma dignidade diferenciada”.
Ao falar sobre o ensinamento da Encíclica sobre a unidade do evangelho - “o Evangelho do amor de Deus pelo homem, o Evangelho da dignidade da pessoa e o Evangelho da vida são um único e indivisível Evangelho” -, o padre recorda que “nós não podemos viver a nossa experiência de fé como se ela fosse uma experiência seletiva. Ou seja, eu escolho aquilo que na doutrina me agrada e separo o que me incomoda. O Evangelho é único, ele não está a serviço das nossas conveniências e nem a serviço de uma produção religiosa que talvez seja minha. Nós temos que assumir o Evangelho na sua totalidade, compreendendo o valor e o respeito que temos que ter pela dignidade da pessoa humana”.
A Ciência e a Vida
Outro ponto abordado na palestra foi o ensinamento do papa sobre o critério ético da ciência. O padre Eduardo explicou que “nós precisamos ter cuidado para que a ciência não se torne critério ético para a própria ciência”. Para ele, se isso acontecer, “a nossa ética se torna a ética do possível. Tudo aquilo que for cientificamente possível é moralmente louvável”. Segundo o palestrante, a própria bioética ensina que é preciso fazer uma junção entre aquilo que é conhecimento biotecnológico com os valores humanos. “Nós temos um desafio muito grande nesta perspectiva de equilibrar essa relação que existe entre a possibilidade científica e a experiência ética”, comentou.
Entre os presentes, o casal de médicos Luiz Augusto e Lucília Casulari destacaram a importância do aprofundamento dos estudos da Igreja. “A partir do aprofundamento, sua fé aumenta e se torna mais consistente e consciente, nos tornando mais compreensivos”, destacou o médico. Para sua esposa, “as informações foram suficientes para nos introduzir no tema e refletir sobre o valor da vida”.
Ciclo de Formação
A palestra foi a última de uma série de três formações sobre o Magistério da Igreja em relação ao tema "vida humana". A primeira delas abordou a reprodução assistida e teve como base as instruções Donum Vitae e Dignitas Personae. A segunda formação, fundamentada na Encíclica Humanae Vitae, apresentou o ensinamento da Igreja sobre a regulação da natalidade. O vídeo das palestras estão disponíveis na Videoteca da Vida.
ASSISTAS AS 3 FORMAÇÕES:
- Encíclica Evangelium Vitae (Evangelho da Vida)
- Encíclica Humanae Vitae (Vida Humana)
- Instruções Donum Vitae e Dignitas Personae (Dom da Vida e Dignidade da Pessoa)
__________________
*Padre Eduardo de Lima Peters é mestre em Teologia Moral, presidente da Comissão Arquidiocesana de Bioética e Defesa da Vida da Arquidiocese de Brasília, professor no Seminário Maior Nossa Senhora de Fátima e no Curso Superior de Teologia da Arquidiocese de Brasília.
a