Comissão para a Vida e Família lança 2ª edição do subsídio “Hora da Vida”
Com objetivo de colaborar na preparação e na realização da Semana Nacional da Vida e no Dia do Nascituro, a Comissão para a Vida e Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou a segunda edição do subsídio “Hora da Família”. A publicação continua sendo solicitado por todo o Brasil, e já foram adquiridos mais de 200.000 exemplares em todo o território brasileiro.
Tendo sido elaborado pela primeira vez no ano passado, o subsídio “Hora da Família”, traz o tema “Vida, saúde e dignidade: direito e responsabilidade de todos” dividido em sete encontros e uma celebração da vida. Os encontros vão desde a acolhida da vida, passando por uma conscientização de comportamentos de risco que ameaçam a vida, até chegar ao cuidado com as pessoas na fase final da vida.
Os encontros são: ‘1º-Qual o meu papel?’; ‘2º-Acolhida à vida nascente’; ‘3º-Transmissão da vida: qual a missão do casal?’; ‘4º-Hábitos e comportamentos de risco’; ‘5º-Saúde e equilíbrio do homem’; ‘6º-Dignidade e qualidade de vida’; e, por fim, ‘7º-O sentido do entardecer da vida’.
Dentro de cada um dos encontros supracitados, inúmeros assuntos serão abordados, todos relecionados à defesa da vida. É possível citar, por exemplo, os sub-itens ‘responsabilidade consigo mesmo, com a família e com a sociedade’, ‘compromisso com a vida’, ‘aborto, gravidez de risco, eugenia’, ‘sexualidade e afetividade’, ‘pais como participantes da paternidade de Deus’, ‘drogas lícitas e ilícitas’, ‘promiscuidade’, ‘consumismo’, ‘eutanásia’, dentre outros.
De acordo com o assessor da Comissão Episcopal Pastoral para Vida e Família, padre Rafael Fornasier, o subsídio propõe os sete roteiros de encontros apenas como sugestões. “Pode-se adaptar o material a cada realidade, bem como acrescentar outros temas afins”, explica.
Vários bispos colaboraram na elaboração do subsídio. Dom João Carlos Petrini, presidente da Comissão E. P. para Vida e Família escreve uma mensagem sugerindo a criação de Comissões de Respeito, Promoção e Defesa da Vida nas dioceses e, quando possível, nas paróquias. A apresentação da publicação foi feita pelo bispo auxiliar do Rio e membro da Comissão Episcopal Pastoral para Vida e Família, dom Antônio Augusto. O arcebispo de Belém, dom Alberto Taveira foi o autor da introdução.
Sob a coordenação do padre Rafael Fornasier, vários organismos também colaboraram na produção do “Hora da Vida”. Colaboraram: a Pastoral Familiar do Regional Norte 2 da CNBB; o Centro de Bioética da Amazônia (CBAm); a Comissão de Defesa da Vida da Arquidiocese de Belém; a Comunidade de Nazaré (BA).
Assim como o subsídio “Hora da Família”, o “Hora da Vida” pode ser adquirido junto aos casasi coordenadores da Pastoral Familiar de todo o Brasil, ou diretamente na SECREN (Secretariado Nacional da Pastoral Familiar) pelo telefone: (61) 34432900; por e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Semana Nacional da Vida e Dia do Nascituro
Com o tema “Vida, Ecologia Humana e Meio Ambiente”, a Igreja no Brasil realiza a Semana Nacional da Vida, nos dias 1 a 7 de outubro, culminando com o Dia do Nascituro, no dia 8. Neste período, as dioceses são convidadas a desenvolver atividades em torno do tema, focando sempre o direito a vida e a preservação da dignidade humana.
A Semana Nacional da Vida foi instituída em 2005 pela 43ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
O Dia do Nascituro é um dia em homenagem ao novo ser humano, à criança que ainda vive dentro da barriga da mãe. A data celebra o direito à proteção de sua vida e saúde, à alimentação, ao respeito e a um nascimento sadio. O objetivo é suscitar nas consciências, nas famílias e na sociedade, o reconhecimento do sentido e valor da vida humana em todos os seus momentos.
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
Fonte: Rede Vida
Cúpula auspiciada por Gates promove aborto e busca impor anticoncepção
Uma líder pró-vida e assistente à cúpula mundial de "planejamento familiar" auspiciada pela fundação do Bill e Melinda Gates denunciou que esta reunião promove o aborto no mundo e não responde às necessidades das mulheres às que quer obrigar a usar anticoncepcionais.
Wendy Wright, diretora interina do Instituto para a Família Católica e Direitos (C-FAM), a quem tentaram expulsar do evento por ser pró-vida e não compartilhar a agenda da fundação e da International Planned Parenthood Federation –a maior transnacional abortista do mundo– assinalou ao grupo ACI no dia 11 de julho que no evento se buscava reunir 4 bilhões e 300 milhões de dólares para sua agenda na África e no sudeste asiático. Em total, disse Wright, conseguiram reunir 4 bilhões e 600 milhões de dólares.
