A Igreja não viola o princípio da laicidade quando se opõe às uniões entre homossexuais, explicam os bispos do México; ao contrário, oferece sua contribuição para um Estado Laico e democrático.
A explicação foi formulada na terça-feira passada durante uma coletiva de imprensa e em um comunicado oficial por parte da Conferência do Episcopado do México (CEM).
Há cerca de um mês, a Assembléia Legislativa da Cidade do México aprovou o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a adoção de menores por casais de homossexuais, decisão que a Igreja Católica do país considerou “contrária à moral e aos diretos das crianças”.
Os promotores da medida acusam a Igreja Católica de “ingerência” nas instituições políticas e do Estado.
Nesse contexto, explica o comunicado da Conferência do Episcopado que “o magistério da Igreja tem a intenção de oferecer sua própria contribuição à formação da consciência, não apenas de fiéis, mas de todos aqueles que buscam a verdade”.
“A fé não constitui um obstáculo à liberdade nem à ciência, nem tampouco um conjunto de preconceitos que viciariam uma compreensão objetiva da realidade”; em contraposição a uma atitude que tende a substituir a verdade por consensos frágeis e de fácil manipulação, a fé cristã constitui uma contribuição à verdade ética e filosófica, propondo perspectivas morais em que a razão humana pode buscar soluções”.
Os prelados estão convencidos de que “em cada ser humano reside um senso moral natural”, “mesmo naqueles que não se identificam com a fé e o pensamento cristão. Por essa razão, a Igreja não impõe seus princípios morais”.
Na coletiva de imprensa, logo após a leitura do comunicado, Dom Aguiar Retes, presidente da CEM, declarou que “a Igreja Católica não viola o princípio do Estado laico e não tem a intenção de fazê-lo, nem tampouco é homofóbica ou demoniza a homossexualidade. A Igreja deseja um Estado laico que garanta as condições para a liberdade de todos, independentemente de suas características pessoais”.
Negando uma oposição entre o Estado laico e os pontos de vista religiosos, disse ainda que “o verdadeiro Estado laico é aquele que favorece um relacionamento entre todos os setores” da sociedade. “A igreja” – afirmou o presidente da CEM – “é a favor de um Estado democrático, sólido e laico, conforme expressou Bento XVI”.
O arcebispo de Léon, Dom Martín Rábago, falando da posição da Igreja em relação à homossexualidade, disse: “a posição da Igreja em seu Catecismo sobre os homossexuais é a de que estes gozam dos mesmos direitos que qualquer outra pessoa”, e que “de nenhuma forma são considerados excluídos ou excomungados”.
Fonte: http://www.zenit.org/article-23880?l=portuguese