Brasília, 05 fev - A Igreja Católica decidiu intensificar a campanha de prevenção e combate à Aids. A iniciativa gera polêmica, pela possível mudança de posição da Igreja quanto ao uso de preservativos.
No dia 28 de maio próximo, a Santa Sé promoverá uma conferência, durante a qual se debaterá sobre os cuidados aos doentes infectados pelo vírus HIV e também sobre as formas de prevenção.
No final de 2010, Bento XVI declarou que era exemplar quem usava o preservativo, pois esta era uma forma de demonstrar preocupação com o parceiro... ou, pelo menos, foi isso que a imprensa leiga, em sua maioria, divulgou.
Na verdade, o que houve foi o seguinte: No livro-entrevista Luz do mundo, do jornalista alemão Peter Seewald, Bento XVI explica que "concentrar-se apenas no profilático significa banalizar a sexualidade" e que "essa banalização representa justamente a perigosa razão pela qual tantas pessoas não veem mais na sexualidade a expressão de seu amor, mas apenas uma espécie de droga que pode ser auto-ministrada". No contexto de sua reflexão em defesa da não banalização da sexualidade, o Papa Ratzinger explica que "pode haver casos nos quais se pode justificar o uso de preservativos, por exemplo, quando uma prostituta utiliza um profilático" acrescentando, todavia que "este não é o modo real de se combater o contágio do HIV".
O posicionamento da Santa Sé sobre o assunto será debatido na conferência de maio próximo, que contará com a participação de especialistas das Nações Unidas e de outras organizações.
O subsecretário do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde, Mons. Jean-Marie Mpendawatu Mate Musivi, afirmou que é preciso esclarecer bem as coisas, para não gerar outros problemas de compreensão quanto ao tema e quanto à opinião da Igreja. (AF)
Fonte: Rádio Vaticana