Nesta terça-feira, 8 de outubro, celebra-se o Dia do Nascituro, marcando o encerramento da Semana Nacional da Vida, iniciativa promovida pela Igreja Católica no Brasil desde 2005. Originária do latim, a palavra ‘nascituro’ significa aquele que há de nascer, que foi gerado e ainda não nasceu. Em outras palavras, nascituro é o ser já concebido, mas que ainda vive no ventre materno. E no último dia do Especial Semana da Vida, publicamos um artigo sobre o valor da vida de um embrião e um emocionante vídeo sobre o desenvolvimento humano durante a gestação.
A vida de um embrião tem o mesmo valor que a de uma pessoa adulta?
O grande valor da vida humana é o mesmo, em todas as fases do seu desenvolvimento.
O homem é imagem de Deus desde o começo da sua existência, quando recebe dos seus pais a sua estrutura biológica e o motor para se desenvolver, e de Deus recebe a alma. Aí está o seu verdadeiro valor – e não em sua consciência, em suas capacidades ou em sua utilidade.
A vida de um embrião tem o mesmo valor que qualquer outra vida humana, em todas as suas fases, porque, desde a concepção, existe uma dignidade intrínseca ao ser humano.
A constatação científica de que a vida de cada ser humano começa com o processo de fecundação é cada vez mais inquestionável. No entanto, debate-se muito sobre quando e em que casos esta entidade biológica em desenvolvimento pode ser considerada uma pessoa. Esta é uma questão crucial, já que, se o embrião já é um homem, exige um respeito que implica em não dispor dele como um meio, nem manipulá-lo, nem decidir sobre a sua origem, sua vida ou sua morte.
“O valor em jogo é tal – adverte a encíclica Evangelium Vitae – que, sob o perfil moral, bastaria a simples probabilidade de encontrar-se em presença de uma pessoa para se justificar a mais categórica proibição de qualquer intervenção tendente a eliminar o embrião humano.”
“Como um indivíduo humano poderia não ser pessoa?”, pergunta a Congregação para a Doutrina da Fé, na instrução Donum Vitae, sobre o respeito à vida humana e a procriação.
O homem é o mesmo em todas as suas fases. Reduzir a pessoa a determinadas situações nas quais, em ato, possua autoconsciência e racionalidade, destrói a noção geral de pessoa – segundo o filósofo alemão Robert Spaemann –, porque não haveria pessoas em sentido absoluto, senão que poderia falar-se somente de situação pessoal dos seres vivos.
Para Spaemann, “é pessoa todo ser de uma espécie cujos membros possuem a capacidade de alcançar a autoconsciência e a racionalidade”.
Ao considerar o embrião como pessoa, são levados em consideração critérios intrínsecos a este pequeno ser, porque, como explica a catedrática de Biologia Molecular da Universidade de Navarra, Natalia López Moratalla, o especificamente humano é inerente e originário, está ligado à vida recebida dos progenitores.
Em termos teológicos, Deus infunde a alma no momento da união entre o óvulo e o espermatozoide. Desde que floresce, a vida humana é sagrada, porque envolve diretamente a ação criadora de Deus, explica João XXIII na encíclica Mater et magistra. E são muitos os textos bíblicos que testemunham que, inclusive quando ainda está no seio materno, o homem é objeto pessoal da amorosa e paterna providência divina.
Por isso, o embrião “deve ser tratado como uma pessoa desde a concepção”, ensina o Catecismo da Igreja Católica.
Para López Moratalla, “a uma vida incipiente não pode ser negada a dignidade, que lhe confere seu caráter pessoal, pelo fato de não manifestar ainda as peculiaridades que correspondem a outra etapa da sua vida”.
Se a consideração de pessoa se baseasse em critérios extrínsecos, ou seja, em fatores externos ao embrião (como, por exemplo, que já tenha nidificado no útero da mãe), acabaríamos caindo em elementos totalmente convencionais e arbitrários, advertiu a Academia Pontifícia para a Vida, no comunicado final da sua terceira assembleia geral, em 1997.
Para evitar isso, conclui a Evangelium Vitae, "que tem de ser garantido ao fruto da geração humana, desde o primeiro instante da sua existência, o respeito incondicional que é moralmente devido ao ser humano na sua totalidade e unidade corporal e espiritual”.
Fonte: Aleteia
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