Entre os assistentes a esta reunião estavam o primeiro-ministro britânico, David Cameron e vários chefes de estado africanos. A Secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton (conhecida por sua posição abortista), fez um vídeo para o evento auspiciado pela fundação Gates.
Wright também denunciou que para países como a França e a Suécia "a saúde sexual e reprodutiva inclui o aborto". "Muitos dos outros países estão tratando o tema com cuidado, particularmente os Estados Unidos, tentando não mencionar o aborto porque é um assunto que traz controvérsias. Mas a França precisou que não vai evitar estas discussões e isso significa que vai promover o acesso ao chamado aborto ‘seguro’", acrescentou.
Embora na cúpula o tema da mortalidade materna e diversas propostas para confrontá-lo tenha sido tratado, Wright explicou que as "mulheres em realidade necessitam ajuda. O problema é que a fundação Gates lhes está oferecendo uma ajuda que não vai ajuda-las nisso" dado que nem o aborto nem os anticoncepcionais solucionam o assunto.
A líder também recordou "a história escura do controle populacional" especialmente de organizações como a IPPF, Marie Sopes International e o Conselho de População, que têm um histórico de coerção para os pobres e menos favorecidos na educação.
Fonte: ACI Digital
Aborto também deve ser tema de eleição municipal, diz CNBB
O secretário-geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), dom Leonardo Steiner, diz ser a favor de debater sobre aborto nas eleições municipais deste ano, assim como corrupção, casamento entre gays e outros temas que dizem respeito "ao direito da pessoa humana".
Mas a recomendação geral da Igreja Católica aos seus fiéis nas eleições municipais será "votem em ficha limpa".
Dom Leonardo, 61 anos, é da quarta geração de uma família alemã de Santa Catarina. Bispo há oito anos, assumiu o cargo na CNBB no ano passado. Em entrevista ontem ao "Poder e Política" , projeto da Folha e do UOL, ele reclamou do governo da presidente Dilma Rousseff. Afirmou que tem enfrentado dificuldades para atuar em algumas comissões consultivas das quais sempre participou, não quis individualizar as críticas e também preservou a presidente.
Disse também que o governo federal ainda não liberou os recursos necessários para as obras e preparações necessárias na organização e infraestrutura para receber o papa Bento 16, no Rio, no ano que vem, quando a cidade hospedará a Jornada Mundial da Juventude, que deve reunir milhões de pessoas de 23 a 28 de julho de 2013.
Sobre a queda do número de católicos no Brasil, o secretário-geral da CNBB disse ter dúvidas sobre a metodologia do IBGE no Censo que apontou uma perda de 1,7 milhão de fieis no período de 2000 a 2010. Disse que o número de sacerdotes católicos subiu de 18 mil para 22 mil. Afirmou também não acreditar que o número de evangélicos ultrapasse o de católicos em algumas décadas. "Preocupa mais a Igreja Católica o número de pessoas que se dizem sem religião".
A seguir, trechos da entrevista.
Folha/UOL - Qual é a diretriz da CNBB para as eleições municipais deste ano?
Dom Leonardo - Votem em ficha limpa. Foi uma longa batalha, na qual a CNBB se engajou. Não podemos voltar atrás. Eleições municipais são mais disputadas, mais intensas. Da nossa parte existe o desejo de darmos uma orientação da boa escolha daqueles que hão de cuidar do município.
Temas nacionais também devem estar presentes, como aborto e casamento entre pessoas do mesmo sexo?
Deve fazer parte do debate das eleições municipais sempre aquilo que diz respeito ao direito da pessoa humana. A questão da corrupção, da ficha limpa.
Mas é legítimo um candidato a prefeito apresentar como tema de discussão liberalizar o aborto?
O debate ele tem que ser livre. As pessoas podem e devem ter o direito de expressar suas concepções. Ajuda muito ao eleitor quando ele [candidato] coloca a questão do aborto, a questão da corrupção. Mas não só para angariar voto, mas como uma questão realmente política.
Qual é a posição da Igreja Católica hoje sobre o uso de contraceptivos?
Não se pode sempre usar contraceptivos sem mais e sem menos porque as relações precisam sempre estar abertas à vida. Muitas vezes se quer facilitar o prazer simplesmente pelo prazer. Mas em relação aos grupos de risco tem uma declaração do Santo Padre [flexibilizando o uso], colocando a questão da vida humana, da saúde humana.
Como está a relação da Igreja Católica com o atual governo e como foi com os anteriores?
Eu tenho a impressão que os governos têm procurado ouvir. Mas nós sentimos também, não no primeiro escalão, alguma dificuldade de relação.
Que tipo de dificuldade?
Às vezes, a participação nossa nos conselhos [consultivos de Ministérios]. A CNBB participa em diversos conselhos.
Há algum impedimento?
Existe uma espécie de resistência, sim. De que não é muito tarefa religiosa ou uma tarefa da Igreja [opinar] em um ou outro conselho.
O sr. poderia especificar?
Não é muito conveniente.
É governo como um todo?
