São Paulo, 21 fev – Dados sobre violência doméstica no Brasil assustam e mostram o atraso social em pleno século XXI. O jornal Estado de São Paulo apurou dados de uma pesquisa feita pela Fundação Perseu Abramo em parceria com o SESC que mostra uma realidade chocante: a cada dois minutos, cinco mulheres são agredidas violentamente no Brasil. E já foi mais grave: há 10 anos, oito mulheres eram espancadas no mesmo intervalo de tempo.
A pesquisa intitulada “mulheres brasileiras e gênero nos espaços público e privado” foi realizada em 25 Estados. Foram entrevistadas 2.365 mulheres e 1.181 homens com mais de 15 anos. Chegou-se ao resultado final fazendo uma projeção média para a população total. Confirmando uma problemática já constatada pela ONU como tendência mundial, a violência doméstica é a que mais faz vítimas.
A violência doméstica, porém, apesar de se passar no âmbito doméstico, é um problema social. No Brasil, 7 milhões e 200 mil mulheres com mais de 15 anos já sofreram agressões, das quais 1 milhão e 300 mil nos 12 meses que antecederam a pesquisa.
Segundo a pesquisa, a Lei Maria da Penha teve impacto na diminuição das agressões nos últimos anos. Quanto aos homens, 8% admitem já ter agredido fisicamente uma mulher, 48% dizem ter um amigo ou conhecido que fizeram o mesmo e 25% têm parentes que agridem as companheiras.
2% dos homens entrevistados declararam que "tem mulher que só aprende apanhando bastante". É ultrajante, para todo gênero humano, que a sociedade – formada por homens e mulheres – seja permissiva a tal ponto. A pesquisa indicou que os homens que agridem, repetem com freqüência a agressão, o que demonstraria um padrão de comportamento, e não uma exceção.
Fonte: Rádio Vaticana