Não. A interlocução que temos com os ministros tem sido positiva. Nenhum ministro se recusou a me receber.
A seguir lista de vídeos da entrevista de dom Leonardo Steiner à Folha e ao UOL:
1) Quem é dom Leonardo Steiner? (1:02);
2) CNBB contesta queda de fiéis católicos no Censo (2:23);
3) CNBB: Brasil ganhou 4 mil padres nos últimos anos (1:02);
4) CNBB: Alta dos sem religião é pior que baixa católica (0:53);
5) CNBB: número de evangélicos não passará o de católicos(2:15);
6) Padres cantores mostram rosto da Igreja Católica (1:56);
7) CNBB: posição católica contra aborto é definitiva (2:21);
8) Camisinha: CNBB critica "facilitar prazer por prazer" (2:13);
9) CNBB se diz preterida por setores do governo Dilma (2:43);
10) CNBB: Igreja não criará partido político no Brasil (2:06);
11) Aborto também é tema de eleição municipal, diz CNBB (2:28);
12) CNBB: Dilma deve dar verba para visita do papa em 2013;
13) Íntegra da entrevista, 40 min.;
Fonte: Folha de São Paulo
O que está acontecendo com a sociedade brasileira?
Qui, 19 de Julho de 2012 12:50
Publicamos a seguir mensagem enviada por Dom João Carlos Petrini, Bispo de Camaçari, Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para Vida e Família da CNBB e Vice-Presidente do Pontifício Instituto João Paulo II para Estudos sobre Matrimônio e Família – seção brasileira, sobre a situação da defesa da vida no território brasileiro.
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“Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.”(Jo 10,10)
Prezados irmãos e irmãs,
Durante a última Assembleia Geral da CNBB, ao comentar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) relativa à legitimidade do aborto de crianças portadoras de anencefalia, foi decidido que a Comissão Episcopal Pastoral para Vida e Família (CEPVF) iria elaborar, com a participação do Conselho Episcopal Pastoral da CNBB (CONSEP), uma proposta para responder aos desafios que estavam evidenciando-se naquela circunstância. Na realidade, no cenário da sociedade e da cultura atuais, apresentam-se diversas formas de desrespeito e agressão à vida humana, que clamam ao céu (cf. EV 9; Gn 4, 9-10; Mt 23, 35) e que exigem dos pastores e fiéis das comunidades católicas uma resposta orgânica, sistemática e propositiva.
De fato, não é suficiente apenas evitar a aprovação de leis contrárias à vida e repetir normas que proíbem ações contrárias. Mesmo sem essas leis, a vida humana é quotidianamente ferida. Por outro lado, nossa tarefa de cristãos é valorizar o respeito, a promoção e a defesa da vida, quer com uma legislação favorável, quer contrária. Somos chamados a despertar sentimentos e atitudes de atração, de fascínio, de amor que acolhe e valoriza a vida, pela sua beleza, porque é o maior dom que recebemos do Criador.
Recordemos algumas situações:
a- O STF liberou o aborto de crianças portadoras de anencefalia.
b- Está em discussão o Projeto de Reforma do Código Penal que inclui entre suas normas a legalização do aborto, da eutanásia, da profissão de prostituto/a, entre outras.
c- O Ministério da Saúde está elaborando um modo de “diminuir os danos” à saúde da mulher, provocados por abortos clandestinos, legitimando e amparando, de fato, a realização do aborto, mesmo que a lei o considere crime (link).
d- A fecundação artificial (dita assistida) dá origem a uma nova vida em situação indigna de um ser humano. De fato, o novo ser não nasce de uma relação de amor, mas em laboratório. No entanto, cada ser humano tem o direito de nascer de um ato de amor entre um homem e uma mulher. Além disso, para cada gravidez encomendada, são produzidos diversos embriões (de 5 a 8), sendo aproveitados os mais bem sucedidos e destruindo os outros.
e- Centenas de adolescentes e de jovens, toda semana, perdem a vida por causa das guerras que se travam ao redor das drogas.
f- São alarmantes as situações de violência que afetam crianças, idosos, mulheres e agora também homens, em ambientes domésticos.
A lista poderia estender-se ainda muito mais.
O que está acontecendo com a nossa sociedade?
Muitos pensavam (alguns ainda pensam) que a sociedade moderna não precisa de religião, que as novas gerações poderiam realizar-se e conseguir sucesso e bem estar mais agilmente, ignorando a luz de Cristo e a sabedoria do evangelho, ignorando também o ideal da vida fraterna e da caridade que respeita e acolhe o outro. Foi desvalorizado o entendimento segundo o qual a vida encontra realização e felicidade fazendo o dom sincero de si para o bem e a felicidade de outros, até com o sacrifício próprio (na família, na vida consagrada, na profissão, na política) (cf. Jo 10, 25; 15, 13; Lc 17, 33). Prevalece, agora, o privilégio dado ao próprio bem estar, mesmo com sacrifício dos outros (o aborto de um filho com anencefalia vai nesta direção). A vida humana é avaliada pela sua utilidade, sendo descartada quando exige dedicação de tempo e de dinheiro, considerada mais uma mercadoria do que algo sagrado. A postura que a Igreja muitas vezes usou de proibir certas práticas ou condenar certas atitudes não tem o efeito esperado. Pelo contrário, parece que suscita irritação e distanciamento. É necessário empreender uma grande educação popular, no horizonte da nova evangelização (cf. DGAE 2011-2015, p. 9), de modo que cada leigo engajado possa discernir as propostas e as situações que contradizem o Evangelho e o verdadeiro bem do ser humano, e seja capaz de dar as razões (cf. 1P 13, 15) pelas quais rejeita certas opções e se decide por outras.
A CEPVF, em comum acordo com o CONSEP, propõe a criação de Comissões de Respeito Promoção e Defesa da Vida em cada diocese, e, sempre que possível, em cada paróquia, organizadas pela Igreja, com a finalidade de:
a- Compreender as formas de agressão e desrespeito à vida que acontecem no território nacional, da diocese ou da paróquia.
b- Dar visibilidade a esses problemas na imprensa local, nas rádios comunitárias, ou através da elaboração de uma específica publicação.
c- Procurar evidenciar as razões para defender e promover a vida que possam ser aceitas inclusive por parte de quem se declara sem religião, na base da razão natural que compreende a dignidade da vida e reconhece os direitos universais.
d- Oferecer às próprias comunidades uma formação enraizada na Palavra de Deus e na Doutrina Social da Igreja, de maneira que cada um se torne um militante da defesa e da promoção da vida (cf. Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora no Brasil - DGAE - 2011-2015, n. 67).
e- Promover debates públicos, bem como nos meios de comunicação que são acessíveis, para criar mentalidade.
f- Estabelecer parcerias com Escolas públicas e privadas, através da elaboração de textos, vídeos e outros meios didáticos que visem à formação das crianças e dos adolescentes. Promover concursos de desenho, redação e outros, tendo como tema a defesa e a promoção da vida, especialmente por ocasião da Semana Nacional da Vida.
g- Suscitar debates nas câmaras municipais, nas Assembleias Legislativas, com a finalidade de sensibilizar um segmento da população mais difícil de ser atingido e que em geral influencia muitas pessoas.
Na medida em que nas maiores cidades de um Estado estão constituídas Comissões de Respeito, Promoção e Defesa da Vida, será fácil constituir uma comissão de nível estadual, com a participação de representantes de outras religiões, professores universitários, políticos etc.
Trata-se de defender a vida humana não somente contra as tentativas de ampliar a legitimidade de abortar, mas de promover a vida humana em todas as situações nas quais é ofendida e é ferida a sua dignidade inviolável (cf. DGAE 2011-15, n. 66 e 69). Basta lembrar as situações de trabalho escravo, de miséria extrema e fome, de abandono de crianças ou de idosos, de tráfico de pessoas, abuso de menores etc.
A CEPVF elaborou algumas sugestões práticas para a constituição das Comissões nas Dioceses e nas Paróquias. Essas sugestões são publicadas no subsídio “Hora da Vida”, nas páginas finais. Pedimos aos bispos, padres e leigos que tomem a frente desse movimento de evangelização e de educação popular que visa defender e promover a vida, sempre que é desrespeitada e oprimida, de modo a motivar lideranças qualificadas capazes de levar adiante com generosidade e com criatividade esta proposta.
Existem outros subsídios já elaborados que podem auxiliar, especialmente na etapa inicial da implantação da Comissão. A CEPVF está à disposição para auxiliar e orientar em tudo o que for possível.
Dom João Carlos Petrini é Bispo de Camaçari, Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para Vida e Família da CNBB e Vice-Presidente do Pontifício Instituto João Paulo II para Estudos sobre Matrimônio e Família – seção brasileira.
Fonte: Agência Zenit
Tomar pílula anticoncepcional na adolescência causa hipertensão na idade adulta
SIDNEY, 17 Jul. 12 / 10:20 am
Um grupo de cientistas da Universidade de Western na Austrália descobriu que as adolescentes que consomem pílulas anticoncepcionais correm risco de sofrer hipertensão, conhecida como o "assassino silencioso", quando chegarem à fase adulta.
Em um estudo publicado no dia 11 de julho no European Journal of Preventative Cardiology, os pesquisadores encabeçados pelo Dr. Chi Le-ha descobriram que as jovens que tomaram as pílulas anticoncepcionais por poucos meses, têm níveis de pressão arterial mais alto que outras jovens, e "é provável que afete de maneira significativa o risco de enfermidade isquêmica do coração e de derrame cerebral na idade adulta".
A hipertensão arterial é conhecida como o "assassino silencioso", porque é uma enfermidade que raramente apresenta sintomas, mas pouco a pouco gera maior pressão nos vasos sanguíneos e no coração.
Os médicos encontraram também que entre os adolescentes homens, a pressão arterial alta se encontrou significativamente associada com o Índice de Massa Corporal, o consumo de sal e de álcool.
O Dr. Chi Le-ha assinalou que "os adolescentes precisam ser conscientes de que um estilo de vida que predispõe à obesidade, consumo elevado de sal e o consumo de álcool pode conduzir a consequências adversas para a saúde na vida adulta".
Os pesquisadores indicam no seu estudo que "os hábitos de vida estabelecidos durante a adolescência podem afetar negativamente à pressão arterial e contribuir às diferenças de gênero no risco cardiovascular na idade adulta".
Para os cientistas, a modificação de condutas específicas para homens e mulheres pode prevenir a hipertensão adulta.
Fonte: ACI Digital
Seminário de Bioética termina com pistas de ações práticas para jovens defenderem a vida
Dom, 15 de Julho de 2012 12:37
Último dia do Seminário Nacional Juventude e Bioética e o dia iniciou com a palestra do assessor da Comissão para a Vida e Família da CNBB, padre Rafael Fornasier. Em sua colocação, o assessor forneceu pistas de ação para que os jovens possam, em sua realidade, levar a postura da Igreja sobre a defesa da vida.
Inicialmente, padre Rafael apresentou como a Igreja tem dado a contribuição quando reforça a Palavra de Deus, o cuidado com o próximo, a educação para a vida e o amor e o protagonismo de todos os católicos nesta defesa. Ao citar a Constituição Pastoral Gaudium et Spes, do Papa Paulo VI, o sacerdote enfatizou a importância da presença dos leigos e que eles podem falar também em nome da Igreja contra as formas de atentado à vida.
Cultura de morte
Antes de fornecer as pistas de ações concretas aos jovens, padre Rafael traçou um panorama do contexto atual de cultura da morte e citou alguns de seus elementos:
- Ideologia eugenista, em que os "diferentes" devem ser eliminados, com base na teoria de que apenas os "perfeitos" devem viver. Tal concepção fundamentou a ideologia nazista e uma das máximas criadas foi o jargão "Vidas que não devem ser vividas". Inicialmente, favoreceu a eutanásia e, depois, a ideia da superioridade da raça branca.
- Ideologia de gênero: distinção entre o biológico e social. Ou seja, o sexo ou as características físicas com as quais o indivíduo nasceu não determinariam a atuação ou o modo de ser na sociedade.
- Utilitarismo, consumismo, hedonismo: hoje, as questões de bioética estão muito ligadas a estes conceitos no sentido de questioná-los. Tais conceitos apresentam, segundo o assessor, um forte cunho econômico e uma busca de uma liberdade deturpada e de um prazer exacerbado.
O sacerdote apresentou ainda as questões em voga da bioética, como aborto, controle de natalidade (métodos contraceptivos), reprodução assistida e pesquisas com células-tronco. Além destas, o assessor destacou também realidades como a disseminação da Aids, homossexualidade, pesquisa com seres humanos, prostituição, eutanásia, tráfico de pessoas, desequilíbrio ecológico, com o objetivo dos jovens tomarem consciência do seu campo de ação na sociedade atual.
Pistas de ação
"Isso deve nos interpelar a atitudes concretas". Foi com este alerta que o assessor ressaltou a necessidade do protagonismo leigo e de ações efetivas na defesa da vida, como a cobrança juntos aos Três Poderes para que atuem em favor da vida e da família. Neste ponto, o sacerdote apontou como as três esferas parecem não caminhar juntas, como se vê em certos casos, atualmente, com a sobreposição do judiciário sobre o legislativo.
Ao recordar ideias que afirmam ser hipocrisia a proibição do aborto e das drogas porque limitariam uma suposta liberdade, o assessor questionou apontando que, se formos seguir esta linha, também seria hipocrisia ter as leis de trânsito, jáque muitos morrem no trânsito, ou leis punitivas dos assassinatos pois muitos matam todos os dias.
"Nem tudo o que a lei diz para fazer é moralmente lícito"
Foi a partir desta afirmação que padre Rafael Fornasier deu pistas de ação pastoral e social para que todos se empenhem contra as leis abortistas e posturas que violam a vida humana.
Entre as indicações de ações estão a coleta de assinaturas para aprovação do Estatuto do Nascituro; acompanhamento dos procedimentos legislativos e dos julgamentos no STF; criação e promoção de associações de família, pró-vida, juristas (âmbito civil) e de médicos; criação e promoção de comissões de respeito, promoção e defesa da vida; formação de programas de acolhida e acompanhamento em favor da vida (exemplos: CAM, Projeto Raquel, Sonho de Mãe, Fazenda da Esperança).
Um outro ponto de destaque a ser empreendido pelos jovens é a formação contínua, através de documentos e do Catecismo da Igreja, cursos em seminários e institutos, além de grupos de estudo.
Envio
Com a Santa Missa, presidida pelo presidente da Comissão Episcopal para a Juventude, Dom Eduardo Pinheiro, neste domingo, 15, o Seminário de Bioética chegou ao fim. Conforme apontou Dom Eduardo, a partir deste encontro os jovens são enviados para as suas dioceses, movimentos, pastorais e comunidades para que disseminem todo o contéudo deste final de semana.
Antes da Celebração Eucarística, os jovens tiveram ainda, na manhã deste domingo, um momento final de perguntas e respostas, com a presença de Dom Chomali, Dom Antônio Augusto, Dr.ª Lenise Garcia e da Drª. Alice Teixeira Ferreira, do Departamento de Biofísica da Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina (Unifesp/EPM), além da apresentação das Comissões para Juventude e para Vida e Família da CNBB e dos Jovens Conectados.
Fonte: Jovens Conectados
A sociedade precisa reaprender a lidar com o sofrimento
Sáb, 14 de Julho de 2012 18:10
Os valores atuais da sociedade estão pautados entre a felicidade e o sofrimento e não mais entre certo e errado. Essa é a avaliação da doutora em microbiologia e presidente do movimento Brasil Sem Aborto, Lenise Garcia.
“Hoje, a valoração é cada vez mais entre felicidade e sofrimento. Busco a felicidade e evito o sofrimento. No fundo é o velho escândalo da Cruz”, disse, durante a palestra “Abraçar a vida e as situações de sofrimento” no Seminário Nacional de Juventude e Bioética na tarde de hoje.
No evento, foram abordados diferentes exemplos de como a sociedade tem mudado seus parâmetros de avaliação para buscar o mínimo de sofrimento e o máximo do prazer. O primeiro foi o julgamento no Supremo Tribunal Federal do aborto de fetos anencefálos. Toda a argumentação pela liberação do aborto nesses casos, mostrou Lenise Garcia, foi baseada, “no sentimento das mães, no sofrimento, na dor”. Outros pontos, foram a mudança do Código Penal para liberar a eutanásia e doação de sêmen e de óvulos para clínicas de fertilização in vitro.
O exemplo seriam os santos, que mesmo com o sofrimento em suas vidas, não deixaram de ser felizes.
Racionalismo
O bispo de Camaçari (BA) e presidente da Comissão Episcopal Família e Vida da CNBB, dom João Carlos Petrini, apontou as contradições da racionalidade moderna, baseada no positivismo, com grandes avanços técnicos.
“A razão atual não se compara com as exigências de justiça e de paz, mas com poder e lucro”, afirmou dom Petrini. A razão é usada como um instrumento para alcançar o que for mais conveniente e útil, afirmou o bispo. “Perde-se o gosto de viver, a capacidade de sacrificar-se por um ideal, medo de enfrentar os dramas da vida e o medo de deparar-se com problemas.”
Para dom Petrini, a solução é o jovem cristão doar-se aos demais, buscar a fazer o bem ao outro, fruto da natureza de Deus. O maior desafio é viver cem vezes mais, cem vezes mais capaz de inteligência, de amar, realizar-se, abraçando quem ninguém quer abraçar.”
Fonte: Jovens Conectados
Devemos ser a Igreja do sim, ao invés da Igreja do não
Sáb, 14 de Julho de 2012 15:31
A palestra da manhã de sábado (14), segundo dia do Seminário de Bioética, organizado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), focou a defesa da vida. Um religioso, uma médica e um advogado reforçaram que a juventude da Igreja Católica deve aprender a dialogar, estudar e se maravilhar com as criaturas de Deus, e a principal delas, a vida humana.
Frei Moser, diretor presidente da Editora Vozes, professor de teologia e bioética, foi quem iniciou a discussão e incitou ao público jovem a pensar como seria se fôssemos bebês de proveta? “Nunca quero viver como um bebê de proveta, porque seria perfeito, e os perfeitos se tornem insuportáveis”, instigou.
De acordo com o religioso, se criação da vida humana fosse regrada e moldada, algumas pessoas não deveriam ter nascido, já que existiria um padrão de altura, cor, por exemplo. “Caminhamos para a eugenia, a partir desta manipulação genética. Não se sabe mais quem é quem, quem é humano? O laboratório passa substituir o ser humano, a mecanização da vida, vegetal, animal e humana. A soja não é mais soja, a flor não é mais flor. Os laboratórios são máquinas reprodutoras, e por trás, há uma ideologia da seleção da espécie”, alerta.
O frei também relembrou que a Igreja Católica é a igreja do sim de Maria e que a expressão de que a fé católica leva a opressão é equivocada. Não somos do contra, mas o não é consequência do sim, já que a nossa escolha é aprimorar o ser humano”, destaca.
Apesar disso, ele reiterou que os jovens católicos não devem ter medo dos avanços da tecnologia e das mudanças. “Somos responsáveis pela vida, por isso devemos participar das pesquisas e desenvolver nosso senso crítico. É preciso cultivar a ternura, apreciar a beleza do ser humano e do meio ambiente e maravilhar-se com os dons de Deus. Podemos construir um mundo novo, a partir dessas tecnologias. Há coisas que precisam ser mudadas, mas temos de sonhar com isso, ir em frente e caminhar com sabedoria, perguntando sempre qual é a vontade de Deus”, convidou.
A professora de neurologia, embriologia e pesquisadora de células troncos, na Universidade Federal do Rio de Janeiro, Dra. Cláudia Batista. Ela também falou que o católico não pode ter medo ao falar de pesquisas, da evolução e deve ter consciência biomédica. “Precisamos nos convencer para convencer aos outros.
A técnica é um avanço biotecnológico que demonstra o desejo de conhecer e de ser melhor. As ideias devem ser claras e sólidas. Não temos de ter aquela mentalidade do que pode e do que não pode”, apontou.
Em seguida, a professora doutora relembrou que não é possível a vida humana começar em um estágio meses após a fecundação. “O ser humano deve ser tratado como pessoa desde a concepção. Não se pode distorcer a ideia de corpo e alma. Se o feto passar a ser humano momentos depois da fecundação, quer dizer que passamos a ser humano de algo que não era humano? Isso não é possível. A nossa racionalidade deve ser uma capacidade. Mas quando ela não está em evidencia, não se perde o ser antológico que é o ser humano”, ressalta.
Estas justificativas enfatizaram porque o aborto vai contra a defesa pela vida. Inclusive, quando embriões excedentes fecundados passam a ser descartados, como copos plásticos. “O começo da vida esta no inicio do inicio do processo, e não no fim do inicio do processo. Mas é preciso deixar claro que existem pesquisas com células tronco, adultas, embrionárias, em que eticamente não se manipula embrião humano”, explica.
A especialista também citou que há uma constatação biológica e argumentação racional para todas estas afirmações e que o direito a vida é o principio de igualdade que deve ser respeitado.
A partir dos princípios de vida, o professor doutor Paulo de Tarso Ribeiro iniciou suas explanações. Para ele, o que caracteriza o juízo das ciências é uma relação de causa e efeito. “O que a gente costuma ouvir em defesa do aborto e da violação da vida, é que a mulher teria essa liberdade. Mas não tem quem defenda o corpo do terceiro, no caso, o feto. Isso viola a ideia do direito natural, no qual o ser humano não pode dispor da sua própria vida. O aborto representa dispor sobre a vida alheia. Uma vida que ainda não pode se manifestar”, reflete.
O Dr. Paulo de Tarso recorda que o direito é fato, norma e amor e por isso, o aborto é a violação do texto constitucional, pois os cientistas afirmam que há vida desde o início da fecundação.
“Me lembro do caso da mãe de Beethoven (compositor e pianista), que teve várias doenças e diziam que ela deveria abortá-lo. Ela seguiu em frente e teve um dos maiores músicos do mundo. Há equívocos a partir do desprezo da informação que vem da ciência. A anencefalia, por exemplo, não corresponde a morte encefálica. Senão, a criança não iria respirar. Isso também viola a lei moral. Jovens, é preciso se informar”, convida.
Fonte: Jovens Conectados
"Mãe do Ano" no Canadá rejeita o aborto, vence o câncer e dá à luz o seu sétimo filho
Maria Pitman, mãe de sete filhos e nomeada a "Mamãe do Ano" no Walmart do Canadá, conta com a particular característica de ter lutado contra o câncer de mama e deu a luz a seu sétimo filho ao mesmo tempo.
Em declarações ao grupo ACI no dia 10 de julho, Maria Pitman explicou que o doutor que a tratou de sua enfermidade queria que abortasse o seu filho, mas ela e seu marido "sabíamos desde o começo que Deus não nos tinha dado esta vida para que depois acabemos com ela".
Maria foi diagnosticada de câncer de mama ao princípio da sua recente gravidez. O doutor lhe disse que, medicamente, "tinha sentido" abortar, porque faria que as provas e o tratamento do câncer fossem mais fáceis que se ela estivesse levando o bebê no ventre.
"Viemos para a casa esse dia sabendo que não podíamos tomar essa decisão, e que Deus não nos pediria que façamos isso", disse.
Os médicos continuaram animando a Maria a que fizesse o aborto, até mesmo no dia anterior a realização da mastectomia (extirpação do seio) completa, às vinte semanas de gravidez.
No dia da cirurgia os médicos deixaram de perguntar-lhe a Maria se queria um aborto, porque "se deram conta de que não íamos mudar de opinião".
Nesse dia, Maria e seu marido, Jeff Pitman, souberam que, depois de uma menina e cinco meninos, teriam outra menininha.
"Essas foram as únicas lágrimas que soltei esse dia, pela alegria de que fosse uma menina", disse.
Depois da mastectomia, Maria sofreu três sessões de quimioterapia, entre as que ela deu a luz a sua filha, Johannah, às 36 semanas.
Maria enfrentou uma das provas mais difíceis quando, depois do nascimento de Johannah, ela e a sua família tiveram que viajar três horas desde seu lar no Yarmouth ao Halifax, para uma terapia de radiação que durou seis semanas, ao mesmo tempo que educava no lar a quatro de seus filhos.
"Pensei que as coisas seriam mais fáceis (desde) que já não estivesse grávida", explicou, "mas as coisas se tornaram muito piores".
Maria disse que pedia a Deus "força para sair da cama e passar mais tempo com as crianças".
"O Senhor proveu e orquestrou tudo para nós por todo o ano", especialmente levando "todas as pessoas corretas a nossas vidas no momento certo", indicou.
Maria encontrou uma particular força na passagem de Mateus 21, 21-22, que diz "mas até mesmo se disserdes a esta montanha: ‘Ergue-te e lança-te ao mar’, isso acontecerá. E tudo o que pedirdes com fé, em oração, vós o recebereis".
"Deus era capaz de mover a ‘montanha do câncer’ para nossa família", disse.
Depois de sua batalha com o câncer de mama, a filha de 17 anos de Maria, Jocelyn, nomeou-a para o prêmio "Mamãe do Ano" do Walmart, que é uma "celebração das 9.2 milhões de mamães canadenses que trabalham incansavelmente cada dia para prover a sua família".
A ganhadora receberá 10,000 dólares em dinheiro e será feita uma doação de 100,000 dólares à organização caritativa de sua eleição. A "Mamãe do Ano" também será recompensada com um "dia para consenti-la", uma sessão fotográfica e um "ornamento especial com entrada de tapete vermelho" em Toronto.
Se ganhar, Maria dará sua doação ao Camp Peniel, um acampamento cristão perto de onde sua filha Jocelyn trabalha.
"Este acampamento é surpreendente e está fazendo um fabuloso trabalho em levar ao Senhor Jesus a tantas pessoas, cada ano" afirmou.
As nomeações culminaram no dia 8 de julho, mas os juízes terão que deliberar entre as 16,909 candidatas, e anunciarão a ganhadora "ao redor do dia 15 de agosto".
Fonte: ACI Digital
Em seminário de bioética, arcebispo chileno fala sobre os desafios para formar uma cultura para a vida
Sábado, 14 de julho de 2012
O Seminário Nacional Os Desafios da Bioética e o Protagonismo do Jovem Católico começou nesta sexta-feira (13) em Brasília com um apelo feito por Dom Fernando Chomali, membro da Pontifícia Academia para a Vida, aos jovens: “estudem”. Dom Fernando, que também é arcebispo de Concepción, no Chile, lembrou a todos os jovens presentes a importância do bom preparo e do conhecimento para que se possam dar razões de sua fé e ter coragem de defender os princípios cristãos no campo da bioética.
O seminário é promovido pelas comissões para a Juventude e para a Vida e Família, da CNBB.
Segundo Dom Chomali, defender os princípios cristãos no campo da bioética é, na verdade, defender o óbvio, como o fato de que a vida começa na concepção e de que a natureza criou homem e mulher como complementares um ao outro. No entanto, acrescentou, hoje em dia, defender tais fatos é difícil e demanda coragem.
O arcebispo, que tem formação em engenharia e também é professor universitário, destacou a relevância da ciência e explicou suas especificidades, como sua autonomia e a existência de um método próprio. Ainda recordou a todos que a Igreja não se opõe à ciência, mas na verdade a promove por meio de suas escolas, universidades e academias. Por outro lado, ele criticou a visão que relaciona conhecimento e poder, propondo uma abordagem que relaciona conhecimento e serviço.
- Quando a ciência prossegue com o método adequado, não apresenta problemas, ao contrário, se torna uma ajuda ao homem. O problema está quando se converte em fonte de poder dos mais fortes contra o mais fracos – disse.
Cabe ao homem, disse Dom Fernando Chomali, conhecer a realidade criada por Deus, analisando crítico e também observando os aspectos éticos das possibilidades que a tecnologia oferece.
- É uma atitude urgente que devemos assumir com muita responsabilidade e competência devido aos novos desafios que se apresentam – alertou.
Entre os novos desafios colocados pela ciência, o arcebispo chileno citou os dilemas que se relacionam ao princípio e ao fim da vida, como as possibilidades de manipulação e seleção genética, de aborto e de eutanásia. Que vida vale a pena ser vivida?, perguntou ele aos presentes, dizendo que essa pergunta está no cerne dos argumentos a favor do aborto e da seleção genética. Ele contou aos participantes a respeito de um projeto apoiado pela Arquidiocese de Concepción que busca incluir no mercado de trabalho pessoas com síndrome de down.
- Para ser feliz não é necessário ser são, ser bispo, presidente ou gerente de banco É apenas necessário poder amar e trabalhar – afirmou.
Outro desafio apontado por Dom Chomali é a visão centrada na ideia da competição, presente na nossa sociedade, que redunda num conceito de desenvolvimento que contempla apenas aspectos econômicos e tecnológicos. Ele alertou para a necessidade de se pensar em um desenvolvimento integral, que contemple todos os seres humanos e o ser humano como um todo.
- Hoje nossas sociedades sao pistas atléticas onde todos vamos correndo. Essa pista precisa se converter numa grande mesa onde possamos nos ver uns aos outros. Temos que romper com a cultura da competência e começar com a cultura da partilha.
Fonte: Jovens Conectados
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